08/06/2015
O estudo projeta o cenário para as vendas de bens de consumo até 2019. A categoria Tecnologia e Comunicação, que até o último ano ainda figurava entre as de maior potencial de crescimento, agora aparece dentre as piores perspectivas. Depois de o setor crescer 111% entre 2009 a 2014, a previsão é de desacelerar para 22% de crescimento no acumulado dos próximos anos até 2019. No ano passado, a projeção era bem maior, de aumento de 84% até 2018.
O desaquecimento já afeta 2015. De acordo com outro levantamento da Mintel, 47% dos brasileiros dizem que reduziram as compras de dispositivos eletrônicos nos 12 meses anteriores a abril deste ano.
"Na medida em que renda começou a ficar mais pressionada, os consumidores começaram a cortar mais esses gastos", comenta Renata Moura, analista sênior em pesquisa de consumo. Fatores como a desvalorização da moeda brasileira, que torna as importações mais caras, e as taxas de juros mais altas também são apontados pela Mintel como responsáveis por essa desaceleração no segmento.
Gastos com lazer e com roupas também tendem a ser evitados pelas famílias brasileiras nos próximos anos, de acordo com o estudo. No último ano, 40% dos brasileiros já reduziram suas compras nestes setores e devem continuar nessa trajetória.
Desde 2009, lazer e entretenimento tiveram aumento de 41%, mas nos próximos cinco anos a alta será de apenas 16%, prevê a pesquisa. Já as vendas de roupas e assessórios vinham crescendo a uma média anual de 7% desde 2011, mas projeção caiu para 5%.
Ano difícil
A pesquisa revela uma desaceleração geral do consumo no Brasil nos próximos cinco anos na comparação com os últimos cinco. A previsão é de que o total de gastos tenha um crescimento anual de 7% até 2019 ante uma média de 11% ao ano entre 2009 e 2014.
Em 2019, a expectativa é de que o total de gastos dos brasileiros ultrapasse R$ 4 trilhões ante R$ 3,2 trilhões em 2014. Até lá, porém, o crescimento dos gastos deve ser mais significativo em itens básicos como alimentação em casa, transporte e finanças pessoais.
Renata considera que as projeções ainda não levam em conta o impacto total de medidas do ajuste fiscal que estão em andamento. Para 2015, há a perspectiva de um ritmo de crescimento menor do que a média anual projetada, mas a analista trabalha com um cenário de recuperação nos anos seguintes.
Fonte: Portal D24am.com