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Aumento de energia no AM deve causar desemprego no comércio e na indústria

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01/11/2017

Reportagem publicada no Jornal Acrítica

O reajuste anunciado para o 1° de novembro da tarifa da conta de luz deve refletir no preço dos produtos e no índice de desempregados no Amazonas. A avaliação é do vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, e do presidente da Câmara de Dirigentes de Lojistas de Manaus (CDLM), Ralph Assayag.

Os consumidores residenciais da Amazonas Distribuidora de Energia vão ter aumento de 12,67% em suas contas, enquanto as empresas 12,68%, para baixa tensão; e 25,17%, para média tensão (indústrias). Para o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), é inevitável não pensar que o aumento de ¼ na conta de energia não vá refletir nos investimentos das empresas.

“É um aumento muito grande para a atual conjuntura da economia. Embora nos últimos meses a situação tenha melhorado minimamente, corremos um risco de voltar a ver a economia ir de mal a pior”, disse o vice-presidente da Fieam.

Nelson lembra que a energia elétrica é um dos principais insumos nas empresas e que o impacto deve refletir na queda de investimentos e no corte de gastos e, naturalmente, refletir no desemprego. “É natural que em algum momento teremos o desemprego uma vez que os preços vão aumentar para o consumidor e ele tende a reduzir esse consumo. Assim, as indústrias vão sentir uma necessidade de também reduzir pessoal ou de não investir em mais”, afirmou Nelson.

Trabalhador afetado

Para o presidente da CDLM, é lamentável ouvir novamente esse anúncio e é uma incoerência um aumento nesta proporção no momento em que vivemos. “As empresas não têm condições de absorver esse acréscimo e vão precisar cortar despesas e isso reflete na mão de obra. Infelizmente, quem será afetado de imediato será o trabalhador”, disse.

Com a diminuição do poder aquisitivo das famílias, Assayag ressalta o risco de um “efeito dominó” e a retirada de grandes empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM). “As indústrias já vivem no seu limite e será apenas mais um passo para algumas empresas instaladas no PIM saírem da Zona Franca de Manaus. Por exemplo, uma empresa do porte e do segmento como a Moto Honda que utiliza muita energia elétrica no processo produtivo irá pensar duas vezes se ainda continua com suas atividades em Manaus e até mesmo no Brasil”, frisou.

Fim do ano

No período das festas de final de ano em que a demanda do comércio pode significar para trabalhadores uma nova possibilidade de contratação temporária pode ser diferente neste ano em virtude desse reajuste na tarifa.

“Irá prejudicar muito o comércio porque já estamos vivendo um momento delicado com um desempenho inferior comparado aos outros anos. Tudo que gera custo só piora esse cenário”, afirmou o presidente da Associação dos Lojistas do Amazonas Shopping Center (ALASC), André Gesta.

Gesta ponderou que o aumento nos custos e as receitas menores fazem com que a classe empresarial adote medidas, como encerrar as atividades da empresa, e repassar esse acréscimo de despesa ao consumidor final. “Já se vê em todos os shoppings da cidade muitos tapumes com lojas fechadas. De imediato, o que o empresário pode fazer é diminuir custos, muitas vezes, isso significa reduzir a mão de obra, para manter a operação da loja. Algumas empresas até conseguem absorver esse reajuste, já outras repassam esse aumento no custo de venda dos produtos. Quem paga o pato é o consumidor”, salientou.

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