29/05/2015
O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, comenta que após nove dias do início da greve os empresários começam a se preocupar com a retenção dos materiais que chegam à Manaus e deveriam seguir para as fábricas. Azedo explica que a situação só não é mais alarmante porque algumas empresas estão com linhas de produção paradas e os funcionários em regime de férias coletivas. “Se a greve se estender haverá falta de matéria-prima ou de bens intermediários para serem utilizados nas linhas de montagem. Sabemos que os depósitos de cargas estão abarrotados de produtos que chegam à Manaus, mas ficam retidos por falta de liberação”, disse.
O vice-presidente acredita que a ação ajuizada pelo Cieam resulte em uma intervenção do poder público com o intuito de determinar a atuação de um percentual, mesmo que mínimo, de servidores da Suframa para a liberação de mercadorias. “Esperamos que por meio desta ação uma parte do efetivo da autarquia seja designada a atuar diariamente para que os serviços não sejam totalmente paralisados. A greve é justa embora aconteça em um momento tão delicado, no país”, avalia.
De acordo com o presidente da Associação dos Fabricantes de Insumos e Componentes do Amazonas (Aficam), Cristóvão Marques, boa parte das fabricantes de componentes estão com o nível de produção reduzido ou estão paralisadas. Ele conta que a queda no índice produtivo é justificada pela baixa demanda de pedidos que envolvem as fabricantes de plásticos e estamparia. “De janeiro até este mês registramos queda de 50% na produção. Se não recebemos pedidos, não há vendas”.
Marques informa que as fabricantes de componentes ainda não sentem o efeito negativo da greve por conta da baixa produção. Mas, caso a situação se prolongue, vai afetar o segmento. “Geralmente as empresas trabalham com estoques que atendem a 20 dias. Mas, se começarem a produzir ao mesmo período em que a greve perdurar, vai haver falta de material”, cita.
De acordo com o presidente da ACA (Associação Comercial do Amazonas), Ismael Bicharra, o comércio ainda não sente os reflexos da paralisação dos servidores da Suframa porque os lojistas trabalham com produtos armazenados para o período de 30 dias. Porém, ele ressalta que todo movimento grevista gera um ônus para qualquer segmento.
Bicharra avalia que as ameaças de ocorrências de novas greves também podem prejudicar os setores produtivos do Estado. “Vivemos uma crise institucional que envolve economia e política. É uma situação difícil que acredito que vamos conseguir ultrapassar”, afirma.
Fonte: JCAM