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COMITÊ INDÚSTRIA ZFM COVID-19, formado pelo CIEAM e com a participação de membros da sociedade, reuniu-se novamente nesta segunda-feira, 23 de março para enfrentar a crise

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30/03/2020


O COMITÊ INDÚSTRIA ZFM COVID-19, formado pelo CIEAM, é um grupo de trabalho composto pelas principais lideranças da indústria como FIEAM, ELETROS e ABRACICLO, com participantes influentes da sociedade amazonense e brasileira, reuniu-se novamente por videoconferência nesta segunda, 30 de março, seguindo as diretrizes do Ministério da Saúde com respeito às medidas de prevenção à propagação do COVID-19. Nesta ocasião o grupo alcançou o limite 44 pessoas, oriundos das mais diversas representações da sociedade e setores econômicos do Amazonas e do País, de forma apartidária e contributiva.

A meta deste Grupo é, “..além de aconselhar e dar ideias, mobilizar competências, braços e recursos para, como sociedade, enfrentarmos e vencermos esta crise...”, como ressaltou o mediador do grupo, presidente do Conselho Superior do CIEAM, Luiz Augusto Barreto Rocha. “...essa reunião é semanal, ocorre a cada segunda-feira e enquanto durar a crise estaremos reunidos pontualmente, por duas horas, sempre das 16 as 18 horas, com um grupo de convidados. A sugestão é que possamos ampliar essa rede, não só em participantes, mas especialmente em contribuições para nossa sociedade”.

Nesta edição, foram apresentados cinco painéis com até 8 minutos: “Um panorama da situação atual dos segmentos industriais na Zona Franca de Manaus”, apresentado pelo presidente da ELETROS, Jorge Jr; “Crise: Repensando a Estratégia”, por Marx Gabriel, presidente da MB Consultoria; “Enfrentamento dos Problemas Reais”, pelo professor-doutor, Augusto Rocha (UFAM); “Atualização das Medidas Econômicas para Mitigação da Pandemia da Covid-19”, por Márcio Holland (FGV) e “Diretrizes Atuais do Governo do Estado no Enfrentamento do COVID-19” com o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Amazonas (Sedecti), Jório Veiga.


“UM PANORAMA DA SITUAÇÃO ATUAL DOS SEGMENTOS INDUSTRIAIS NA ZONA FRANCA DE MANAUS”

O presidente da Eletros Associação Nacional dos Fabricantes Produtos Eletroeletrônicos (ELETROS), Jorge Jr, abordou em painel a contribuição da indústria para a saúde do trabalhador. “Algumas ações já foram realizadas, outras já estão em andamento e já estamos pensando em um momento mais para frente quando deve ser intensificado o pico da contaminação e dos casos de pessoas infectadas com quadros mais graves”.

As indústrias amazonenses para combater a contaminação pelo coronavírus no ambiente fabril, têm praticado diversas ações de prevenção, podemos citar a higienização diária de transporte e disposição de 1 funcionário por banco nas rotas; medição de temperatura de 1 a 3 vezes ao dia, disponibilização de álcool em gel e sabonete, campanhas de comunicação internas e treinamento estruturado com informações sobre higiene contra o vírus; quarentena para os funcionários com sintomas de gripe e acompanhamento; distribuição de máscaras, mudança no layout dos ambientes e refeitórios com alteração de horários; suspensão de viagens e do trabalho de estagiários e menores aprendizes, além de espaçamento mínimo em filas são algumas das atitudes das empresas que muito tem contribuído para a saúde dos colaboradores.

Sobre as férias coletivas, Jorge Jr diz que em linhas gerais o cenário das indústrias, na maioria ainda não está prevista para esta semana. “... apenas em torno de 20% estão adotando as férias coletivas, muito por consequência das cadeias de fornecimento integradas e problemas logísticos decorrentes do fechamento do comércio e fronteiras em todo o Brasil. Os grandes centros consumidores, Minas Gerais e Rio de Janeiro tiveram paralisação e o gargalo foi grande e não temos como escoar essa produção. Outro ponto interessante é que algumas empresas estão sentindo falta de insumos nacionais por conta da paralisação das indústrias em alguns estados, então as empresas estão se reequilibrando para enfrentar esse momento, mas se continuar assim pelos próximos 15 dias infelizmente é possível que haja uma paralisação maior das indústrias”.

