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CIEAM participa de painel sobre Biotecnologia na Amazônia

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02/12/2022


De 29 a 30 de novembro, em Manaus, foi sediada a segunda edição do Festival de Investimento de Impacto e Negócios Sustentáveis da Amazônia. A programação contou com vários painéis com a participação de atores envolvidos no debate dos negócios sustentáveis.

O Centro da Indústria do Estado do Amazonas - CIEAM, foi convidado para a moderação do painel “Biotecnologia no Polo Industrial de Manaus – Buscando conexões com a floresta” com moderação do presidente-executivo da entidade, Lúcio Flávio Morais de Oliveira.

Participaram do painel os convidados, Mariana Barella (Tutiplast), Sandra Barros (ASPACS), Octavio Nogueira (WWF) e Bruna Mesquita (Michellin).

Ao iniciar o painel, o presidente-executivo fez menção à frase do professor Samuel Benchimol sobre desenvolvimento sustentável e ao conceito de ESG, que antes de existir já era por Benchimol elaborado, destacou o Lúcio Flávio.

“(...) O próprio termo de desenvolvimento sustentável, por si só, já é um pleonasmo, pois enquanto o crescimento econômico implica expansão da produção econômica, em termos quantitativos, o desenvolvimento exige sempre mais qualidade: produção maior, porém, melhor, mais abundante, menos agressiva, gestão superior da produtividade incorporando valores extraeconômicos, como sociais, biológicos, físicos, políticos e éticos (...)”. Samuel Benchimol

"A exemplo do que a Bruna e o Otávio apresentaram hoje, demonstra que é real a possibilidade de você fazer parcerias em busca do desenvolvimento de novas cadeias produtivas na Amazônia e que é de fundamental importância, pois além de manter o Polo Industrial, temos que ampliar e expandir essas novas cadeias produtivas para o interior e dar oportunidade de desenvolvimento e assim atingir o objetivo principal do modelo Zona Franca de Manaus que é a redução das desigualdades regionais", destacou Lúcio.

Interface entre a Indústria e a Academia

A diretora de Operações da Tutiplast, Mariana Barrella, destacou a falta de celeridade para colocar as pesquisas oriundas dos recursos de P&D em prática no mercado. “O que eu entendo e precisa ser organizado urgentemente, principalmente na Amazônia, porque temos milhões de oportunidades aqui é uma celeridade e uma facilidade tanto dos recursos de P&D que é uma questão primordial para o desenvolvimento da região”.

Comunidades

Sob a direção de Sandra Barros, presidente da associação e sua equipe, a Associação de Produtores Agroextrativistas da Colônia do Sardinha (ASPACS) vêm crescendo, melhorando a qualidade dos seus produtos e aumentando seu portfólio. Hoje eles produzem: Manteiga de Muru Muru, Óleo de Andiroba, Óleo resina de Copaíba e Manteiga de Cupuaçú. Eles trabalham com produtos oriundos do extrativismo sustentável desde 1997.

“Nós sabemos que a logística é muito complexa, para se ter uma idéia, de Lábrea para chegar no último ponto em que a gente trabalha são 15 dias para pegar os produtos e levar para uma pequena oficina de beneficiamento de óleo que nós temos em Lábrea, então, isso já é um entrave muito grande, é preciso também fortalecer as comunidades porque assim facilita tanto para nós enquanto associação como para as empresas, porque lá é que tá o conhecimento, nós temos os produtos da floresta, mas tá faltando as boas práticas, visitas, como fazer e como trazer um produto de qualidade para a usina para que se possa passar para a empresa, é todo esse envolvimento tanto os ribeirinhos como as empresas, mas já estamos chegando lá através do IDESAM, desde 2018 quando eu assumi a associação e hoje estamos com alguns contratos como a Natura, a 100% e cada vez mais o nosso produto é colocado no mercado com qualidade, mas para isso precisamos ser vistos como principal ator dessa história”, relatou a presidente da Aspacs.

Produção de borracha

Fortalecer a cadeia da borracha do extrativismo da Amazônia é apoiar as comunidades seringueiras e conservar a floresta em pé. Essa é a premissa da parceria firmada entre a Fundação Michelin e o WWF-Brasil, “Juntos pelo extrativismo da borracha na Amazônia”. Nos próximos 3 anos, junto com parceiros locais, a iniciativa gerará impacto positivo para 3.800 famílias, beneficiadas direta ou indiretamente pelo trabalho de conservação e manejo de 6,8 milhões de hectares em 14 Unidades de Conservação no Amazonas.

O público presente pôde fazer perguntas aos painelistas, uma delas tratou sobre a agregação de valor à matéria-prima e como “evitar” um passado onde a Amazônia era vista como mera fonte de matéria-prima onde o beneficiamento desses materiais eram feitos fora da região. O especialista em sociodiversidade, da WWF, Octávio Nogueira respondeu sobre o serviço ambiental atrelado aos produtos da Amazônia. “Os produtos da Amazônia produzidos com a floresta em pé não são só produtos, eles carregam serviços também, então quando você compra um produto, uma matéria-prima amazônica, você também compra m serviço ambiental atrelado a ela, então nesses casos em que a matéria-prima vai sair como matéria-prima é preciso engajar os compradores, o mercado e os exportadores para que eles adotem mecanismos e comuniquem também através de seus produtos, eu acho que esse é um dos caminhos”.

O 2º FIINSA se iniciou oficialmente com a participação do co-fundador e co-presidente do conselho da Natura &Co, Guilherme Leal. Investidor de impacto com experiência em empreendedorismo com impactos positivos, reforçou a importância da participação de atores múltiplos e diversos para a construção de novos modelos de negócio na floresta.

O objetivo do Festival, promovido pelo Idesam, AMAZ aceleradora de impacto e Impact HUB Manaus, é consolidar o evento como um ponto de encontro para investimentos de impacto e desenvolvimento de negócios sustentáveis na Amazônia.

A programação do 2º FIINSA foi composta por cinco trilhas: Estruturando o ecossistema; Financiamento e acesso a capital; Pesquisa, desenvolvimento e inovação; Comunidades; e Desafios do empreendedorismo. Saiba mais: https://fiinsa.org.br/noticias/

Empreendedores, investidores, organizações da sociedade civil e outros atores que integram o ecossistema de impacto na região estiveram juntos debateram caminhos, oportunidades e desafios para o desenvolvimento do ecossistema de impacto amazônico, a bioeconomia e o futuro da maior floresta tropical do planeta.

Fonte: Comunicação CIEAM

*Com informações da assessoria

imprensa@cieam.org.br

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