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Cadeia econômica de valor agregado

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16/09/2019

Notícia publicada pelo Jornal A Crítica

O desenvolvimento sustentável é um desafio para a humanidade, como alinhar economia e que vai além da preocupação com o meio ambiente mais o equilíbrio entre o homem e a natureza.

Mas essa realidade parece não estar tão distante das comunidades localizadas na Bacia do Rio Negro. Movida pela coleta da castanha da Amazônia, a Cooperativa Mista Agroextrativista do Rio Unini (Coomaru), tem atualmente mais de 160 famílias beneficiadas, e há 26 anos contam com o apoio da Fundação Vitória Amazônica (FVA).

O coletor e presidente da Coomaru diz que antes da realização desta parceria os coletores eram explorados e recebiam pouco e a parceria com a FVA garantiu a dignidade dos moradores.

Agora eles contam com uma fábrica na qual as amêndoas, são beneficiadas, embaladas à vácuo e enviadas para a revenda em Manaus. “Se a castanha sai do castanhal, e é vendida para atravessadores, ela deixa lucro apenas uma vez. A nossa idéia junto com a FVA trouxe o produto para ser beneficiado no Rio Unini e nesse beneficiamento as próprias famílias que coletavam ganham o seu sustento e agregam valor ao produto”, completa.

Para o coordenador executivo da FVA, Fabiano Silva, as comunidades amazônicas e indígenas são fundamentais no processo de preservação ambiental e devem ter uma economia em alinhadas vida na floresta.

“Sem elas, essa missão se torna ainda mais difícil então trabalhar junto com essas comunidades principalmente que sejam mais interessante”, conta ele.

A castanheira é uma árvore que demora pelo menos uma década para dar frutos e que apresenta floração nos meses de outubro a dezembro e frutificação de outubro a março.

GASTRONOMIA

A castanha da Amazônia é um produto versátil para a gastronomia, podendo ser usado em pratos salgados, doces e até em bebidas.
Uma dos restaurantes compradores das castanhas da Coomaru é o Caxixi.
A chef e proprietária, Debora Shornik, fala da sua preferência pelos produtos de comunidades locais.
“São ferramentas para transformar os pequenos produtores em produtores maiores.
E com impacto sobre a preservação e prosperidade para o planeta como um todo”, reforça ela em valorizar os sabores da terra.

Opinião

KÁTIA EMIDIO

Pesquisadora Embrapa

Katia atua nos em assuntos relacionados à recursos florestais não madeireiros, com ênfase na castanha da Amazônia, e é pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desde 2001.

“O conceito de sustentabilidade é um dos mais desafiadores dos últimos tempos.
Conciliar crescimento econômico, preservação ambiental e melhoria das condições de vida da população é um desafio crescente.
Historicamente as populações tradicionais têm uma relação harmoniosa com a floresta, onde esta fornece bens e serviços na forma de alimentos, medicamentos, recursos hídricos, meios para expressão cultural, dentre outros, sendo em contrapartida “protegida” por estas populações que mantem uma relação mutualística com a floresta.
Neste contexto, o extrativismo de produtos florestais não madeireiros, citando aqui a castanha da Amazônia, é uma atividade histórica na relação do homem com a natureza; pode ser considerada como uma atividade com a qualidade de causar pouco ou quase nenhum impacto sobre a conservação da biodiversidade da Amazônia”.

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