CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas

Notícias

Comércio exterior no Amazonas em tendência de alta pelo terceiro mês

  1. Principal
  2. Notícias

06/08/2019

Notícia publicada pelo Jornal do Commercio

Marco Dassori

A corrente de comércio exterior do Amazonas acelerou pelo terceiro mês seguido, em julho. As exportações emendaram sua terceira alta do ano e as importações do Estado, a quarta. Os dados foram extraídos da base do Mdic (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços), disponível no portal Comex Stat.

Diferente do ocorrido no mês anterior (+3,97%), a margem de crescimento das vendas externas foi bem maior neste, graças, em parte, à base menor. O montante subiu 58,26%, ao passar de US$ 32.32 milhões (2018) para US$ 51.15 milhões (2019). Ainda não foi o suficiente para tirar o acumulado do vermelho. O valor em sete meses (US$ 379.48 milhões) ainda ficou 1,74% abaixo da marca do mesmo período de 2018 (US$ 386.20 milhões).

O saldo das importações também veio reforçado em relação ao de junho (+1,86%). Com US$ 930.11 milhões (2019) contra US$ 814.65 milhões (2018), a alta foi de 14,17%. No acumulado (US$ 6.07 bilhões), a diferença foi positiva em 2,02% em relação ao mesmo intervalo de 2018 (US$ 5.95 bilhões), sendo o primeiro resultado positivo de 2019 para o Estado neste tipo de comparação.

No ranking das exportações, a Argentina (US$ 10.63 milhões) segurou o primeiro lugar, com incremento de 228,09% em relação ao ano passado (US$ 3.24 milhões), após a redução sofrida em junho. Na segunda posição, veio a novamente a Colômbia (US$ 7.92 milhões), após reduzir o passo em relação a 2018 (US$ 10.13 milhões). Foi seguida de perto pela Bolívia (US$ 7.82 milhões), que multiplicou suas compras por cem entre os dois períodos.

Os produtos mais vendidos pelo Estado no exterior foram “preparações alimentícias não especificadas” (concentrados), que totalizaram US$ 16.90 milhões, com expansão de 48,90% sobre o mesmo período de 2018 (US$ 11.35 milhões). O segundo e terceiro lugar foram ocupados, respectivamente, por motocicletas (US$ 7.08 milhões) e ferro ligas (US$ 4.77 milhões), com vendas crescentes na comparação com igual mês de 2018.

Do lado das importações, os principais países fornecedores foram China (US$ 347.94 milhões) e Estados Unidos (US$ 123.22 milhões), Coreia do Sul (US$ 83.25 milhões) e Vietnã (US$ 79.40 milhões). Os quatro registraram expansão nas vendas para o Polo Industrial de Manaus na comparação de julho de 2019 com o mesmo mês de 2018.

Os produtos mais adquiridos pelo Estado no mercado estrangeiro foram insumos industriais para o PIM e – novamente – manufaturados. A lista foi liderada por partes e peças para televisores e decodificadores (US$ 159.29 milhões), circuitos integrados (US$ 120.68 milhões) e celulares (US$ 67.55 milhões). Apenas o segundo item recuou em relação a julho de 2018.

Diversificação e câmbio

No entendimento do gerente executivo do CIN (Centro Internacional de Negócios) da Fieam, Marcelo Lima, os números de julho são fruto do fortalecimento do comércio exterior do Amazonas com os países vizinhos e a diversificação de destinos dos produtos do Estado, com destaque para os manufaturados do PIM.

“Embora sofra uma situação política e econômica ainda muito instável, a Argentina se mantém como principal destino de nossas exportações. Ainda não temos elementos para explicar o porquê da queda dos números da Colômbia, mas acredito que a tendência é de alta. Já a Bolívia vem comprando muito conosco e de forma diversificada. E acho que devemos ter melhores resultados ainda nos próximos meses”, avaliou.

Além do aprofundamento das relações de comércio exterior e da melhora no fluxo de negócios com os países vizinhos, o gerente executivo do CIN avalia que as vendas externas também receberam um empurrão do câmbio, já que a desvalorização do real frente ao dólar torna os produtos nacionais mais competitivos no estrangeiro.

“Uma regra geral é que o aumento das exportações acaba ajudando também a aumentar as importações. Principalmente no caso do PIM, o maior cliente das importações do Amazonas, que precisa adquirir boa parte de seus insumos no exterior para produzir, independentemente da cotação do dólar”, ponderou.

Produção e importação

Marcelo Lima atribui o novo incremento das importações a um aquecimento das atividades do PIM para os próximos meses, tendência que deve se manter nos próximos meses, à medida em que as festas de fim de ano se aproximam. Mas, ficou novamente em dúvida a respeito da presença de celulares prontos na pauta de importações do Amazonas.

“Não temos mais o acesso aos dados das empresas, via Mdic, como ocorria até 2018. Acredito que pode ter ocorrido compra pelo corredor de importação. O volume é muito grande para ser uma aquisição do comércio de Manaus e o PPB do segmento é muito rigoroso para inibir maquiagens industriais. Pode ter sido também o caso de transações comerciais entre unidades de uma mesma indústria, para aquisição de modelos não produzidos aqui”, encerrou.

Coluna do CIEAM Ver todos

Estudos Ver todos os estudos

Diálogos Amazônicos Ver todos

CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas © 2023. CIEAM. Todos os direitos reservados.

Opera House