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Com queda disseminada, indústria terá mais um ano de crescimento pífio

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15/04/2019

Notícia publicada pelo site DCI

Juliana Estigarríbia

Com a perda consistente do dinamismo da atividade industrial, de forma disseminada, o mercado já revisa para baixo a projeção de crescimento da indústria brasileira em 2019, para apenas 1%, com riscos para o investimento e a sustentabilidade do setor no médio e longo prazo.

“Ao que tudo indica, a indústria não deve ter em 2019 um avanço maior do que no ano passado. Os sinais apontam para uma estagnação ou baixíssimo crescimento”, avalia o economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Rafael Cagnin.

Nesta quinta-feira (11), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou para baixo a projeção de crescimento do PIB industrial em 2019, de 3% para 1,1%. O gerente-executivo de política econômica da entidade, Flávio Castelo Branco, ressalta que no médio e longo prazo, o crescimento da indústria só se sustenta se vier acompanhado de investimentos na atualização do parque produtivo, não só para se manter competitivo, mas também para gerar empregos. “O empresário só parte para um projeto novo se estiver confiante no futuro. A confiança melhorou no final de 2018, mas neste início de ano já demonstra recuo. As condições atuais não são boas, a indústria anda de lado”, esclarece.

De acordo com relatório conjuntural da CNI, a revisão do PIB da indústria acontece após o desempenho ruim, no início do ano, da indústria extrativa e de transformação, principalmente. Cagnin ressalta, porém, que um processo de recuperação consistente requer que todos os setores cresçam de forma disseminada e em todas as regiões. “Estamos perdendo dinamismo desde o início de 2018. O enfraquecimento é generalizado.”

Castelo Branco explica que o rompimento da barragem de Brumadinho (MG) e seus desdobramentos na produção do Estado, além da falta de competitividade da indústria de transformação, contribuíram para a revisão das projeções. “Mas de uma maneira geral, a queda é disseminada. Diferentes setores mostram um quadro de semiestagnação ou baixo crescimento.”

O economista do Iedi pontua que alguns setores crescem de forma tímida, apenas recompondo parte das perdas da crise, mas alguns dão sinais de retrocesso, como alimentos, têxtil e confecção, couro, entre outros, que são ramos prejudicados pela desaceleração do comércio internacional e pelo fraco mercado doméstico.

“O peso do desemprego é muito forte nestes setores. Para esses ramos terem um pouco mais de fôlego, é preciso reduzir a taxa de desemprego, porque diante da fragilidade da criação de vagas nos últimos meses, a maioria com renda variável, isso dificulta o retorno do consumo aos níveis pré-crise, além do acesso mais amplo ao crédito.”

Ambiente

Para o dirigente da CNI, as expectativas do mercado são muito sensíveis ao ambiente político. “O descompasso entre o Executivo e o Legislativo no início do ano repercutiu na confiança do empresário”, analisa Castelo Branco, acrescentando que a lentidão na aprovação da reforma da Previdência pode desestimular os investimentos e a tomada de risco.

No cenário externo, de onde poderia vir um fôlego adicional para a atividade industrial, o economista do Iedi lembra que há um quadro de desaceleração. “As exportações poderiam ser uma alavanca importante para a indústria, mas vemos desaquecimento sistemático, com avanço da tensão entre grandes potências como China e EUA”, pondera Cagnin.

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