25/11/2022
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25/11/2022 às 09:47.
Atualizado em 25/11/2022 às 09:48
Desde 2016, a Coca-Cola Brasil fomenta a cadeia do guaraná no Amazonas com o programa “Olhos da Floresta”.
Com ele, empresa chega em grandes municípios, em Unidades de Conservação (UCs) e, ainda, em comunidades isoladas, onde as dificuldades de logística, tecnologia e acesso ao mercado são muito maiores.
Para a companhia, as cooperativas e associações são fundamentais para o crescimento da cadeia do guaraná no Estado. É por meio delas que o guaraná, principal matéria-prima para a produção de refrigerantes à base do fruto, é comercializada.
As lideranças empreendedoras da floresta, como elas se denominam, atuam nos municípios de Silves, Itapiranga, Presidente Figueiredo, Borba, Maués, Novo Airão, Autazes, Iranduba e Manacapuru.
A produtora Eliana Medeiros, que preside a Cooperativa Mista e Agropecuária de Manacapuru (Comapem), é uma dessas lideranças. Sob o comando dela, a organização comercializa o fruto produzido nos municípios de Manacapuru, Autazes e Iranduba.
Há 13 anos ela vivencia o dia a dia da cooperativa e, há três, comanda a venda do guaraná para a Coca-Cola Brasil. Segundo ela, entrar para o programa “Olhos da Floresta” mudou seu olhar em relação à capacidade de empreender.
“Passei por uma experiência difícil à frente da cooperativa e por muitos anos tentei resolver os problemas, mas sem ter êxito. Conheci o programa da Coca-Cola no momento em que me permiti recomeçar, em 2018. Aproveitei a oportunidade que me foi dada e iniciei o cultivo sem nunca ter visto um fruto do guaraná. Entrei de cabeça e coração no projeto, fui exemplo para outros produtores e hoje somos citados como referência em nossa região no cultivo e comercialização do guaraná”, relata.
Para a Coca-Cola Brasil, estar em lugares com menos infraestrutura e com uma cadeia ainda em desenvolvimento é um grande desafio. Mas, por outro lado, a companhia entende que é exatamente nessas regiões onde o programa precisa chegar, trazendo empoderamento econômico para os produtores e, principalmente, para as mulheres.
“Acreditamos que as mulheres desempenham um papel transformador na formação da economia do Estado. Elas são pilares fundamentais tanto para as comunidades quanto para novos negócios, e são peças-chave para estimular o crescimento econômico e o desenvolvimento sustentável da região. Faz parte do compromisso da empresa com o Amazonas fortalecer o desenvolvimento regional e ajudar a diminuir as desigualdades locais, principalmente daqueles que mantêm a floresta de pé”, destaca o diretor de Relações Governamentais da Coca-Cola Brasil, Victor Bicca.
Novo Airão, que hoje conta com duas famílias produtoras do fruto, é o município mais recente a fazer parte do “Olhos da Floresta”. Nele, o cultivo do guaraná foi iniciado por uma mulher, Angelina Dias, produtora e presidente da Associação de Produtores Agrícolas da Comunidade Sobrado (APACSO). Ela é uma das lideranças do programa que acredita no potencial do município para fazer do fruto uma das principais fontes de renda das famílias.
“Quando eu comecei, há sete anos, não havia investimentos e nem uma perspectiva de compra certa. Cultivava o fruto sem conhecimento, sem suporte, apenas com a força de vontade de empreender na floresta. Quando já estava quase desistindo, eu conheci o programa da Coca-Cola. Foi quando tudo mudou. Hoje recebemos assistência técnica e, mesmo sendo poucos produtores, eles estão presentes para nos ajudar. E eu, como mulher, segui firme acreditando que era possível. Agora outras famílias já olham o fruto como uma possibilidade de renda e de empreender na floresta sem desmatar”, comemora a liderança.
A terra do cupuaçu e das cachoeiras, como é conhecido o município de Presidente Figueiredo, abre espaço também para o cultivo do guaraná. Quem lidera os trabalhos por lá é a produtora Nazide dos Santos Bentes, presidente da Associação Grupo Esperança Orgânica (GEO). O município foi o escolhido, em 2016, para abrigar o piloto do “Olhos da Floresta”, que naquele ano iniciou em quatro municípios.
“Quando começamos muita gente não acreditou no programa. Hoje somos 22 famílias produzindo guaraná e novas famílias querem fazer parte, pois os resultados são positivos. Melhorou não apenas a vida do trabalho, das famílias, mas nossa vida institucional. Antes do programa nós erámos um grupo informal e hoje somos uma associação que atende 10 comunidades”, comemora Nazide.
Nessa jornada a frente da associação e com o suporte do programa a produtora percebeu a importância da organização social e da responsabilidade enquanto liderança
“Precisamos de uma liderança para defender os interesses dos produtores e fazer esse contraponto. Se nós não tivermos essa vertente de liderança social a gente enfraquece. Antes do programa nós vendíamos o nosso produto no comércio informal e hoje estamos aqui negociando e vendendo nosso fruto para uma multinacional como a Coca-Cola”, relembra.
Hoje, presente em 17 municípios, a empresa busca atuar na melhoria da produção, comercialização, rastreabilidade e certificação do guaraná do Amazonas, levando assistência técnica para os produtores, boas práticas, fortalecimento das organizações (cooperativas e associações), remuneração justa e a adoção da agricultura regenerativa, que favorece a recuperação de áreas alteradas ao restaurar solos, conservar espécies polinizadoras (principalmente abelhas) e aumentar a captura de carbono e a retenção de água no solo.
Por meio de iniciativas que impulsionam o desenvolvimento sustentável e ajudam diminuir as desigualdades locais a Coca-Cola Brasil vem trilhando, com o “Olhos da Floresta”, um histórico de atuação no Amazonas. Essas ações refletem no fortalecimento da economia local e na proteção do bioma amazônico, além de impulsionar o trabalho das mulheres da floresta.
Fonte: Acrítica