19/08/2021

Priscila Caldas

A falta de mão-de-obra qualificada é um entrave para o avanço produtivo no Polo Industrial de Manaus (PIM). O parque fabril oferta vagas para o segmento de automação, porém, faltam pessoas qualificadas para os processos. Na tentativa de sanar o problema, a própria indústria trabalha para fomentar o avanço tecnológico viabilizando soluções aos processos produtivos e em paralelo, habilitando pessoas.

O trabalho é desenvolvido pela Coordenação de Tecnologia e Inovação (CTI), uma parceria entre o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam) e da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam). No âmbito do Cieam, os empresários também buscam fomentar a automação por meio da Comissão de Desenvolvimento, Automação e Inovação (CDAI).

Segundo o coordenador da CDAI e subcoordenador do CTI, Paulo Xavier, apesar da pujança produtiva e representatividade econômica, no estado, a indústria ainda sofre por atrasos tecnológicos e também, por falta de qualificação profissional.

“Em relação à automação e aos avanços tecnológicos, estamos atrasados uns 30 anos, em relação a países europeus e aos Estados Unidos, por exemplo. Mas a indústria local se esforça para avançar, solucionando problemas das fabricantes e ao mesmo tempo, gerando mão-de-obra para as empresas”, frisou Xavier.

O coordenador informou que nos últimos dois anos a oferta de cursos voltados à automação cresceu expressivamente. Porém, a procura está abaixo do volume demandado pelas fabricantes.

“O maior problema das indústrias é a falta da capacitação, em todos os níveis: técnico e superior. A automação depende de profissionais de tecnologia. Muitos profissionais vêm de fora do estado para ocupar as vagas. Há vagas, mas faltam pessoas”, expressa.

Trabalho de capacitação

O CTI por meio de convênio com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) trabalha na instalação de um laboratório de automação. A estrutura viabilizará a orientação aos universitários dos diversos segmentos de engenharia.

Outro projeto que fomenta a automação é o IAKAÊ, também realizado em parceria com a UEA e a Samsung Ocean.

“Nesse projeto fazemos um elo de ligação entre startup e indústria. Estendemos os mecanismos da indústria para o interior do estado, onde montamos laboratórios para os trabalhos. Também trabalhamos a biodiversidade no contexto da indústria”, disse.

O CTI está em fase de planejamento para definição do próximo município que receberá a visita da equipe, o que segundo Xavier acontecerá no segundo semestre deste ano.

Fonte: Real Time 1