28/03/2019
Notícia publicada pelo site Brasil Econômico
O Banco Central (BC) reduziu a projeção para o crescimento da economia brasileira neste ano. A estimativa
para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no País,
passou de 2,4% para 2%. A projeção foi divulgada nesta quinta-feira (28), por meio do Relatório de
Inação, que tem periodicidade trimestral.
Entre as explicações para essa redução de expectativa, o BC cita o crescimento menor do PIB do que o
esperado para o quarto e último trimestre de 2018, o que reduziu o “carregamento estatístico [herança do que
ocorreu no ano anterior] de 2018 para 2019”. Outros fatores listados são os “desdobramentos da tragédia em
Brumadinho sobre a produção da indústria extrativa mineral”. Além disso, a instituição cita a redução estimada
para a safra agrícola e a moderação verificada no ritmo de recuperação econômica.
Em 2018, a soma dos produtos e serviços brasileiros cresceu somente 1,1%, de acordo com os dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desempenho da economia brasileira no ano foi
entendido como decepcionante diante das expectativas iniciais. Uma das principais razões para o crescimento
tão baixo foi a greve dos caminhoneiros .
A expectativa do BC para o crescimento da economia brasileira está alinhada com as projeções do mercado financeiro. O Boletim Focus, relatório semanal feito pelo próprio BC revela que a previsão é de uma alta de 2%
no PIB em 2019 .
Crescimento da economia por setores
Para o BC, a produção do setor agropecuário deverá crescer 1% no ano, ante estimativa de elevação de 2%
prevista em dezembro, após crescimento de 0,1% em 2018. A projeção para o desempenho da indústria foi
reduzida de 2,9% para 1,8%. A estimativa de crescimento da indústria de transformação passou de 3,2% para
1,8%.
A previsão para a indústria extrativa recuou de 7,6% para 3,2%. As estimativas de crescimento para
construção civil e para produção e distribuição de eletricidade, gás e água foram mantidas em 0,6% e 2,3%,
respectivamente. O BC estima ainda um crescimento de 2% para o setor terciário (que inclui comércio e
serviços) em 2019. Em dezembro passado, a previsão era 2,1%.
O consumo das famílias também sofreu redução de expectativas para este ano, passando de 2,5% para 2,2%.
Segundo a instituição, a projeção está “em linha com o relativo arrefecimento no ritmo de recuperação do
mercado de trabalho no final de 2018 e início deste ano”. A estimativa para a Formação Bruta de Capital Fixo
(FBCF) – investimentos – apresentou pequena queda, de 4,4% para 4,3%, enquanto a projeção para o consumo
do governo permaneceu a mesma, em 0,6%.
O consumo das famílias também sofreu redução de expectativas para este ano, passando de 2,5% para 2,2%.
Segundo a instituição, a projeção está “em linha com o relativo arrefecimento no ritmo de recuperação do
mercado de trabalho no final de 2018 e início deste ano”. A estimativa para a Formação Bruta de Capital Fixo
(FBCF) – investimentos – apresentou pequena queda, de 4,4% para 4,3%, enquanto a projeção para o consumo
do governo permaneceu a mesma, em 0,6%.
As exportações e importações de bens e serviços devem variar, respectivamente, 3,9% e 5,6% em 2019. As
projeções anteriores eram de 5,7% e 6,1%, segundo o último Relatório de Inação, de dezembro. “A redução na
projeção para as exportações reflete diminuição em estimativas para a safra de grãos, possíveis impactos na
exportação de minério de ferro decorrentes da tragédia de Brumadinho, revisões para baixo nas previsões
para o crescimento mundial e incertezas quanto à recuperação da economia da Argentina, importante destino
de bens manufaturados nacionais, em especial veículos”, diz o BC.
Já a diminuição na estimativa para as importações é decorrente da redução nas projeções de crescimento da
indústria de transformação e da FBCF, “com consequente decréscimo das aquisições de insumos e de
máquinas e equipamentos, bem como da redução na projeção para o consumo das famílias”.
Inflação e taxa de juros
A inação , calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve encerrar este ano em
3,9%, a mesma projeção divulgada em dezembro. O BC também projeta que a inação deve chegar a 3,8% e
3,9% em 2020 e 2021, respectivamente. Em dezembro, essas estimativas eram de 3,6% para 2020 e 3,8% para
2021.
Para fazer o cálculo das projeções, o BC considerou a taxa de câmbio do dólar em R$ 3,70, em 2019, R$ 3,75,
em 2020, e R$ 3,80, em 2021. Nesta quinta-feira, no entanto, a moeda norte-americana abriu o dia cotada
acima de R$ 4.
Para a taxa básica de juros da economia, a Selic, o mercado espera a permanência da mínima histórica, de 6,5%,
em 2019. Nos próximos anos, em contrapartida, ela deve subir: 7,75% ao ano no m de 2020, e em 8% ao ano,
em 2021.
No cenário em que Selic e dólar são constantes, em 6,5% ao ano e R$ 3,85, respectivamente, o BC estima para
este ano 4,1% de inação. Nessa trajetória, a inação cai para 4% em 2020 e volta a 4,1% em 2021. A previsão
divulgada em dezembro com esse cenário era um pouco menor neste ano (4%) e a mesma para os dois anos
seguintes. Além da queda do PIB , a economia brasileira deverá exportar menos e a inação deve terminar o
ano acima do esperado para 2019, segundo as estimativas do Banco Central.