21/05/2015
O presidente do Cieam, Wilson Périco, disse que o papel da entidade é de defender as indústrias em qualquer ocasião que coloque a produtividade das fabricantes em risco. Périco afirmou que é solidário aos reivindicantes da Suframa, mas que é preciso garantir o direito de atuação das empresas. “Entendemos e somos solidários aos pleitos dos servidores da Suframa. No entanto, temos que defender os direitos de nossos associados, motivo pelo qual a ação está sendo discutida. Isso não tem nada contra o movimento dos servidores, mas entendemos que a sociedade não pode ser penalizada pela falta de bom senso e entendimento do governo federal para com os servidores”, explicou.
Périco ainda disse que está otimista quanto à tentativa da bancada do Amazonas em reverter o veto à MP 660/2014 anunciado pela presidente da República Dilma Rousseff. “Sabemos do empenho de nossa bancada e também do quanto é difícil mobilizar todo o Congresso com uma questão local como essa. Estamos acompanhando e trabalhando para que isso aconteça”, declarou.
Durante a paralisação dos servidores da autarquia deflagrada em 2014, o Cieam impetrou um mandado de segurança no TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região para pedir a liberação das mercadorias destinadas ao processo fabril, que foram retidas em função da greve dos servidores da autarquia. A última greve durou 47 dias e gerou um prejuízo estimado em R$ 300 milhões ao dia.
Périco lembra que existem outras ameaças de greve que podem afetar o PIM, como a dos auditores da Receita Federal, dos fiscais agropecuários e dos fiscais da Anvisa. “O ano de 2015 já aponta com retração para o Polo Industrial de Manaus. Essas questões podem agravar ainda mais essa situação. Estamos atentos e buscaremos todas as formas de evitar um impacto ainda maior aos investimentos feitos no PIM, assim como aos empregos gerados por esses investimentos”, concluiu.
Greve inicia hoje
Os primeiros serviços a serem interrompidos, nesta quinta-feira (21), são os relacionados ao setor administrativo. A partir de amanhã será a vez dos trabalhos pertinentes ao acompanhamento de projetos industriais e de liberação de mercadorias. O movimento é reivindicatório ao veto presidencial referente ao 9º artigo da MP (Medida Provisória) 660/20104, que prevê a reestruturação salarial dos funcionários da autarquia.
O presidente do Sindframa (Sindicato dos Servidores da Suframa), Anderson Belchior, anuncia que a partir desta quinta-feira (21) serão paralisados somente os serviços considerados não essenciais, que são os setores de apoio que desenvolvem atividades administrativas. Na sexta-feira, será a vez da interrupção das atividades essenciais, referentes aos acompanhamentos de projetos industriais e às liberações de mercadorias.
Segundo Belchior, em atendimento à legislação, apenas 30% das mercadorias que entram na ZFM (Zona Franca de Manaus) e áreas de livre comércio serão liberadas pelos funcionários. “Em respeito à lei da greve vamos manter a atuação de 30% dos serviços”, informou.
O presidente do sindicato ainda assegurou que o movimento será finalizado somente após o atendimento, por parte da presidência da República, às reivindicações apresentadas pela categoria. Para que isso aconteça, será necessário acontecer a derrubada do veto. “Estamos confiando nos parlamentares quanto à derrubada do veto e esperamos que o governo federal se sensibilize e atenda às nossas solicitações. O prejuízo estimado para esta greve é de R$ 13 bi, o mesmo montante calculado na última paralisação”, disse.
O presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antônio Silva, informou que está tomando as devidas providências na tentativa de amenizar a situação, de forma que as empresas não tenham os seus planejamentos atrasados. “Tentamos amenizar a situação para que os principais atores do desenvolvimento não sejam prejudicados. Entendemos a situação dos servidores da Suframa. Estivemos juntos, em discussões, e agora buscamos a retirada do veto no senado”, afirmou. “A greve é sempre prejudicial. Vamos precisar tomar medidas jurídicas para que não haja interferências em nossas liberações e as indústrias consequentemente não sejam afetadas”, completou.
Fonte: JCAM