18/11/2021
*Juarez Baldoino
”O cargo sempre causou ciumeira pelo poder...” O desempenho de qualquer chefe da Suframa está relacionado, também, ao seu nível de conhecimento da Amazônia e determinada empatia com a região. Isto inclui não ter problemas com os piuns ou com seu mormaço pegajoso de 90% de umidade relativa do ar.
A nomeação do Superintendente da autarquia que administra os incentivos fiscais da ZFM (Zona Franca de Manaus), criada para estabelecer condições que permitissem o desenvolvimento do interior da Amazônia, é atribuição exclusiva do presidente da República, determinado pelo DL 288.
O cargo sempre causou ciumeira pelo poder, seja pela via sentimental, seja pela via interesseira particular, e ciúmes destes tipos nunca fizeram bem aos interesses da Amazônia.
O general Polsin, atual superintendente, vem atuando com elevado grau de amazoneidade e brasilidade, cumprindo muito bem a missão que lhe foi dada por Bolsonaro. Seu curriculum inclui o curso no Reino Unido de Política e Estratégia pelo Royal College of Defense Studies, além de formado pela excelência da AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras), entre outras instituições. Teve atuação na Amazônia à frente da Brigada de Infantaria de Selva de Roraima, coordenou as operações do Comando Militar da Amazônia e foi Chefe do Estado Maior do Comando Militar da Amazônia.
Provavelmente teve alguns piuns a lhe coçarem o braço. As recentes ações da Suframa, também através da articulação com outras instituições, prefeitos e governadores da região, na execução de planos de trabalho desenvolvidos no início da gestão de Polsin há pouco mais de um ano, mostram um caminho exitoso e alinhado com o DL 288.
São ações com foco no Distrito Agropecuário, Biotecnologia, Pesquisa e Desenvolvimento, Mineração, divulgação da ZFM, uso de recursos regionais e logística, entre outros.
Os resultados esperados devem despertar mais cobiça política com o cargo, também uma forma de ciúme. Carapanãs e piuns costumam revelar os amazônidas mais resilientes com o meio ambiente da região, e por isso em melhores condições de conhecê-la mais profundamente, como o general Polsin.
Já os mais afetos aos gabinetes refrigerados não teriam esta oportunidade.
*é Amazonólogo, MSc em Sociedade e Cultura da Amazônia – UFAM, Economista, Professor de Pós- Graduação e Consultor de empresas especializado em ZFM