Ainda sobre o cenário de impactos econômicos, Jr. comenta que algumas empresas já informaram que tiveram queda nos seus negócios, “Em torno de 80%, isso é muito grave, há um entendimento de que o ano está perdido em relação às suas metas, preocupação com o caixa e uma ou outra empresas estão fazendo investimento para o pós-crise, preocupadas com o que vai acontecer, buscando apoio, empréstimos, esperando que o governo federal e estadual socorra os seus negócios para a manutenção dos empregos”.

“CRISE: REPENSANDO A ESTRATÉGIA”

Para o presidente da MB Consultoria Marx Gabriel, em seu painel, é preciso alinhar um discurso que não coloque economia contra vidas e sugere que a indústria tenha representação no gabinete da crise do governo do Amazonas, “precisamos repensar a estratégia atual de supressão total estrangulando a economia, já temos desemprego forte em todas as regiões do Brasil, incluindo Manaus. Precisamos unificar esse discurso, no sentido que a gente quer preservar vidas, mas também precisamos preservar a vida através do emprego”.

ENFRENTAMENTO DOS PROBLEMAS REAIS”

Augusto Rocha, que é professor da UFAM e coordenador da Comissão de Logística do CIEAM e coordenador da Coordenadoria do Sistema de Transporte e Logística, Infraestrutura, Energia e Telecomunicações (CINF) da FIEAM, aos empresários cabe fazer as avaliações econômicas, deixando para os médicos e Organização Mundial da Saúde (OMS), Ministério da Saúde e Secretarias de Saúde dos estados e municípios as avaliações médicas. “...nós podemos e devemos fazer uma avaliação do lado econômico e financeiro porque esse é o nosso papel na sociedade, eu entendo que quem deveria atuar nisso não está atuando da maneira adequada nos níveis federal, estadual e municipal. Parece que há uma abstenção dos atores econômicos do problema, esse é o ponto. Nós temos um problema sistêmico que é sim, sem dúvida, de saúde pública, mas eu penso que a depressão global vai ser acima de 15%, eu não tenho dúvidas com relação a isso. Entendo que existe um custo associado ao problema e se é necessário do ponto de vista de saúde evitar a circulação de pessoas, tem que vir junto uma medida que pague essa conta”. “É muito fácil para o estado ver quanto está deixando de ser faturado, estamos num mundo de nota fiscal eletrônica e está bem claro, é só olhar no sistema computacional do estado e ver quanto as empresas estão pagando a menos. Quanto custa uma mão de obra sem produzir no comércio? Se o Estado vai deixar o comércio sem trabalhar, ele tem que alimentar esse trabalhador que está em casa sem trabalhar. O desemprego já está acontecendo, como o Caged informa. A saúde da economia precisa ser defendida de forma inteligente, e quem sabe de estatísticas sabe que o pico do problema vai ocorrer daqui há 15 ou 20 dias”.

“ATUALIZAÇÃO DAS MEDIDAS ECONÔMICAS PARA MITIGAÇÃO DA PANDEMIA DA COVID-19”

“A crise do Coronavírus se não for bem tratada pode levar a um quadro de depressão econômica e as economias mundiais vão apresentar um crescimento menor, ele vai deixar o mundo mais endividado e as estratégias de política econômicas voltadas para esse tipo de surto hoje estão baseadas em um conjunto de fatores, a combinação de salvar vidas, eu não entro no mérito de saúde pública porque não é a minha especialidade, mas o que se tem é buscar o equilíbrio entre salvar vidas, manter emprego, manter negócio, manter uma rede de proteção social e renda das famílias, tudo ao mesmo tempo. É isso o que a Alemanha, a Grã-Bretanha e os Estados Unidos estão fazendo neste momento. Por que isso é importante? Quanto maior for a deterioração do curto-prazo, menores serão os custos da recuperação financeira, fiscal, etc ”, destaca o professor Márcio Holland em seu painel.

