23/11/2018
Notícia publicada pelo site Estadão Conteúdo
Relatório do banco JPMorgan alerta que o Brasil pode ser em 2019 o mercado emergente de maior risco por causa da dinâmica fiscal, ultrapassando a Argentina e a Turquia, os dois mercados mais afetados este ano pela mudança de humor dos investidores internacionais. O JP elevou a previsão para o dólar em 2019, de R$ 3,80 para R$ 4,10, e chama atenção para “ventos contrários do exterior”, que podem tornar as reformas prometidas por Jair Bolsonaro (PSL), como a da Previdência, ainda mais urgentes.
“O Brasil será classificado
como um dos países mais arriscados
no próximo ano em nossas previsões macro”, ressalta
relatório divulgado nesta quarta-feira, 21, e que recebeu o
título: Novo capítulo, velhos problemas. O banco americano
lançou recentemente um ranking dos emergentes mais
arriscados. Em 2018, o Brasil era o terceiro da lista, atrás da
Argentina e Turquia. Mas as projeções de 2019 para a
economia brasileira apontam aumento do risco,
ultrapassando o dos dois países.
Por enquanto, o banco avalia que Bolsonaro tem dado
sinalizações positivas e os investidores reagiram bem aos
resultados das urnas. “Os sinais de política econômica do
próximo governo têm sido mais pró-mercados do que o
esperado”, aponta o JP, prevendo que há “boa chance” de
presidente eleito aprovar uma “modesta” reforma da
Previdência em 2019. O cenário global, porém, será ainda
mais desafiador
e vai exigir urgência dessas medidas, alerta o
relatório, destacando que o Federal Reserve (Fed, o banco
central dos EUA) deve seguir elevando os juros e a tensão
comercial entre China e EUA vai prosseguir, ambos
contribuindo para pressionar o real.
“A paciência do mercado para a consolidação scal
provavelmente terá limites.” Por isso, sem uma ajuste fiscal
que melhore as deterioradas contas públicas, o JP projeta fuga
de recursos externos e pressão no câmbio.