18/01/2019

Notícia publicada pelo Jornal Acrítica

Representantes da empresa chinesa CITIC Construction estão no Amazonas com o objetivo de investir no setor de mineração do Estado. Após uma reunião realizada com os estrangeiros na sede da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), na tarde de ontem, o secretário de Fazenda, Alex Del Giglio, afirma que as primeiras obras voltadas para a infraestrutura das mineradoras ficaram previstas para o final deste ano.

Os secretários de Meio Ambiente, Planejamento e Ipaam, também participaram do encontro. "Esta primeira rodada de reuniões foi muito positiva, pois, existe de fato o interesse de investimento por parte dos chineses na região. Uma oportunidade única, uma vez que estamos à procura de novas matrizes econômicas, e, os chineses assim como os canadenses, estão otimistas com a parceria do governo", acrescentou o secretário da Sefaz.

Conforme informações da assessoria da Sefaz, para o início das obras ocorrer, é preciso que seja finalizado um licenciamento indígena, que está sendo conduzido por antropólogos da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

Os primeiros investimentos da CITIC Construction devem ocorrer no município de Autazes (distante 107 quilômetros de Manaus), que recebeu uma comitiva da empresa na última quarta-feira (16), onde, o representante Tong Tianbing, demonstrou grande interesse na região que é rica em silvinita, o minério mais importante para a produção de potássio.
Na visão do prefeito de Autazes, Andresson Cavalcante, a presença dos chineses é sinônimo de "mais investimentos, geração de emprego e transferência de tecnologia".

Ainda está prevista a realização de uma visita técnica no município de Urucurituba (a 207 quilômetros de Manaus), outra região rica em potássio, nesta sexta-feira (17), que também deve ser o último dia da comitiva no Amazonas.

Blog

Denise Kassama

Economista

"Atualmente a China é o país que mais cresce economicamente em todo o mundo. Por conta disto que eles estão expandindo as fronteiras também para o Amazonas, que há muito tempo tem sido objeto de investimento dos chineses.

Podemos conferir a exemplo disto a presença deles com indústrias, seguindo pela ampla presença no comércio, nítida no Centro de Manaus como todos podem conferir, e agora eles buscam novos investimentos e matrizes econômicas em nossa região.

Temos ouvido falar eles trabalharem a interiorização por meio da criação de minerado ras, o que no meu ponto de vista é bem vindo, desde que se respeitadas todas as legislações ambientais. Se eles não faltarem com nenhuma documentação e permanecerem de forma
legal, sem prejudicar as minorias, podem ser muito bons para a economia local, gerando centenas de empregos no Interior do Estado, o que é bem recebido por seus moradores.
Não vejo nada negativo com a vinda deles, pelo contrário, acredito que eles só devam somar, tendo em vista as inúmeras riquezas que temos que podem virar fonte de recurso para nós e para eles.

Segundo uma pesquisa apurada pela reportagem do jornal A CRÍTICA, a CITIC Construction chegou a ser considerada uma das 100 maiores empresas do ramo de construção do mundo, após contar com uma receita estimada em 2,73 bilhões de dólares em 2011, o que também a colocou no rol das 100 maiores construtoras do mundo.

Atualmente ela encontra-se entre as 250 maiores do planeta. Entre os investimentos na área de mineração, a empresa chegou a formar um consórcio para a produção de zinco e chegou a investir um capital de 185 milhões de dólares na empresa Oxus Gold, uma mineradora de ouro com ativos na Ásia Central.

Comentário

POR NelsonAzevedo

VICE-PRESIDENTE DA FIEAM

`Daremos o suporte necessário'

Atualmente a área que compreenda a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), conta com a presença de quatro empresas chinesas, entre elas a Gree do Brasil, fabricante de condicionadores de ar, que atua desde 2001 no Polo Industrial de Manaus. Caso os investidores tenham o interesse de também destinarem recursos para novas fábricas, o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), garante todo suporte necessário. "O relacionamento no setor empresarial entre Amazonas e China até o momento é o melhor possível. Notamos que o objetivo do Governo Federal e Estadual em melhorar a economia é algo em comum, tirando a insegurança jurídica e assegurando o investidor que aqui (no Amazonas) é um bom lugar para se investir. Similarmente, nós da Fieam procuramos providenciar todo tipo de apoio possível, com o por exemplo na capacitação de pessoas para o tipo de mão-de-obra que cada investidor necessitar, com uma educação a nível de Sesi, Senai e IEL.

Estamos prontos para atender investidores de todo o mundo. Domínio do comércio Márcio Silva Os lojistas chineses invadiram o centro comercial de Manaus e vendem de tudo a preços menores Não é de hoje que os chineses demonstram interesse pela Região
Amazônica, no Centro de Manaus por exemplo, segundo dados da Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL Manaus), até 2016 havia a existência de 250 estabelecimentos comerciais na região, que atualmente já devem ter ultrapassado o número que não tem como ser atualizado devido a quantidade de lojas instaladas de maneira irregular na cidade.

O que pode ser notado pela facilidade de se encontrar uma loja chinesa a cada esquina do Centro da cidade. Além da variedade de produtos como bolsas, acessórios e cosméticos, existe outro fator que também gera concorrência com os demais comerciantes, o preço.
Isto porque, os produtos vendidos nas lojas chinesas são de 30% a 50% mais baratos que as demais lojas.

Apesar da facilidade nas vendas, a economia chinesa deve desacelerar ao longo este ano, pois, ao decorrer de demandas internas o setor vem enfraquecendo e as exportações sendo prejudicadas pelas tarifas dos Estados Unidos, conforme apresentado pela agência Reuters nesta quinta-feira (17), o que reforça as perspectivas de que Pequim precisará implantar mais medidas de estímulo.

Ano passado, a China que é considerada a segunda maior economia do mundo, mas a pressão logo se intensificou depois que a repressão aos empréstimos mais arriscados aumentou os juros e tornou mais difícil para as empresas menores obter financiamento, estimulando uma inadimplência recorde.