Holland destacou o anúncio de medidas que o ministro da Economia Paulo Guedes anunciou em uma videoconferência. “Ele citou números bem variados, falou de R$ 500 bi a R$600 bi, mais R$ 88 bi para governadores antecipando o dinheiro que já seria gasto ao longo de 10 anos, o que é um pouco confuso. Eu entrei em contato com o Ministério da Economia e ninguém soube falar o tamanho das medidas até agora. As medidas são todas voltadas para antecipação ou linha de crédito e a menor parte delas se refere a custo fiscal efetivo e as medidas mais relevantes mesmo, hoje aquilo que o Congresso anunciou de R$ 600 reais por três meses, hoje não está claro quantos, mas pode chegar a 46 milhões de informais. 1 milhão a mais de Bolsa Família correspondendo a 54 bilhões de reais a mais de injeção de recursos na economia. É um dinheiro também que não tá claro o valor permitido. Para pequenas e médias empresas já foi anunciado um conjunto de medidas que dá 30 bi de FGTS e várias medidas normativas”.

“Não chegamos no impulso fiscal efetivo e necessário para sair de uma grande recessão econômica prolongada por pelo menos dois ou três anos, o governo ainda não anunciou medidas com essa capacidade, mas para mitigar efeitos transitórios. Medidas que eu acho que está passando da hora do governo anunciar: suspensão por três meses do pagamento de todos os tributos federais, jornada de trabalho reduzida com salário, com salário reduzido na proporção, aquela MP de até 50% do Seguro Desemprego, uma linha de financiamento de capital de giro independente do tamanho da empresa diretamente para o trabalhador, é uma visão equivocada achar que é só folha nessa travessia, com taxas de juros excepcionalmente baixas”, defende o professor Holland.

“DIRETRIZES ATUAIS DO GOVERNO DO ESTADO NO ENFRENTAMENTO DA COVID-19”

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jório Veiga diz que esta é uma crise para a qual ninguém no mundo estava preparado. “Essa crise tem quatro aspectos, saúde, econômica, social e uma outra que eu ainda não vi falar, política. Todos os governadores, prefeitos, presidente, tem projetos políticos e as decisões também levam isso em conta, não é fácil estar nessa posição neste momento e em contrapesar o que é necessidade da população e a necessidade econômica tanto do governo quanto das empresas não é uma tarefa fácil. A gente discutia há 30 dias qual era o tamanho do buraco do Brasil e do Amazonas e como resolver tudo isso e colocar dinheiro novo e resolver os problemas das empresas como outras economias mais consolidadas estão fazendo e como a gente vai fazer essa mágica com o tamanho do dinheiro que a gente tem, não vejo uma saída de muito curto prazo para este problema”, opina.

Doze participantes inscreveram-se para uso da palavra e contribuições, a ata da reunião será enviada com todas as participações para aprovação dos que se manifestaram e em seguida a todos. A próxima reunião será realizada na próxima segunda, 6 de abril.

PRESENÇAS

Estiveram presente de forma online neste encontro do “Comitê Indústria ZFM COVID-19”, em ordem alfabética: Alfredo Lopes (CIEAM), Antônio José Alecrim, Antônio Silva (FIEAM), Arlindo Almeida (BDS), Armando Ennes (Whirlpool), Augusto Rocha (UFAM), Carlos Rosas Monteiro (Sind. dos Alimentos), Celso Piacentini (Jabil), Claudio Barrella (Simplast), Clovis Leite (Sony), Eduardo Vasconcelos (Whirlpool), Erick Bandeira de Melo, Fabíola Abess (CIEAM), Farid Mendonça Jr (CAE – Senado Federal), Iuquio Ashibe (Câmara-Nipo Brasileira), Ivo Vaz (FI-Group), Jean Hamon (BIC World), Jeanete Portela (COIMPA), João Mezari (Moto Honda), Desembargador João Simões (TRE-AM), Jorge Jr. (ELETROS), Jorio Veiga (Sedecti), José Benchimol, José Eduardo Gonçalves (Abraciclo), Lucas Simão, Luciano Machado (CIEAM), Luiz Augusto Rocha (BDS), Luiz Cruz (Sindicato de Bebidas), Marcia Vieira (MB Consultoria), Marcio Holland (FGV), Marcos Fermanian (ABRACICLO), Marx Gabriel (MB Consultoria), Mauro Apor (LG), Paulo Pereira (FIEAM), Régia Moreira (IMPRAM), Renato Mendes Freitas (Sedecti), Renato Simões (GRUPO SIMÕES) , Roberto Garcia (FPF-TECH), Rogério Perdiz (Grupo Dedé), Ronaldo Mota (CIEAM), Saleh Hamdeh (CIEAM/FIEAM), Sandro Breval e Vânia Thaumaturgo (Polo Digital).


Texto: Comunicação CIEAM

Fabíola Abess

92 98161-8121

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