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Com tantas ameaças, Amazonas vive pisando em ovos

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08/04/2022

Isolado geograficamente do resto do país, o Amazonas vive pisando em ovos. Tem uma área tão vasta que torna difícil a presença do poder público em toda a região. Seu território teria condições para a criação de diversos Estados. Porém, é aqui onde existem as grandes riquezas cobiçadas por todo o mundo.

O modelo ZFM foi importante para preservar a floresta em pé. Mas vive constantemente em sobressaltos. As forças poderosas do Sul-Sudeste tentam minar os benefícios fiscais que proporcionaram o desenvolvimento de uma região tão isolada. Já são 55 anos desde que o governo militar instalou o projeto com regime tributário diferenciado. E é dele que vem a principal receita que alimenta a cadeia produtiva do Estado, permitindo a absorção de mão de obra, gerando mais riquezas e renda.

Enfrentamos uma realidade diferente, com muitas ameaças. E cujas causas dividem as opiniões. Para uns, nos acomodamos com o usufruto das vantagens comparativas, não buscando outras matrizes econômicas, pensando que essas benesses se perpetuariam indeterminadamente, para sempre.

Outros ressaltam que já deveríamos ter pensado essas questões logo após o advento do modelo de desenvolvimento. E hoje estaríamos sofrendo por negligenciar estratégias de olho no futuro. Na verdade, nunca estivemos tão ameaçados. As mais de 500 empresas instaladas em Manaus podem levantar voo a qualquer momento caso não continuem usufruindo dos incentivos que têm em sua maior monta o IPI.

Parece que as forças políticas do Amazonas não têm poder de fogo. É óbvio. Somos pouco expressivos em termos de colégio eleitoral, com quase nada de representatividade nos grandes centros nacionais de decisão.

Por várias vezes, somos engabelados. A palavra soa forte, ácida, mas é o que acontece na realidade. Temos um presidente que não cumpre promessas costuradas à base de muitas negociações em Brasília. E que se vê mais comprometido com as forças dos outros Estados. Já convivemos com um iminente fim da ZFM? É o principal questionamento, já até manifestados por lideranças da indústria local.

O próprio presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Wilson Périco, um expert em termos de ZFM, admitiu uma fuga coletiva de empresas do Amazonas em até dois anos.

E ninguém vai querer continuar com seus investimentos na região diante de tanta insegurança jurídica, tendo como principal articulador do governo Bolsonaro o superministro Paulo Guedes, que não conhece as peculiaridades de uma região que precisa crucialmente desses incentivos para sobreviver e preservar essa tão rica biodiversidade amazônica.

O governo Dilma Rousseff prorrogou o projeto ZFM por mais 50 anos. Mas quem nos garante que ele vai resistir por todo esse tempo convivendo com tantas ameaças? Está na hora de buscarmos outras formas de sobrevivência. Estamos montados na riqueza. Nosso subsolo é riquíssimo. Só precisamos encontrar os caminhos que alimentem novas cadeias produtivas e preservem o meio ambiente. E temos potencial para esses empreendimentos, mas falta ainda vontade política. De seguir mesmo adiante.

Fonte: Jornal do Commercio - OPINIÃO

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