11/04/2014
O longo ciclo da alta dos juros, com a adoção de "uma política de aperto monetário intensa" pelo Banco Central; a reversão de algumas desonerações tributárias, como o IPI para automóveis; a provável intensificação do custo de produção, em função, sobretudo, do encarecimento da energia elétrica (pelo déficit hídrico) e dos insumos importados (pela desvalorização cambial), são alguns dos fatores listados pela CNI para prever uma atividade econômica tímida este ano. O gerente executivo de Políticas Econômicas da CNI, Flávio Castelo Branco, explica que os números podem ser atribuídos a um cenário de dúvidas por parte dos empresários.
A CNI assinala que 2014 se iniciou com bons resultados, como o crescimento da produção industrial no primeiro bimestre, atribuído em parte ao maior número de dias úteis em fevereiro, com o Carnaval em março, mas considera que esse ritmo não deve ser mantido no resto do ano. "O ano se iniciou com alguns resultados positivos, como o crescimento da produção industrial. No entanto, há também claros sinais de alerta na economia: a inflação mostra tendência de aceleração e o saldo comercial em 12 meses se reduz de forma acentuada", diagnostica o Informe Conjuntural. A indústria de transformação, prevê o Informe, deve crescer 1,5%, contra 1,9% registrado em 2013.
Inércia inflacionária
O estudo da CNI reviu também, entre outros indicadores, a estimativa de inflação, de 6% em dezembro para 6,4%, bem próxima do teto da meta, de 6,5%. "O acumulado de 12 meses do IPCA" (Índice de Preços ao Consumidor Ampliado, o índice oficial da inflação) "sustenta-se acima dos 4,5% desde setembro de 2010. Esse longo período contribui para consolidar uma inércia inflacionária e afasta a possibilidade de reenquadramento na meta no curto e médio prazo", pontua o estudo.
No setor externo, a CNI reestimou de US$ 249 bilhões para US$ 240 bilhões a perspectiva das exportações e de US$ 240 bilhões para US$ 238,5 bilhões a previsão das importações, com o que a expectativa de superávit da balança comercial caiu de US$ 9 bilhões em dezembro passado para US$ 1,5 bilhão. O relatório manteve, contudo, a previsão da taxa nominal de câmbio, em R$ 2,35 na média de 2014.
Fonte: Portal da Indústria