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Competitividade em jogo

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05/02/2019

Paulo Takeuchi

Diretor da FIEAM

e-mail: paulo_takeuchi @honda.com.br

O setor de Duas Rodas voltou novamente ao patamar de um milhão de motos produzidas, após um longo período de baixa devido à crise econômica que ainda prejudica toda a
população. Esperamos manter este patamar neste ano e, se houver uma melhora da economia, poderemos planejar um acréscimo na produção em relação a 2018. Acreditamos que, após o segundo trimestre, poderemos avaliar melhor o ambiente de negócios que se dará com o novo governo.

A impressão que temos é de uma recuperação do nível de confiança no País e de um sentimento de mais otimismo em relação ao futuro, com mais demanda, empregos e renda. Ficou também mais claro à população sobre as dificuldades financeiras que cada estado enfrenta e, portanto, os governadores serão mais cobrados pela gestão administrativa do que política.

Ficará cada vez mais difícil aos governantes desperdiçarem os recursos públicos, pois estes são escassos e terão que resolver problemas emergenciais, como a saúde,
segurança e educação. Isso dará menos margem a erros e desvios dos recursos que, se ocorrem, com certeza a população saberá como agir, pois todos nós aprendemos com os erros do passado e já nos cansamos de repetição deste cenário.

O governo federal está montando sua equipe com base em critérios mais técnicos do que políticos e isso deverá dar mais agilidade e consistência aos planos de ação que visam consertar o País. Com relação à equipe econômica, fica muito clara a disposição em buscar mais competitividade ao Brasil, eliminando seus entraves e abrindo o mercado ao comércio externo.

Contudo, a grande dúvida é o tempo. Teremos tempo para primeiro eliminar os entraves e depois abrir o mercado? Ou teremos que abrir o mercado para conseguir eliminar os entraves? Obviamente, o melhor caminho seria eliminar os entraves que dependem das reformas da previdência, tributária e melhorias das leis trabalhistas, além da desburocratização de vários processos administrativos, fiscais e jurídicos que dependerão da aprovação do Congresso Nacional que elegemos, recentemente, com novos deputados e senadores.

Eles foram eleitos para resolver, também, outros problemas da competitividade como investimentos na área de infraestrutura: portos, aeroportos, energia, estradas, segurança, inovação e tecnologia. Mas os recursos dependeriam dos efeitos da aprovação das reformas e/ou privatizações.

Conseguiremos as aprovações? Mesmo aprovados, quando começaríamos a sentir os efeitos relacionados à melhoria da competitividade? Na direção oposta, se amanhã abrirmos o mercado para o mundo, teremos de imediato o benefício de adquirirmos mercadorias a preços bem mais acessíveis. Provavelmente, pagaríamos R$ 3 mil por um Iphone que pagamos hoje quase R$ 6 mil. Em compensação existiriam várias empresas e indústrias fechando, além do aumento do desemprego. Mas os que sobreviverem vão competir em nível global. Enfim, são decisões difíceis e complexas que precisarão ser tomadas.

Uma coisa é certa, qualquer que seja a decisão, precisaremos da omelete que é a competitividade. E para fazer a omelete teremos que quebrar os ovos. Ou acabamos com os privilégios com a realização das reformas necessárias ou quebraremos as empresas e indústrias para fazermos a omelete. A decisão é simples. O difícil é o entendimento.

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