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Atividade da indústria nacional deve avançar pouco em 2014

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25/02/2014

Após mais um ano decepcionante para a indústria brasileira, a expectativa é de que a atividade apresente um desempenho moderado em 2014, sem grandes variações. A conclusão está num estudo feito pela consultoria LCA e obtido com exclusividade pelo DCI, que projeta um crescimento em torno de 1,7% para o ano.

"A renda não deve avançar muito, a família brasileira continua endividada e as instituições financeiras irão manter a postura conservadora. Em 2014, não teremos nada mais do que uma tênue recuperação ante o ano passado", afirma o economista da LCA, Wermeson França.

Segundo o analista, questões como energia elétrica devem impactar os resultados da indústria para o ano. "O custo do insumo já sinaliza alta e existe ainda um sério risco de apagão", diz.

Além disso, ele destaca que a família brasileira continua endividada e, por esse motivo, as instituições financeiras deverão manter a postura mais rígida observada nos últimos meses. "Este movimento tem sido adotado para derrubar a inadimplência, que vinha apresentando índices muito elevados", pondera França.

De acordo com o economista, a renda do brasileiro também não deve avançar de forma significativa no ano, fechando 2014 com um crescimento em torno de 1,8% em relação ao ano passado. "O resultado deverá ser praticamente igual ao registrado em 2013, que já não foi brilhante", diz.

França ressalta que os segmentos da indústria que receberam algum tipo de incentivo no ano passado devem sofrer mais em 2014, como o de automóveis e o de linha branca. "Principalmente a indústria de bens duráveis deve enfrentar dificuldades com o aperto da renda", diz.

O estudo da LCA mostra que os fatores condicionantes da demanda por eletrodomésticos não devem mostrar avanços substanciais em 2014, porém, o programa "Minha Casa Melhor" deverá prover alguma sustentação à produção e às vendas de eletrodomésticos no mercado interno.

Para o mercado automobilístico, a previsão é ainda mais pessimista. Neste ano, a LCA estima que a produção de automóveis recue 5% em relação a 2013.

"Apesar do ajuste rápido dos estoques em janeiro, o mercado interno deve seguir fragilizado e as exportações também recuarão com força", diz França. Depois da recuperação observada no ano passado, as vendas ao mercado externo devem cair expressivos 15%, segundo a LCA. "O principal fator nessa questão é a Argentina", destaca França.

O economista explica que existe uma saturação no mercado automotivo brasileiro. "Automóvel é um bem que depende amplamente do fator renda. Por isso, é difícil sua substituição de forma frequente", diz França.

O aumento do financiamento do BNDES para bens de capital, o Finame, além da redução dos desembolsos prevista para este ano, também devem impactar os investimentos da indústria para o ano. "A formação bruta de capital fixo terá menos fôlego em 2014", diz o analista. Segundo as montadoras instaladas no País, cerca de 90% das vendas de caminhões são feitas através do Finame, por isso a ampla dependência do segmento com relação ao financiamento do BNDES.

No final desta semana, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) irá divulgar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2013, resultado aguardado com pessimismo por especialistas. Para 2014, a expectativa da LCA é de que o PIB brasileiro não evolua mais do que 2%. "A atividade interna não deve avançar com muita força", diz França.

Bens não duráveis


O segmento da indústria que poderia apresentar um desempenho melhor em 2014, o de bens não duráveis como alimentos e bebidas, não deve evoluir de maneira expressiva, de acordo com projeção da LCA.

"A Copa do mundo deve trazer algum alento para esta indústria, mas nada expressivo. O resultado será apenas uma recuperação, porque os dois últimos anos já foram muito ruins", avalia França. Ele pondera que os custos destes segmentos aumentaram e, consequentemente, tiveram que ser repassados para os preços ao consumidor final. "Ainda que a Copa pudesse trazer um impacto significativo, a renda impede um crescimento maior", diz.

Fonte: DCI

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