CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas

Notícias

Celulares e tablets salvam a receita do setor de aparelhos eletrônicos

  1. Principal
  2. Notícias

05/12/2014

A retração do mercado interno e a queda nas exportações resultaram numa tímida alta de 2% no faturamento nominal dos fabricantes nacionais de eletroeletrônicos em 2014. De acordo com dados da Associação Brasileira de Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), no ano, o setor faturou R$ 159 bilhões, contra R$ 156,7 bilhões registrados em 2013. Mas, descontando a inflação do período, a entidade afirma que houve uma queda real de receita de 3%. Por outro lado, o desempenho do setor poderia ter sido ainda mais negativo se não fossem as vendas de celulares e tablets.

Enquanto a comercialização de desktops, notebooks e PCs recuou, a dos tablets cresceu 19%, fazendo com que saltasse de 37,6% de participação no mercado de computadores pessoais para 48,4% este ano. Já a venda de celulares aumentou 27%, ampliando a participação dos smartphones no mercado — 74,8% do total comercializado. Em 2013, eles correspondiam a 52,9% do total.

“2014 não foi um ano para celebrar. A queda na atividade econômica trouxe sérias dificuldades para a indústria de eletrônicos. Todos os segmentos registraram recuo de faturamento, com exceção dos fabricantes de celulares e de utilidades domésticas — que obtiveram um resultado positivo por causa da venda de TVs, impulsionadas pela Copa do Mundo. A queda no número de empregos para o patamar que tínhamos em 2010 reflete a dificuldade que enfrentamos”, afirmou Humberto Barbato, presidente da Abinee.

Segundo ele, as exportações do setor vão recuar 9% este ano, caindo de 10,1% para 9,8% a participação no faturamento do setor. Em 2009, as vendas externas correspondiam a 13,4% do total das receitas. “A boa notícia é que houve aumento das exportações para os Estados Unidos e para Ásia, com alta de 6% e 11%, respectivamente. Mas registramos queda nas vendas para a América Latina, nosso principal mercado, sobretudo na Argentina e na Venezuela”, disse, mencionando que as importações do setor também caíram, registrando redução de 4% nas receitas, atingindo R$ 41,9 bilhões.

Barbato elogiou a indicação de Armando Monteiro para ocupar a vaga de titular no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), dizendo que o ex-presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) tem um perfil técnico altamente qualificado. “Monteiro conhece a base industrial, os desafios do setor. Liguei para ele para parabenizá-lo e ele reforçou que o Ministério manterá uma agenda conjunta com a indústria. Nossa preocupação agora é com a indicação dos futuros gestores do BNDES e do Ministério da Ciência e Tecnologia. O ideal é que o novo ministro tivesse, além da competência e da capacidade técnica, respaldo e trânsito no governo. Alguém que pudesse sentar numa mesa e discutir de igual para igual com os ministros da Fazenda e do Planejamento”, sugeriu.

O presidente da Abinee elogiou algumas medidas do governo, como a desoneração da folha, explicando que teve impacto benéfico maior para o segmento de telecomunicações, e defendeu a desvalorização cambial, dizendo que a indústria brasileira atravessa uma grande crise de competitividade e uma recessão técnica. “Como diria o saudoso Mário Henrique Simonsen: a inflação aleija, mas o câmbio mata. Com pequenas variações das necessidades de um segmento ou outro, o dólar cotado a R$ 3,10 é o ideal para o nosso setor.

O governo controla o câmbio para evitar o impacto sobre a inflação, mas não adianta adotar uma política industrial e admitir a valorização do câmbio. Alguém sempre vai pagar a conta e, neste caso, quem está pagando a conta do controle da inflação é a indústria brasileira que cada vez mais perde competitividade e participação no PIB”, afirmou.

Abinee estima um crescimento de receita de 2% em 2015, e alta no faturamento de quase todos os segmentos, com exceção dos fabricantes de equipamentos para geração, transmissão e distribuição de energia e de celulares. “No ano que vem haverá uma estabilização dos preços dos smartphones, o que deve gerar uma queda na receita de 3%, mas em termos de volume de vendas prevemos um aumento de 2%”, frisou, mencionando que 2015 será um ano de ajustes e que o setor prevê uma alta de 1% na economia brasileira.

Fonte: Abinee

Coluna do CIEAM Ver todos

Estudos Ver todos os estudos

Diálogos Amazônicos Ver todos

CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas © 2023. CIEAM. Todos os direitos reservados.

Opera House