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CIEAM promove Fórum de Logística em Manaus com foco no risco de seca nos rios novamente em 2024

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02/04/2024

  • Evento vai investigar alternativas de melhorias nas hidrovias e na sua operação, por parte de empresas e do governo, para amenizar impactos, em caso de uma nova seca neste ano
  • Investimento atual em infraestrutura logística no Amazonas segue aquém das necessidades. Segundo o CIEAM, o ideal seria um investimento contínuo do equivalente a 2,5% do PIB, anualmente, na próxima década, para reduzir as carências de infraestrutura
  • Gastos com transportes e logística no Amazonas são estimados entre R$ 4 a 8 bilhões de reais ao ano (entre de 3% a 7% do PIB do estado). CIEAM defende que investimentos sejam de ao menos R$ 1,9 bilhão ao ano em novas infraestruturas, o equivalente a 2,5% do PIB da região

Os principais players do setor de logística participam nos dias 2 e 4 de abril da nona edição do seu “Fórum de Logística”, evento promovido pela comissão CIEAM (Centro da Indústria do Estado do Amazonas) de Logística, a partir das 14h30 nos dois dias, no Auditório Celso Piacentini do CIEAM, em Manaus (AM).

Durante a Grande Seca de 2023, a indústria do Amazonas teve um sobrecusto de R$ 1,4 bilhão em sua operação logística, devido aos problemas causados pelas dificuldades no transporte de insumos. Esse valor inclui, por exemplo, as taxas e custos adicionais cobrados pelos armadores e em toda a operação e até o frete aéreo foi usado em casos mais urgentes.

De acordo com o CIEAM, estudos preliminares indicam que os níveis do rio Solimões, em Tabatinga, e do rio Negro, em Manaus, estão abaixo de seus níveis históricos, o que preocupa as empresas do PIM, apesar da possibilidade e esperança de que as chuvas possam vir a reverter este quadro.

Atualmente, os gastos com transportes hidroviários no Amazonas são estimados entre 3% e 7% do PIB, o que representa algo entre R$ 4,8 e R$ 11,2 bilhões por ano. O PIB do Amazonas foi de R$ 160,2 bilhões no ano passado, representando um crescimento de 6,53% sobre 2022. “De acordo com os nossos estudos, o ideal é que o custo com esse logística fosse a metade desse valor para recuperar a competitividade da Zona Franca de Manaus (ZFM)”, explica Augusto Rocha, coordenador da comissão CIEAM de Logística. Assim, segundo o CIEAM, esses custos deveriam significar um gasto entre R$ 2,4 e R$ 5,6 bilhões (1,5% a 3,5% do PIB do estado).

Além disso, o CIEAM destaca que, anualmente, o investimento em infraestrutura local é de, aproximadamente, 0,22% do PIB, o que representou R$ 352 milhões em relação ao PIB de 2023. “Defendemos um investimento mínimo em torno de 2,5% do PIB local (cerca de R$ 4 bilhões, em comparação com o PIB de 2023) por ano, durante a próxima década, para reduzir os gargalos logísticos que existem hoje e oferecer maior segurança logística às indústrias que operam no Polo Industrial de Manaus (PIM), reduzindo a desigualdade do Amazonas”, destaca Rocha.

“E se a seca de 2024 foi pior do que em 2023?”

O “Fórum de Logística” do CIEAM terá como tema “E se a seca de 2024 for pior do que em 2023?”. O objetivo do evento é debater com armadores, executivos de indústrias da região e representantes do governo quais os planos de ação para um possível cenário de seca em 2024. Durante os encontros, serão apresentados estudos que vão propor soluções, por parte dos armadores e do governo, com medição de riscos das operações logísticas no Amazonas caso corra uma nova seca neste ano.

Para o especialista, somente a dragagem das hidrovias não é a solução, pois não obteve resultados satisfatórias na Grande Seca de 2023. A dragagem foi uma ação que não resolveu no ano passado. Apenas a chuva ajudou. “Claro que a seca de 2024 pode não ser tão severa quanto foi em 2023, afinal já há sinais positivos no 12º Boletim Hidrológico da Bacia do Amazonas, emitido pelo SGP/CPRM (Serviço Geológico do Brasil)”, diz o executivo. Segundo ele, é muito importante que sejam realizadas pesquisas para entender melhor o fenômeno das cheias e vazantes nos pontos críticos das hidrovias do Amazonas que chegam a Manaus. “Depois dessas pesquisas, será possível indicar qual a melhor solução. Sem isso, continuaremos apostando em soluções que não são precisas e desperdiçam recursos sem sucesso”, conclui Augusto.

Programação do evento

No dia 2 de abril, próxima terça-feira, será discutida a importância de estudos para entender o fenômeno das cheias nos pontos críticos da “hidrovia” do Amazonas. A mesa contará com a presença dos executivos Erick Lourenço, gerente regional da Aliança Navegação e Logística, que abordará o tema “Aliança, seu ponto de partida para todo Brasil”; e Gustavo Paschoa, CEO da Norcoast Logística, que fará a apresentação “Norcoast - Uma nova opção de cabotagem e possíveis alternativas para a seca de 2024”. Augusto Rocha vai realizar uma palestra com o tema: “A visão da indústria sobre o trânsito aquaviário”.

No dia 4 de abril, quinta-feira, o debate vai tratar das possibilidades de uma possível nova seca e quais são os principais pontos para transformar o Rio Amazonas em uma hidrovia, assegurando o trânsito de navios de container. Participarão da conversa os empresários Jorge Barroso, diretor presidente da SNPH (Superintendência Estadual de Navegação, Portos e Hidrovias), que falará sobre a “A visão da SNPH sobre a potencial seca de 2024”; André Lysâneas Teixeira Carvalhaes, capitão de mar e guerra da CFAOC (Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental), que vai refletir sobre as “Possibilidades e limitações da Marinha frente ao cenário de estiagem”; e Erick Moura, diretor de infraestrutura aquaviária do DNIT (National Department of Transport Infrastructure) de Brasília, que vai apresentar o tema “Ações da Diretoria de Infraestrutura Aquaviária do DNIT para enfrentamento da possível estiagem de 2024”.

CIEAM e logística

O CIEAM conta com uma comissão focada neste tema, que tem como desafio contribuir com a redução das desvantagens competitivas em logística do PIM (Polo Industrial de Manaus). O desafio desse grupo é fomentar e coordenar a integração entre as empresas na busca de soluções eficazes de logística, propondo alternativas de melhoria e custos com governos estaduais, federais e prestadores de serviços.

SERVIÇO

Evento: IX Fórum de Logística

Data: 02/04 e 04/04

Horário: das 14h30 às 16h10 (horário de Manaus)

Local: Auditório Celso Piacentini - CIEAM

Sobre o CIEAM

O Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) é uma entidade empresarial com personalidade jurídica, ligada ao setor industrial, que tem por objetivo atuar de maneira técnica e política em defesa de seus associados e dos princípios da economia baseada na Zona Franca de Manaus (ZFM). Implementada pelo governo federal em 1967, com o objetivo de viabilizar uma base econômica no Amazonas e promover melhor integração produtiva e social entre todas as regiões do Brasil, a Zona Franca de Manaus é um modelo de desenvolvimento regional bem-sucedido que devolve aos cofres públicos mais da metade da riqueza que produz. Atualmente, são 600 empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM), que geram mais de 500 mil empregos, diretos e indiretos, e garantem a preservação de 97% da cobertura florestal do Amazonas. Em 2022, movimentou mais de 177 bilhões, um aumento de 12% em relação ao ano anterior.



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