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Cenários no pós covid-19

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11/05/2020

Fonte: Acrítica

A retomada da atividade industrial logo após a pandemia do Covid-19 vai ser um dos maiores desafios já enfrentados pelo setor: quem souber se posicionar de maneira adequada tem maiores chances de acertar o reinício. Um bom resultado vai depender também de medidas efetivas de apoio ao emprego e uma forte injeção de recursos públicos na economia. Essas foram algumas das conclusões do debate promovido na última quinta-feira (7) pela Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), com o tema `A indústria amazonense pós-Covid-19'.

No melhor dos cenários, pode ser que aconteça um grande reaquecimento da indústria local e da indústria nacional na pós-pandemia, na avaliação do professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e diretor da Fieam, Augusto Rocha, à frente do debate virtual, que contou com participação do empresário e vice-presidente da Fieam, Nelson Azevedo.
"Eu diria que o momento é de apreensão e, no fundo, com uma esperança de que (a pandemia) acabe logo e a gente consiga reconstruir e tornar mais forte toda essa estrutura industrial, porque toda crise acaba e toda crise nos deixa mais fortes", disse Rocha.

"O momento é de apreensão e, no fundo, com uma esperança de que (a pandemia) acabe logo e a gente consiga reconstruir e tornar mais forte toda essa estrutura industrial".

AUGUSTO ROCHA Professor da Ufam

Para Nelson Azevedo, as crises aceleram decisões que em épocas normais levam anos de debates. "O mercado está se ajustando a essa nova forma de fazer negócios, onde novos nichos de consumo estão surgindo enquanto outros ganham musculatura, como o segmento farmacêutico e de produtos para a saúde", disse Azevedo.

Uma coisa é certa, disse o vice-presidente, o consumo das famílias não será o mesmo na As indústrias de todo o mundo terão identificar novas tendências no comportamento do consumidor pós-pandemia. "As indústrias também terão que rapidamente identificar as novas tendências sob pena de ficar com estoque encalhado, com risco de obsolescência", defendeu.

SOBREVIVÊNCIA

A crise atual, na avaliação de Augusto Rocha, tem todos os elementos para deixar o Polo Industrial de Manaus e a própria indústria nacional muito mais fortes. "É muito importante acreditar e perceber isso, mas precisamos chegar vivos, precisamos de recursos, de preferência, de `dinheiro impresso' pelo Estado, para manter os empregos", disse, referindo-se à proposta que vem defendendo de que o governo deve injetar liquidez na economia, comprando títulos privados para girar a máquina.

PERDAS E GANHOS

Na crise, quem mais está perdendo, sem dúvida, avaliou o professor, é o setor de turismo e seus associados, como hotéis, fornecedores, restaurantes, empresas de táxi. Na sequência, as empresas aéreas porque as viagens de turismo vão continuar paradas ainda por um bom tempo.

"E o que vai acontecer depois da pandemia ninguém sabe, as pessoas vão querer voltar a viajar?", indagou. "Por outro lado, a gente vê pessoas ganhando muito no curto prazo, como o setor farmacêutico e hospitalar. Mas não deixa de ser um ganho nervoso, com preocupação se as empresas vão conseguir comprar de maneira adequada e com isso ter problemas de crédito no médio prazo", avaliou.

Outras empresas que faturam na crise, na avaliação do professor, são as que estão ligadas à tecnologia da informação e os processos de transformação digital que levam empresas a
usar mais a internet. Entre os setores que representam uma grande incerteza para o futuro, Augusto Rocha citou o de petróleo, que experimentou preços negativos nas últimas semanas.

"O que vai acontecer com a indústria de energia, de gás, por exemplo, como vai ficar a indústria automobilística, nesse contexto, será que vão conseguir retomar as vendas que caíram de maneira assustadora?", questionou.

Segundo Rocha, no Polo Industrial de Manaus, as empresas estão extremamente nervosas, reconfigurando as suas cadeias de suprimento. "E eu acredito que vai existir, no médio prazo, uma verticalização dessas cadeias, o que não deixa de ser uma mega oportunidade para o PIM".

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