30/10/2014
Uma das mais contundentes foi do presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antonio Silva.
O dirigente empresarial, que estava em Brasília onde assumiu o posto de segundo vice-presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria) revelou que assim que tomou conhecimento da decisão de Thomaz Nogueira procurou o Ministro Mauro Borges do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior) na esperança de interceder pelo Superintendente. Em sua fala, o presidente da Fieam destacou a importância de se ter à frente da autarquia um gestor de perfil técnico, principalmente com a possibilidade de uma reforma tributária.
“Tive uma conversa durante a posse com o ministro Mauro Borges e ele, assim como eu, também se mostrou surpreendido de forma que eu acho que ainda podemos ter uma solução para este caso. Nós não podemos abrir mão do Thomaz porque ele é importante neste momento nervoso em que estamos passando, com a possibilidade de uma reforma tributária”, reforçou.
Em contrapartida, o economista e Conselheiro Consultivo do Corecon/AM (Conselho Regional de Economia do Amazonas) Jose Laredo avalia que o modelo Zona Franca de Manaus precisa de um choque de gestão, que implica em determinar metas compatíveis com o estágio atual de progresso do modelo e grau de incentivos. Na opinião de Laredo, as atuais 475 fábricas que fecharam o ano passado com laudo técnico funcionando ainda representam uma quantidade muito aquém do que a o modelo pode e merece abrigar.
“Acredito que esta não é a quantidade ideal para um modelo desta natureza que gira entre 70% e 80% de benefícios tributários dependendo do produto. É uma oferta de incentivos muito grande que o governo federal dá e por isso há uma necessidade de que os gestores do modelo se envolvam com mais eficiência na captação desses investimentos e avaliação dessa gestão”, avaliou o economista.
Otimismo
Apesar das críticas, a primeira reunião do Codam após as reeleições do governador José Melo e da presidente Dilma Rousseff também apresentou um certo tom de otimismo em relação aos investimentos futuros no Polo Industrial de Manaus. Para o titular da Seplan, Airton Claudino, enquanto a reeleição de Melo proporcionará a continuidade do trabalho que já vinha sendo feito, a votação de Dilma Rousseff proporcionará as mudanças necessárias para a retomada do crescimento econômico.
“Com a reeleição temos a sequência do trabalho. O governo de José Melo foi bem avaliado pelas urnas e a sequência do trabalho deverá continuar acontecendo. Já em relação ao governo federal, acredito que as mudanças serão feitas no sentido de melhorar a economia. Tenho certeza que a presidente Dilma encontrará o caminho para incentivar novamente a economia”, avaliou.
Wilson Périco, presidente do Cieam (Centro das Indústrias do Estado do Amazonas) e conselheiro do Codam, também demonstrou confiança nos esforços do governo do Estado para manutenção das vantagens competitivas do PIM. No entanto, Périco alertou para um possível racha da bancada amazonense no Senado. Para ele, a atuação dos representantes federais terá papel fundamental na para a sobrevivência do modelo e do Estado.
“Não serão quatro anos fáceis. Não serão simples as ações que o governo federal terá que tomar para colocar o país nos trilhos novamente. A atuação da nossa bancada federal no senado precisa ser bastante coesa e eu espero que isso aconteça. Que as diferenças eleitorais que findaram no último domingo tenham realmente chegado ao fim e que os interesses do Amazonas estejam acima dos interesses pessoais”, resumiu Périco.
A reunião
A 252ª reunião do Codam, penúltima de 2014, avaliou e aprovou 31 projetos industriais, sendo 11 de implantação e 20 de diversificação. Os investimentos que constam da pauta da reunião são os maiores de 2014, superando R$ 1,5 bilhão, e incluem projetos que vão desde a produção de produtos hospitalares descartáveis a componentes eletroeletrônico e telejogos. Entre os destaques estão investimentos na área de telefonia celular, como da GBR Componentes da Amazônia Ltda, com quase R$ 360 milhões e da Masa da Amazônia, de R$ 253 milhões e geração de 738 postos de trabalho. Ao todo serão gerados 3.110 novos empregos nos próximos três anos.
No acumulado de 2014, o Codam já aprovou projetos num total de R$ 4 bilhões e 9.500 postos de trabalho já aprovados. No ano passado, foram 217 projetos industriais aprovados que somaram de R$ 5.9 bilhões em investimentos e 11.509 novos postos de trabalho. A próxima reunião do Conselho está marcada para o dia 17 de dezembro.
Fonte: JCAM