24/02/2023
A trabalhadora, por força de suas atividades, mantinha contato direto com o almoxarifado, e o chefe desse setor sempre terminava as ligações telefônicas mandando “um beijo na boca”, e quando estavam sozinhos, ele dizia: “Olha o perigo que você está correndo”. Em outra ocasião, ele deu um tapa nas nádegas da trabalhadora, que procurou seu superior hierárquico, mas foi “orientada” a se cuidar, uma vez que o chefe do almoxarifado “é homem e ela era mulher e que ela se preservasse”, complementando que “se acontecesse novamente, ela que procurasse a chefe do RH, e nada mais reportasse a ele”.
A trabalhadora passou a fazer acompanhamento psiquiátrico, no período do evento abusivo, e foi diagnosticada com sintomas depressivos.
Testemunhas confirmaram o comportamento do chefe do Almoxarifado, destacando que o acusado tinha a “fama de se interessar pelas mulheres da empresa”, e inclusive o chefe imediato da trabalhadora, que foi testemunha da empresa, confirmou que ela denunciou o assédio sexual, ocasião em que ela “estava muito nervosa e chorando”.
Para o TRT da 15ª Região (SP), caberia à empresa a apuração dos fatos, o que não demonstrou fazer, pelo que a condenou a pagar R$ 15 mil a título de indenização por assédio sexual.