Os investimentos da Companhia de Gás do Amazonas (Cigás) entre este ano e 2014 deverá atingir R$ 100 milhões.

O recurso será destinado pela empresa, na capital amazonense, para ampliar a distribuição de gás em ter­ritório amazonense para o Polo Industrial de Manaus (PIM) e para o setor de serviços local, conforme anunciou ontem o presidente da companhia, Lino Chíxaro, durante audiência na Câmara Municipal de Manaus (CMM).

De acordo com Chíxaro, os investimentos já começaram a ser realizados na capital amazonense. "Desse total, R$ 40 milhões estão sendo investidos e R$ 60 milhões deverão ser aplicados ao longo do próximo ano, valores que totalizarão R$ 100 milhões em aporte de infraestrutura para o gás a mais empresas locais", disse o presidente, ao pontuar que as obras deverão ganhar "fôlego" a partir de outubro.

Conforme o presidente, as obras na área do PIM, cujo objetivo é atender mais 32 unidades fabris, devem ocorrer em conjunto com as ações realizadas na Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) para recapear as ruas.

"As tubulações demandam uma estrutura muito pesada de equipamentos e mão de obra que não podem sofrer intervenções de pessoal não especializado. Portanto, decidimos agir em conjunto com a autarquia nas obras de melhorias das principais vias do bairro do Distrito Industrial", pontuou.

Com relação às empresas de serviços que receberão a matriz energética a partir do próximo ano estão os restaurantes, segundo a Cigás. "O objetivo é construir ramais de distribuição de gás natural para estes estabelecimentos, cuja matriz energética ainda é o gás liquefeito de petróleo (GLP)", destacou o presidente da companhia.

Segundo a Cigás, os usuários do gás natural como matriz energética podem ter os gastos reduzidos em até 50%. "Uma indústria do PIM que tem despesas de R$ 400 mil com energia por mês pode ver esse custo despencar para R$ 200 mil, por exemplo", assegurou Chíxaro, ao observar ainda que o gás natural é menos poluente em relação aos demais combustíveis disponíveis no mercado.

O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas (Fecomercio-AM) Roberto Tadros,  informou que o comércio e o setor de serviços estão na "espera" do gás.

"A expectativa era que o combustível chegasse aos setores antes de 2014, previsão dada ainda no início das obras do gasoduto Coari-Manaus. A estimativa não foi concretizada, mas estamos otimistas com a informação dada pela Cigás por conta dos benefícios, como a redução de custos, que ela pode trazer às empresas manauenses dos ramos comerciais e de serviços", pontuou.

O diretor da Coordenadoria de Energia da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Ely Freitas, lembrou que até hoje muitas indústrias do PIM ainda utilizam o querosene como fonte energética, situação que está a "alguns passos" de ser mudada.