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Balança comercial fica estagnada no mês

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07/11/2022

MARCO DASSORI

A corrente de comércio exterior do Amazonas estagnou em outubro. A soma das exportações e importações não passou de US$ 1.25 bilhão e praticamente empatou (-0,79%) com o mesmo mês de 2021 (US$ 1.26 bilhão). A despeito da aguardada alta de produção do PIM para o fim do ano, o maior baque veio justamente das importações de insumos. As exportações, por sua vez, foram novamente embaladas por concentrados para bebidas não alcoólicas e motocicletas vendidos principalmente para Colômbia e Argentina. Mas, ouro e nióbio seguem em destaque. Os números são do portal Comex Stat.

A base de dados alimentada pelo governo federal informa que as vendas externas do Estado totalizaram US$ 78.12 milhões no mês passado, indicando um tropeço de 3,62% ante setembro (US$ 82.21 milhões), e há uma elevação de 4,02%, diante da marca de 12 meses atrás (US$ 75.10 milhões). As importações (US$ 1.17 bilhão) praticamente empataram (-0,85%) com o dado contabilizado no mesmo mês de 2021 (US$ 1.18 bilhão). Mas, o tombo foi mais forte (-9,30%) em relação ao número anterior (US$ 1.29 bilhão). No acumulado do ano, as exportações (US$ 755.82 milhões) subiram apenas 3,68%, enquanto as compras no exterior (US$ 11.88 bilhões) aumentaram 8,49%. A análise por pesagem das mercadorias mostra panorama diferente, em possível sintonia com a variação cambial e a inflação internacional.

O volume das vendas externas não passou de 17,52 mil toneladas e desabou 38,42% ante o mesmo mês de 2021 (28,45 mil). Já as aquisições no estrangeiro foram na direção contrária e cresceram 28,05% na mesma comparação, com 261,56 milhões de toneladas (2022) contra 204,26 milhões de toneladas (2021). Em dez meses, foi confirmada uma queda de 22,45% para as exportações (201,42 mil toneladas) e uma subida de 4% nas importações (2,08 milhão de toneladas). Destinos e produtos A lista de importações foi encabeçada por circuitos integrados e microconjuntos eletrônicos (US$ 261.53 milhões), celulares (US$ 83.71 milhões), “óleos de petróleo” (US$ 75.29 milhões), platina (US$ 72.54 milhões), polímeros de etileno (US$ 66.29 milhões), discos, fitas e suportes para gravação de sons (US$ 54.25 milhões), componentes para televisores, celulares e decodificadores (US$ 53.67 milhões), e partes e acessórios para veículos de duas rodas (US$ 40.72 milhões). Apenas o penúltimo item citado teve valores mais baixos do que os contabilizados em outubro de 2021.

A China (US$ 480.65 milhões) confirmou liderança no ranking de países fornecedores para o Amazonas, apesar da regressão de 8,31% em relação ao décimo mês de 2021 (US$ 524.22 milhões). Foram seguidos pelos EUA (US$ 156.90 milhões), Vietnã (US$ 90.26 milhões), Coreia do Sul (US$ 88.52 milhões), Taiwan/Formosa (US$ 67.66 milhões), Japão (US$ 45.46 milhões) e África do Sul (US$ 30.05 milhões), entre outros. Apenas Vietnã e Japão regrediram em relação ao número obtido 12 meses atrás. A Colômbia (US$ 18.27 milhões) emendou seu terceiro mês seguido na primeira posição da lista de destinos das vendas externas amazonenses, com decolagem de 127,52%. Foi seguida pela Argentina (US$ 8.99 milhões), impulsionada pela maior compra de motocicletas, barbeadores, celulares, isqueiros e TVs. China (US$ 8.66 milhões), Venezuela (US$ 7.52milhões), EUA (US$ 7.30 milhões) e Alemanha (US$ 5.82 milhões) vieram em seguida.

Somente Venezuela e Alemanha reduziram suas compras, ante outubro de 2021. As preparações alimentícias/ concentrados (US$ 20.09 milhões) mantiveram a primazia da pauta das exportações do Amazonas, com escalada anual de 17,55%, graças principalmente à Colômbia, que respondeu por mais do que a metade da demanda. As motocicletas (US$ 16.27 milhões) asseguraram a vice-liderança, com expansão anual de 22,42%, impulsionada pelos embarques à Argentina, Colômbia e EUA. Ferro ligas/nióbio (US$ 7.20 milhões) – vendido para China, Alemanha e Suíça –veio na terceira posição, seguido por ouro (US$ 5.16 milhões) –remetido exclusivamente à Alemanha.; Apesar da confirmação da presença dos concentrados e das motocicletas no pódio das vendas externas do Estado, os próximos manufaturados do Polo Industrial de Manaus presentes na lista só aparecem na quinta, sexta e 12ª posições: lâminas e aparelhos de barbear (US$ 2.54 milhões), televisores (US$ 2.44 milhões) e celulares (US$ 965.19 milhões), entre outros.

A lista inclui ainda diversos componentes fabris, como circuitos integrados e microconjuntos eletrônicos (US$ 1.78 milhão). “Marca modesta” O gerente executivo do CIN (Centro Internacional de Negócios) da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Marcelo Lima, avalia que a desaceleração nas importações e exportações do Amazonas pode ter acontecido em razão de eventuais quedas na demanda dos mercados doméstico e estrangeiro, ou mesmo em função de uma estratégia das indústrias do PIM para driblar os problemas de estoque. “Com a continuação da guerra na Ucrânia, as indústrias devem ter feito um estoque de segurança, por medida de segurança.

Eu acreditava que, em função da Copa, haveria aumento nas exportações de TVs e de outros eletroeletrônicos, mas isso não aconteceu. Um outro fato que podemos considerar é que a crise econômica vivida pela Argentina não permite ao país vizinho um aumento de importação de bens de consumo”, conjecturou. Lima observa que a inflação mundial e as variações cambiais também podem ter contribuído para impactar no desempenho. Mas, reforça que, de uma forma geral, as oscilações de outubro não são objeto de preocupação e reforça que as vendas externas devem chegar à “marca modesta” de R$ 1 bilhão neste ano. “As exportações têm subido de forma muito gradativa, enquanto as importações crescem em função do ritmo de produção do PIM.

Acredito que devemos seguir nesse ritmo nos próximos meses. A partir de março, devemos sentir os efeitos da política do novo governo, com maior intensificação das relações internacionais do país e de seu comércio exterior”, avaliou. Vazante e câmbio Já o diretor adjunto de Infraestrutura, Transporte e Logística da Fieam, e professor da Ufam, Augusto Cesar Rocha, considera que os dados confirmam que os problemas na logística global estão reaparecendo, sendo agravados pela vazante. “Tivemos restrições de ingresso de contêineres pelo nível no rio nas últimas semanas. Isso deve gerar impacto negativo. Será importante ver com reservas eventuais quedas de importação em outubro, por conta da redução do nível dos rios. Isso gerou forte impacto em algumas empresas”, salientou.

Rocha observa que a apreciação do real nos últimos dias pode trazer o resultado da balança comercial em dólares para baixo nas próximas semanas, desde que a subida dos juros nos EUA não haja como contrapeso. “As perspectivas de competitividade das exportações do PIM vão decrescer com o câmbio, dado o cenário de inflação da Argentina. Mas, isso também pode favorecer importações de insumo. As trocas de governo trazem otimismo e um momento de oportunidades, com novas conexões internacionais, mas a perspectiva da reforma Tributária deve ligar o sinal de alerta”, concluiu.

Fonte: JCAM

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