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Artigo: Sobre a gratidão

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27/09/2021

Vivemos numa sociedade definida, a priori, por seu movimento incessante. Na verdade, essa movimentação é decididamente frenética, ansiosa, de um tal jeito que facilmente desembarca em quadros depressivos. Segundo estudiosos do comportamento humano, com a pandemia os transtornos emocionais se expandiram em níveis preocupantes.

Régia Moreira Leite
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Dizem os pensadores que um dos primeiros sinais da maturidade é o fortalecimento de nossa capacidade de agradecer. Para nós, que formamos o nosso quadro de valores a partir dos princípios bíblicos, esta é a virtude que mais agrada ao Senhor.

A gratidão está descrita com detalhes no livro do médico Lucas, em seu Evangelho, no capítulo 17. Ali, dez leprosos foram buscar Jesus para encontrar a própria cura. Naquela época, todo leproso deveria ser retirado do meio social e segregado em condições adversas. Ou seja, muito sofrimento, diz o Evangelho que Jesus os mandou ao sacerdote e antes de lá chegar se descobriram limpos da terrível moléstia. De todos, apenas um retornou para agradecer a benção, e ele era um estrangeiro. Além de alegrar-se, Jesus exaltou a virtude, reconhecida depois pela Igreja como a mais difícil de encontrar e a mais nobre de todas.

Vivemos numa sociedade definida, a priori, por seu movimento incessante. Na verdade, essa movimentação é decididamente frenética, ansiosa, de um tal jeito que facilmente desembarca em quadros depressivos. Segundo estudiosos do comportamento humano, com a pandemia os transtornos emocionais se expandiram em níveis preocupantes. Ansiedade e depressão se impuseram a partir do medo, da redução e falta de verdade nas relações digitais sociais, na ausência de propósitos entusiasmantes para juventude. Um quadro de pandemia que poderíamos chamar de virose emocional.

Em contrapartida estudos da Associação de Psicologia Americana, constataram que os pacientes que reportam o sentimento de gratidão, curiosamente apresentam queixas reduzidas de inflamação no organismo relacionada a saúde cardiológica, dormem melhor, apresentam humor estável e agradável e seus relatos de canseira são discretos.

São dados da ciência, e a literatura é muito robusta no trato dessas questões relacionadas a valores e relacionamentos humanos. Na convivência diária, é muito gratificante exercer ou experimentar os benefícios dessa virtude. São traços humanizantes de uma realidade frequentemente adversa, ou embrutecida, que se transformam em uma fonte de aborrecimento e do desgastante estresse.

Os exercícios de relacionamento humano que nós utilizamos no ambiente do trabalho recomendam a adoção desses valores, chamados comumente de boas maneiras. No caso da gratidão, entretanto, estamos diante de algo muito mais intenso e profundo. Poderíamos dizer que o ato de agradecer as bençãos de cada dia- ajudar alguém, poder respirar, enxergar, abraçar pessoas queridas, ter um trabalho que nos realiza e completa, e por aí vai – poderia ser conceituado como a própria tradução da felicidade. É bem verdade que essa palavra mágica e rigorosamente intraduzível tem sido usada e abusada nas redes sociais. Mas isso já é uma outra estória.

O propósito dessa reflexão é de apenas compartilhar um sentimento que invade a todos aqueles que ainda conseguem ficar atentos a entender a que se destina a vida, por que estamos aqui neste planeta ameaçado, e o que podemos fazer para deixarmos a realidade um pouco melhor do que a encontramos. Por tudo isso, ou apenas por isso, quero dizer a todos com quem esbarrei, encontrei, ou compartilhei a vida, o mais profundo e afetuoso muito obrigada!

Régia é economista, empresária, conselheira do CIEAM e diretora-adjunta da FIEAM.

Fonte: Brasil Amazônia Agora

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