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Balança comercial mostra primarização no Amazonas

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26/02/2019

Notícia publicada pelo Jornal do Commercio

Marco Dassori

A corrente de comércio exterior do Amazonas iniciou o ano em queda. A soma das exportações e importações foi 8,74% menor em janeiro de 2019 (US$ 983,06 milhões), em relação ao resultado do mesmo mês de 2018 (US$ 983,06 milhões), em relação ao resultado do mesmo mês de 2018 (US$ 1.08 bilhão). Os números foram extraídos da base de dados do Mdic (Minsitério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços).

As importações recuaram 7,75% no mesmo mês, ao passar de mais de US$ 1 bilhão (2018) para US$ 922.53 bilhões (2019). As exportações totalizaram US$ 60.53 milhões (2019) contra US$ 70.52 milhões (2018), 14,17% abaixo do apurado em janeiro de 2018. As compras de um único país e as vendas de apenas dois produtos evitaram que o tombo fosse mais forte, como se verá adiante.

Os itens preferenciais da pauta de compras do Amazonas foram componentes para as linhas de produção do PIM (Polo Industrial de Manaus): partes para aparelhos receptores de TV (US$ 181,24 milhões), peças para aparelhos de telefonia (US$ 56.70 milhões) e processadores e controladores (US$ 49.56 milhões). Óleo diesel (US$ 33 milhões) ocupou a quinta posição do ranking.

De uma forma geral, a pauta de exportações passou por uma 'primarização', ao experimentar recuos acentuados em produtos industrializados e crescimentos exponenciais em artigos in natura. O item mais vendido foi preparações para elaboração de bebidas (US$ 14.42 milhões), mas o volume ficou aquém do apresentado em 2018 (US$ 17.31 milhões).

Motocicletas com motor a pistão alternativo, de 125 cilindradas ou mais, despencaram do segundo (US$ 14.10 milhões).

No caso dos modelos com o dobro de cilindradas - e de maior valor agregado - o tombo foi ainda maior: de US$ 1.23 bilhão (2018) para US$ 256.896 (2019).

China na cabeça

Em contrapartida, soja, que havia pontuado zero no começo de 2018, disparou para a segunda posição em janeiro de 2019, com mais de US$ milhões em vendas para um único comprador: a China. O ferro de nióbio escalou a pitava (US$ 2.10 milhões), no mesmo intervalo, sendo que o país asiático comprou mais da metade da remessa (US$ 4.71 milhões). Alemanha (US$ 1.05 milhão), Índia (US$ 969.622) e Japão (US$ 500.614) dividiram o restante.

A China, a propósito, encabeçou novamente a lista de fornecedores do Estado, com US$ 321.09 milhões em aquisições, valor superior aos dispêndios de 2018 (US$ 319.32 milhões). Coreia do Sul (US$ 93.34 milhões), Estados Unidos (US$ 78.51 milhões) e Vietnã (US$ 71.12 milhões) ocuparam as posições seguintes. O Japão, que tradiciionalmente ocupa do terceiro lugar, ficou em sexto, com US$ 42.20 milhões.

A China também encabeçou a lista de exportações do Estado, com US$ 18.45 milhões, 646,96% a mais do que 12 meses antes (US$ 2.47 milhões). Colômbia (US$ 8.32 milhões), Bolívia (US$ 6.30 milhões) e Estados Unidos (US$ 6.26 milhões) vieram em seguida. Um ano depois de liderar o ranking (US$ 18.28 milhões), a Argentina (US$ 6.02 milhões) despencou para a quinta posição.

"São os efeitos da crise argentina. E a menor participação do Japão, em participação, e dos produtos industrializados, em geral, na pauta do Amazonas é um reflexo do próprio desempenho do PIM (Polo Industrial de Manaus) nesses anos", apontou o gerente-executivo do CIN (Centro Internacional de Negócios) da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Marcelo Lima.

Marcelo Lima destaca que, embora a soja seja vendida aos chineses tenha sido remetida pelo terminal graneleiro de Itacoatiara (269 km de Manaus), a produção não veio integralmente do Amazonas. Boa parte da safra veio do Mato Grosso. Mas, há planos de que essa operação seja feita futuramente pelo terminal de Santarém (PA).

O diretor-executivo ressalta a demanda por ferro de nióbio é crescente, principalmente desde 2017. Não apenas da China, mas também de outros países fortemente industrializados, a exemplo das nações europeias.

"Tivemos um acréscimo significativo da procura por esse mineral raro. A China, por exemplo, compra para fazer chapas de aço e peças para sua indústria automobilística. Infelizmente, trata-se de uma operação sem sem valor agregado para o Amazonas", lamentou.

O gerente-executivo do CIN/Fieam avalia, contudo, que o valor agregado das exportações do Amazonas tende a aumentar neste ano, a partir de uma recuperação do PIM. "Deve haver uma alta nas linhas de produção de motos e de TVs. Vemos sinais disso: algumas empresas já exportam timidamente, principalmente para Colômbia, Chile e Uruguai", arrematou.

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