06/11/2018
Notícia publicada pela Agência Brasil
Após as eleições, o Banco Central
destacou que diminuíram as incertezas
para a economia brasileira, com
redução de preços de ativos, como o
dólar. A afirmação consta na ata da
última reunião do Comitê de Política
Monetária (Copom) do Banco Central
(BC), divulgada nesta terça-feira (6), em
Brasília. Na última semana, o comitê
decidiu manter a taxa básica de juros, a
Selic, em 6,5% ao ano.
“Essa diminuição de incertezas
contribuiu para redução do grau de
assimetria no balanço de riscos para a
inflação. Não obstante essa melhora, os
membros do Copom concluíram que os
riscos altistas para a inflação seguem
com maior peso em seu balanço de
riscos”, diz a ata.
No “balanço de riscos”, o Copom
considera que o nível de ociosidade
elevado da economia pode reduzir a
inflação. Por outro lado, “uma
frustração das expectativas sobre a
continuidade das reformas e ajustes
necessários na economia brasileira”
pode elevar a inflação. “Esse risco se
intensifica no caso de deterioração do
cenário externo para economias
emergentes [como o Brasil]”,
acrescentou.
Conjuntura
Na ata, o Copom avaliou ainda que a
conjuntura recomenda flexibilidade para a condução da política monetária
(definição da taxa Selic). Por isso, optou
por não sinalizar qual será seu próximo
passo em relação à Selic.
“Os membros do Copom reforçaram a
importância de enfatizar seu
compromisso de conduzir a política
monetária visando manter a trajetória
da inflação em linha com as metas. Isso
requer a flexibilidade para ajustar
gradualmente a condução da política
monetária quando e se houver
necessidade”, destaca.
Segundo a ata, a inflação acumulada em
12 meses deve subir e atingir seu pico
por volta do segundo trimestre de 2019.
“A partir de então, a inflação acumulada
em 12 meses deverá recuar ao longo do
resto de 2019, em direção à meta”,
acrescenta.
A meta de inflação, que deve ser
perseguida pelo BC, é 4,5% este ano.
Essa meta tem limite inferior de 3% e
superior de 6%. Para 2019, a meta é
4,25% com intervalo de tolerância entre
2,75% e 5,75%.
Cotação do dólar
O Copom também avaliou o repasse da
variação da cotação do dólar para os
preços da economia.
De acordo com a ata, “com exceção de
alguns preços administrados, o nível de
repasse tem se mostrado contido”.
“[Os membros do Copom] ponderaram,
entretanto, que a intensidade do
repasse de movimentos no câmbio para
a inflação depende de vários fatores,
como, por exemplo, o nível de
ociosidade da economia e da ancoragem
das expectativas de inflação”, diz a ata.
O Copom é formado pelos diretores e
presidente do BC, Ilan Goldfajn. Eles
são os responsáveis por definir a taxa
Selic.
Essa taxa é o principal instrumento do
BC para alcançar a meta de inflação.
Quando o Copom aumenta a Selic, o
objetivo é conter a demanda aquecida, e
isso causa reflexos nos preços porque os
juros mais altos encarecem o crédito e
estimulam a poupança.
Quando o Copom reduz a Selic, a
tendência é que o crédito fique mais
barato, com incentivo à produção e ao
consumo, reduzindo o controle da
inflação.
A manutenção da taxa básica de juros indica que o Copom considera as alterações anteriores suficientes para chegar à meta de inflação.