11/11/2014
O vice-presidente da Fieam, Nelson Azevedo, explica que o atual cenário econômico e político não transmite boas perspectivas quanto à produção para o próximo ano, principalmente quanto às fabricações ligadas ao polo de duas rodas.
Ele relata que o nível de entraves econômicos visualizados em 2014 permaneceu neste ano, o que dificultou o acesso do cliente à compra do produto e consequentemente atingiu o índice produtivo. “Não houve mudança. A restrição ao crédito continua e ainda houve aumento da taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia). Se a taxa de juros aumenta, logo o custo do financiamento também aumenta. Esse fator agrava ainda mais a situação, dificultando o acesso do cliente ao produto”, comenta.
Os Indicadores de Desempenho do PIM (Polo Industrial de Manaus), divulgados na última semana, mostram que até setembro deste ano o faturamento total do PIM foi de R$62,7 bilhões, dos quais, R$10 bilhões foram arrecadados pelo segmento de duas rodas.
De acordo com Azevedo, tanto as problemáticas relacionadas à fabricação de motocicletas como os demais produtos industriais serão avaliadas durante o encontro com a presidente reeleita Dilma Rousseff (PT). O vice-presidente relata que há uma cobrança por parte do governo federal quanto a apresentação das propostas da CNI voltadas à melhoria da competitividade dos produtos brasileiros e da redução do custo Brasil. “Pedimos que aconteçam as reformas necessárias que são as tributárias, previdenciárias e trabalhistas. O resultado das urnas demonstrou que a população quer mudanças. Tem que haver algo para melhorar o nosso desempenho econômico. Vamos ver se isso acontece”, exclama.
Segundo Azevedo, em consequência à queda produtiva a indústria também se adequa às novas realidades. Daí, a justificativa para a ocorrência de cerca de 20 mil desligamentos no PIM no período de janeiro a setembro de 2014, de acordo com dados do Sindmetal (Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas). Desse total, aproximadamente 1,8 mil demissões foram assinadas pelas empresas Moto Honda da Amazônia e Yamaha Motor da Amazônia. “É uma consequência do cenário econômico nacional com reflexo estadual. Acredito que até o final do ano as empresas devem fazer reajustes. Há possibilidades de haver readequação nos quadros funcionais, além de redução no ritmo de produção no mês de dezembro”, avalia.
Fonte: JCAM