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Baixa demanda leva a férias coletivas

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01/08/2017

Reportagem publicada no Jornal do Commercio

Contrariando o crescimento nacional no volume de vendas, o setor eletroeletrônico do PIM (Polo Industrial de Manaus) segue produtividade, mas sem aumento na capacidade das linhas de produção e na geração de empregos. Segundo os empresários, pela primeira vez na história do segmento, por baixa demanda, as fabricantes foram obrigadas a conceder férias coletivas aos trabalhadores entre os meses de junho e julho deste ano. O segmento opera atualmente com cerca de 60% da capacidade instalada e escoa os aparelhos mantidos nos estoques das fabricantes durante o primeiro semestre. A partir de agora, as empresas se preparam para atender aos pedidos de final de ano, porém, com demanda abaixo do esperado para o período.

De acordo com o presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas) e também presidente do Sinaees-AM (Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Estado do Amazonas), Wilson Périco, devido à baixa demanda, no primeiro semestre, não houve crescimento no desempenho produtivo do setor.

Em relação às vendas, ele explica que os resultados para o setor nos primeiros seis meses de 2017 foi satisfatório porque os aparelhos televisores que estavam mantidos em estoque foram comercializados. Porém, o escoamento dos produtos não significou aumento na capacidade das linhas de produção. Ele desacredita de qualquer possibilidade de melhores índices produtivos até o final do ano devido à instabilidade econômica nacional, que segundo ele, está diretamente ligada ao cenário político.

"Nesse ano, pela primeira vez, uma parte das empresas precisaram liberar os funcionários por meio de férias coletivas devido à baixa demanda. Nem mesmo a proximidade do período do final do ano está gerando aquecimento produtivo. Em outros anos, neste mês já estaríamos com produções preparadas para maior demanda. É difícil prever melhores resultados a partir de agora porque dependemos do cenário econômico nacional e o consumidor está abalado por conta das incertezas políticas e o alto índice do desemprego", disse o empresário.

Segundo o presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antonio Silva, o setor parou de demitir, porém, ainda não há sinais de recuperação econômica e produtiva. Ele concorda que o problema está diretamente ligado à situação política do país e que há uma esperança no possível incremento produtivo para atender aos clientes que desejarem adquirir televisores para o período da copa do mundo em 2018.

"Se não acontecerem mais situações inesperadas no Congresso Nacional, esperamos ter melhores resultados com as festas de final de ano, quando há injeção dos valores referentes ao décimo terceiro e às férias dos trabalhadores, no comércio. Também poderemos receber mais pedidos para atender ao comércio para a próxima copa do mundo em 2018. Nos primeiros meses deste ano escoamos todos os produtos acabados mantidos nos estoques das fabricantes", informou.

Conforme os Indicadores de Desempenho da Suframa, nos meses de janeiro a maio deste ano o setor de eletroeletrônicos registrou faturamento de R$9 bilhões o que representa um crescimento de 17,7% em relação a igual período de 2016. Nos primeiros cinco meses do ano foram produzidas 4.333.937 unidades de TV com tela LCD. Porém, o número de aparelhos vendidos foi superior com o registro de 4.378.631 televisores comercializados, somando a quantidade fabricada e mais aparelhos estocados.

Quanto ao modelo de TV com tela de plasma não houve fabricação de janeiro a maio deste ano, mas 115 televisores foram comercializados, dos que estavam no estoque. Da mesma forma, os indicadores apontam que não houve fabricação de TV em cores, mas houve venda de 115 aparelhos.

Informações da Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos) apontam que o volume de vendas de eletroeletrônicos teve crescimento de 18,5% no primeiro semestre deste ano, em comparação a igual período de 2016. Conforme a associação, o desligamento do sinal analógico contribuiu para o crescimento e boa parte do incremento no volume comercializado está relacionado às TVs modelos 4K UltraHD. A Eletros informa que em relação à Linha Branca, houve queda de 2,97% nas vendas no primeiro semestre. A retração foi decorrente à restrição do crédito à pessoa física e ao aumento dos juros.

Abinee aponta crescimento produtivo de janeiro a maio

Segundo a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), no acumulado de janeiro a maio deste ano a produção industrial do segmento eletroeletrônico cresceu 3,7% em relação a igual período do ano anterior. Conforme a associação, o incremento foi decorrente da expansão de 19,5% na produção da indústria eletrônica, com o recuo de 6,8% na indústria elétrica. Somente no mês de maio, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a produção industrial do setor eletroeletrônico cresceu 6,2% em comparação a maio de 2016.

A associação destacou o incremento expressivo de 45,8% na produção de componentes eletrônicos.

A produção dos demais segmentos da indústria eletrônica também aumentou, apontando taxas que variaram de 8,3%, como nos bens de informática e periféricos; até cerca de 20%, como nos casos de equipamentos de áudio e vídeo e aparelhos de comunicação.

Na indústria elétrica observou-se queda em quase todas as áreas, com destaque para a produção de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação, cuja retração atingiu 34,6%.

No acumulado dos últimos 12 meses, a produção da indústria eletroeletrônica aumentou 0,4%, em decorrência do desempenho da indústria eletrônica (+7,4%), uma vez que a área elétrica diminuiu 4,6%.

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