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Conclusões sobre a Logística da Amazônia

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14/09/2020

Augusto César Rocha*

Após mais de uma década vivenciando a logística da Amazônia, cheguei a cinco conclusões. Se o leitor quiser saber como, siga no texto, se quiser apenas conhecê-las, pule para o último parágrafo. A razão de chegar a “conclusões” é que nesta primeira quinzena de setembro, finalizei um ciclo pessoal na função de Coordenador da Comissão de Logística do Centro das Indústrias do Estado do Amazonas (CIEAM). Desde que meu irmão assumiu a Presidência do Conselho Superior da entidade, dei-me conta (apenas para a minha consciência) que há momentos onde a realidade além de ser certa, precisa parecer certa, por mais que eu exercesse esta função voluntariamente há mais de dez anos e nossas atividades não fossem ligadas.

Assim, desde março comuniquei ao Presidente Executivo do CIEAM a necessidade de ser substituído. Dias atrás, deixei de exercer a função que muito me honrava. Este texto é um singelo agradecimento aos que me ajudaram neste papel, sabendo que será impossível nomear todos. Contudo, é necessário fazer um registro para os mais marcantes: ao Ronaldo Mota pelo convite e apoio. Ao Dr. Ronaldo Bomfim (i.m.) pelo convívio, com alegres conversas sobre o desenvolvimento da Amazônia e ao Alfredo Lopes, pelo estímulo da escrita mais frequente sobre a nossa região e “trocas de café”. Importante registrar agradecimentos a todos os membros da Comissão e empresas associadas. Agradeço também aos presidentes Maurício Loureiro, Luiz Augusto Rocha (em especial pelo estímulo em 2002) e Wilson Périco.

Ao longo deste ciclo, conclui doutoramento em Engenharia de Transportes, vendi empresa, comecei empresa, tornei-me professor da UFAM, publiquei muitos textos e, principalmente, conheci as entranhas agradáveis e desagradáveis de nossa logística, tendo tido a oportunidade de olhar todos os lados do problema: governos, empresas, pessoas, portos, TUPs, IP4, balsas, aeroportos, aviões, trens, semirreboques, transportadores, academia, prefeitura, mobilidade urbana, ônibus etc. Foi uma experiência ora desoladora, ora animadora. Afinal, há muito para ser feito. Sigo na Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM) e nas demais funções que exerço, contribuindo para um melhor sistema de transportes na nossa vida Amazônica, com mais competitividade, mesmo sabendo que grande parte deste esforço é em vão.

Augusto é professor da Ufam.

A Amazônia, como o mundo, vive em crise, sem precisar ter crise. Na minha forma de sentir, a região possui enormes oportunidades e pouquíssima riqueza. Para mudar este cenário teremos que assumir nossos papeis, respeitar o meio-ambiente e construir a infraestrutura para a produção competitiva, oportunizando prosperidade para as populações que já estão aqui e para as que virão para cá. Minhas conclusões deste ciclo: (1) não existe problema de logística na Amazônia; (2) não existe problema de distâncias na Amazônia; (3) há uma enorme carência de infraestrutura, que poderia ser rompida com 2,5% do PIB da região sendo investido em infraestrutura, dia após dia, ano após ano, por ao menos duas décadas; (4) a indústria e a academia precisam sair de seus castelos produtivos e torres de marfim, interagir e gerar conhecimento e riquezas, a partir dos recursos naturais da região; (5) cada um deve atuar no seu papel pelo qual é remunerado. Com estas cinco ações teremos uma região próspera e modelo para o mundo.

(*) Augusto é professor da Ufam.

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