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Biogás, eólica, hidroelétrica: energia para a indústria

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28/11/2018

Notícia publicada pelo G1

Um recurso essencial para a indústria é, também, um dos mais onerosos para a cadeia produtiva. Com reajustes seguidos na tarifa, a energia elétrica tem despertado a inovação e a criatividade do setor. Afinal, como reduzir os custos – que podem representar até 10% do faturamento das empresas – e manter as fábricas a todo vapor? Buscando novas formas de gerar e consumir energia.

O apoio para obter eficiência energética vem de várias frentes. O Senai, por meio do projeto nacional Brasil Mais Produtivo, tem ajudado as indústrias na gestão deste recurso. O ingresso no programa depende de alguns requisitos e os resultados vêm em até um ano, como indica o engenheiro do Senai, Carlos André Fiuza: “a queda no consumo de energia nos equipamentos avaliados pode chegar a 10%. E, ao final de 12 meses, a meta é que cada empresa atendida consiga reduzir os mesmos R$ 21 mil anuais na conta de energia”. No Paraná, poderão participar indústrias dos setores metalmecânico, de alimentos e bebidas, têxtil e de cerâmica.

A Copel também trabalha no desenvolvimento de um programa de eficiência energética, sinaliza o gerente dos Conselhos Temáticos e Setoriais da Fiep, João Arthur Mohr. “Ela bancará até 40% do custo da energia e o empresário assume o restante. Mas um olhar dentro da própria empresa é a forma mais eficiente de se obter um bom resultado no curto prazo, com investimento em motores mais modernos, por exemplo. Com a economia gerada a partir de novos equipamentos reduz-se significativamente o valor da conta de energia. Em dois anos é possível ter o retorno do investimento”, explica.

Novas formas de gerar energia

Em 2017, o Sistema Fiep lançou em 2017 a Rota Estratégica de Energia, baseada no desenvolvimento de ações para melhorar a eficiência energética da indústria paranaense nos próximos anos. “Os avanços tecnológicos e o acesso às informações ampliaram a visão do empresário sobre a diversidade de fontes energéticas a serem exploradas. O que a indústria busca tem caráter comum: a substituição da energia cada vez mais cara por fontes renováveis e limpas”, diz Rui Benetti, coordenador do Conselho Temático de Energia.

A Podium Alimentos fica em Paranavaí, Noroeste do Paraná, e já deu os primeiros passos. Há cinco anos, utiliza os resíduos provenientes do processo produtivo para gerar sua própria energia. Processa 400 toneladas de mandioca por dia e passou a armazenar a água resultante da fabricação em lagoas. Com o uso de um biodigestor, o material orgânico extraído, fermentado e gera o biometano. Depois de filtrado e comprimido, o gás movimenta a caldeira e os dois secadores da indústria. “Desde de que instalamos os equipamentos tivemos uma economia de 80% no consumo de lenha que era utilizada na caldeira. Reduzimos os custos e pudemos investir em tecnologia, inovação, novos produtos e benefícios para os colaboradores”, comemora o diretor da empresa, Maurício Gehlen.

A CSBioenergia, por sua vez, é especialista em geração de energia. Além de tratar o lodo de esgoto coletado pela Sanepar, também recebe diariamente 100 toneladas de resíduos orgânicos. Tudo transformado em biogás para a geração de energia elétrica. “Resíduos de grandes geradores, como a Ceasa, que antes eram um problema para a cidade, agora são transformados em energia, evitando o depósito em aterros. E os resíduos sólidos remanescentes do processo de biodigestão são transformados em fertilizante”, conta o diretor da empresa, Sergio Vidotto.

O consultor do Conselho de Energia da Fiep, Cícero Bley Júnior, autoridade no tema biogás, conta que apenas 1% da energia utilizada no Paraná é proveniente desta fonte. “O Paraná tem muito potencial para a produção porque o biogás é inerente a todas as atividades que geram resíduos orgânicos: o agronegócio pelos dejetos de animais e resíduos de soja e milho que viram ração para animais. É só complementar o processo com tecnologia para gerar a própria energia”, defende.

Outras soluções eficientes para o setor

Há opções também para indústrias que não geram resíduos. São os painéis fotovoltaicos e os consórcios de energia solar, eólica ou hidroelétrica. A Eninsa Construção e Desenvolvimento de Projetos, do empresário Paulo Arbex, de São Paulo, desenvolve PCHs – Pequenas Centrais Hidroelétricas. Com 10 projetos no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do País, a Eninsa tem dois em desenvolvimento na região de Bituruna, sul do Paraná. “Gerar energia nessa região é um ótimo negócio. O Paraná é um dos estados brasileiros de maior potencial hidroelétrico, estamos aproveitando uma vocação natural do Estado. Além disso, a energia captada a partir da vazão dos rios é a de melhor qualidade, menor instabilidade, a mais competitiva e de baixo impacto ambiental, porque é renovável. É a mais indicada para a indústria”, destaca Paulo.

Passos para o futuro

Além de gerar energia elétrica, após o seu refino, o biogás pode ser transformado em biometano, eficiente combustível que substitui o diesel. “Agora houve uma evolução na visão do governo com relação ao retorno que este tipo de energia pode proporcionar. A liberação de uso de fontes renováveis traz junto o desenvolvimento industrial, que vem no bojo da atividade. Junto com o produto é preciso investir em motores, geradores, conectores e isso agita a economia. A medida movimenta uma cadeia industrial que progride e gera lucro”, enfatiza Bley Júnior.

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