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Auxílio Estadual deve reaquecer economia no Amazonas

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29/01/2021

Fonte: EM TEMPO

Vanessa Lemes

Além do Auxílio Manauara, de R$ 200,00 durante seis meses, aprovado nesta semana, 100 mil famílias amazonenses serão contempladas com o Auxílio Estadual de R$ 600,00, por três meses. O benefício foi anunciado na quinta-feira (28) pelo governador do Amazonas, Wilson Lima. Economistas e sociólogo analisam que o benefício irá reaquecer a economia no estado, mas é preciso que exista um prolongamento da ajuda para os menos favorecidos.

A verba de R$ 600,00 será dividida em três parcelas de R$ 200,00. O governo irá disponibilizar um cartão para a retirada do valor, que será entregue na residência do beneficiário a partir da próxima segunda-feira (1º), começando pela capital e depois alcançando o interior.

Desempregada e mãe de três filhos, Márcia Souza se sentiu esperançosa com a notícia do novo auxílio. Com a pandemia, seu esposo esteve desempregado por meses. “Eu fiquei muito feliz que o governo e a prefeitura estão disponibilizando esse benefício para os mais humildes. Sei que vai ser de grande ajuda para as famílias que passam por dificuldades, porque os alimentos estão muito caros”, conta.

Movimentação na economia

Segundo a economista Denise Kassama, a chegada do subsídio é uma boa notícia diante da crise pandêmica que atinge o estado e, principalmente, a capital, além do fim do auxílio do Governo Federal. “Com a crise sanitária iniciada no ano passado, muitos amazonenses ficaram desempregados ou perderam espaço de operação em função das medidas de distanciamento social. Mesmo sendo de valores inferiores ao recurso federal, essa ajuda será fundamental para evitar uma catástrofe social no Amazonas, onde pessoas sem este tipo de ajuda podem não ter o que comer em suas casas”, afirma.

Denise ainda relembra que os amazonenses vivem há meses com diversas restrições e suas consequências negativas, com a perda de renda e do poder de consumo para uma considerável parte da população. Ou seja, muitas pessoas permanecem desempregadas pela desaceleração econômica tanto na capital como no interior do estado, segundo a economista.

“Este recurso, mesmo que modesto, dará uma reaquecida na economia, pois possibilitará o consumo de bens de primeira necessidade no comercio local, que poderá gerar empregos diretos e indiretos na cadeia produtiva. Essa ação é de extrema relevância, porque atinge o interior do estado, onde as economias ficaram bastante comprometidas, estimulando a produção rural para consumo interno”, avalia.

Assim como Denise, a economista Socorro Corrêa acredita que o recurso será relevante para famílias que vivem em extrema pobreza. Contudo, esclarece que a maioria ainda não será contemplada. “Não vai resolver o problema e nem tirar as famílias da pobreza, porém, vai fazer a diferença para quem precisa do básico. Serão beneficiadas famílias com quatro membros ou mais. Caso consideremos que uma família com quatro pessoas receba R$ 50 reais por pessoa ao mês, será um valor pequeno apenas para emergência”, ressalta.

Ainda assim, Socorro frisa que a oferta do auxílio durante os próximos três meses irá reaquecer as atividades comerciais diante do quadro de estagnação atual. Ela conta que também será benéfico para os empreendedores e seus contratados. “Caso os R$ 200 milhões ao mês seja gasto pelas famílias em pequenos negócios de seus bairros, terá um efeito positivo na economia, colaborando com a renda daqueles que tem a atividade comercial como fonte de renda”, exemplifica.

Redistribuição de renda

Ao analisar o quadro social do Amazonas nos últimos anos e o cenário atual, o sociólogo e pesquisador Israel Pinheiro não traz boas perspectivas para os próximos anos levando em conta que a maior crise neste momento é manter o básico em uma realidade que a renda mínima mensal de cada família popular amazonense precisaria ser quase 4 vezes maior diante dos altos impostos.

“Na atual crise, estamos caminhando para uma recessão econômica, tanto pela pandemia quanto pelo retrocesso econômico mundial nos últimos cinco anos. Nesse caso, o auxílio deve ser um projeto para se pensar a longo prazo. É claro que R$ 200,00 em um país que o salário mínimo deveria ser de R$ 4 mil não é muito, mas esse valor significa muito para quem precisa colocar na mesa os itens básicos de alimentação”, reflete.

No entanto, ele sugere que os governantes pensem nesse benefício como um processo de redistribuição de renda para a população amazonense para os próximos anos. Pinheiro também enfatiza que, nos últimos três anos, o Amazonas se destacou como o estado com maior desigualdade social, com 40% da população abaixo da linha da pobreza.

Para receber

Para receber o cartão e verificar se sua família será contemplada, basta entrar no site do governo, informar o seu Cadastro de Pessoa Física (CPF) e a data de nascimento. Clique aqui (No ar a partir do dia 1º).

Em coletiva com a imprensa, durante o pronunciamento do benefício, o governador do Amazonas, Wilson Lima, disse que o cartão é destinado apenas para compras em estabelecimentos já pré-cadastrados para a aquisição de produtos alimentícios e de higiene básica.

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