CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas

Notícias

Insumo retirado da casca do cupuaçu oferece alternativa sustentável para indústria e comunidades do AM

  1. Principal
  2. Notícias

07/08/2019

Notícia publicada pelo G1

Uma pesquisa científica teve como objetivo identificar compostos orgânicos presentes na casca do cupuaçu, fruto típico da região, para efeito de retardamento de cura do poliéster, para futuramente serem utilizados comercialmente como retardantes “verdes”. O projeto visa oferecer uma nova alternativa para a indústria de Poliéster com o insumo mais barato, além de gerar emprego e renda para as comunidades produtoras de cupuaçu, que desperdiçam a casca do fruto.

A pesquisa foi desenvolvida pelo doutor em Ciência e Engenharia de Materiais, Rannier Mendonça, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e teve fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

Polímeros são materiais orgânicos, macromoléculas formadas pela união de unidades estruturais menores, chamados de monômeros. Conhecido, popularmente, como plásticos, os polímeros também podem ser representados pelas borrachas e outros tipos de polímeros que são encontrados na natureza, como, por exemplo, amido, celulose, lipídios e proteínas.

Segundo o pesquisador, o poliéster é muito utilizado na indústria automobilística e naval para a confecção de peças e cascos de embarcações. Alguns desses produtos possuem dimensões ou geometrias que necessitam de um tempo maior de manuseio da resina (polímero no estado líquido antes do processo de endurecimento), sendo necessário adicionar um insumo químico chamado de retardante de cura, conforme explica Rannier.

A ideia da pesquisa foi entender como a casca do cupuaçu reage quimicamente com a resina poliéster insaturada, retardando esse endurecimento. “Ao adicionar a casca de cupuaçu na resina poliéster insaturada, a mesma demorou a finalizar o processo de cura, o que nos levou a investigar o motivo. A cura do polímero trata-se dos processos reacionais entre os componentes poliméricos (chamados de monômeros), que, depois de seu total consumo e formação de novas ligações químicas, possibilita que esse polímero permaneça no estado físico sólido,” contou.

Alternativa sustentável

Conforme o pesquisador, os principais retardantes utilizados hoje são materiais tóxicos e gerados de fontes não renováveis, além de serem muito caros. Com o projeto, além de oferecer uma nova alternativa para a indústria com o insumo mais barato, sem riscos ao operador e de fontes renováveis também garante a geração de emprego e renda para as comunidades produtoras de cupuaçu, que desperdiçam a casca do fruto.

“Normalmente, a casca é jogada em aterros sanitários, poluindo o meio ambiente, ou transformada em adubo. Ou seja, não existe valor econômico algum. Com a comprovação desse trabalho, foi possível incorporar valores tecnológicos que permitem que um produto descartado possa ser revertido como algo de valor, portanto gerando renda aos produtores”, conta o pesquisador.

O retardante de cura é um tipo de inibidor que prolonga o tempo de trabalho do polímero antes de entrar no estado de gel. Na resina poliéster, o retardante tem a propriedade de doar um átomo de hidrogênio para a reação, diminuindo a concentração de radicais livres gerados pelo catalisador. Portanto, desacelerando, inicialmente, as uniões entre os meros.

Coluna do CIEAM Ver todos

Estudos Ver todos os estudos

Diálogos Amazônicos Ver todos

CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas © 2023. CIEAM. Todos os direitos reservados.

Opera House