16/11/2021

Paulo Takeuchi

e-mail ptakeuchi@abraciclo.com.br

Felizmente o setor de Duas Rodas continua se recuperando e atendendo as demandas dos consumidores. As fábricas seguem operando, ao contrário do setor automotivo, que ainda sofre com a falta de semicondutores no mundo todo, e tem reduzido sua produção. Isso não significa que a produção de motocicletas e bicicletas esteja em situação mais confortável.

Continuamos produzindo sob o risco de falta de insumos e componentes externos, além da forte pressão de custos de materiais, energia e de transportes, sendo necessário, muitas vezes, interromper temporariamente a produção por atrasos de navios ou falta de containers Mesmo com todas essas dificuldades, tanto a produção de motocicletas como a de bicicletas,deverão fechar o ano com crescimento positivo em relação ao ano anterior, contribuindo para o crescimento da produção industrial no PIM e no país.

Outro importante destaque do setor é com relação Conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas COP 26, em que o Brasil avançou nos acordos para a diminuição de emissões e de desmatamento até 2030 As

indústrias do PIM já vêm trabalhando há muitos tempo na diminuição de impactos ambientais em suas plantas, com a substituição de fontes de energia, reciclagem, tratamento de água, entre várias outras medidas A manutenção e o crescimento do parque industrial, permitindo a criação de empregos e

renda, também auxiliam com o não desmatamento da floresta amazônica No aspecto prático é necessária a criação de mecanismos de medição e controle para mensurar os resultados da indústria contra o desmatamento e para que possamos nos beneficiar de eventuais créditos de carbono, uma vez que muito se

fala dos prejuízos ambientais, mas, no caso do Brasil, acredito que seríamos um dos poucos países a se beneficiar nesse aspecto Além da preservação da floresta amazônica, as fontes de energia estão migrando para eólica e solar, além das hidrelétricas Temos também nos produtos, tanto em automóveis

como em motocicletas, um rigoroso programa definido pelo Conama de redução de emissões, que possibilitou diminuir drasticamente o nível de emissões de CO2 e virá a reduzir ainda mais nos próximos anos A realidade brasileira, no tocante questão veicular, é bem diferente em relação a outros países

Além de utilizarmos a gasolina com mistura razoável de etanol, temos também a tecnologia flex fuel, com o uso de 100% de etanol que é infinitamente melhor que os combustíveis fósseis para o meio ambiente A utilização da eletricidade para veículos é prematura e discutível pois, além da falta de

infraestrutura do país, a redução de carbono no ciclo total do processo, comparado ao uso do etanol, não tem vantagem significativa É necessário criar mecanismos de medição para não cometermos sérios erros com o futuro do uso de veículos no país Há muitas medidas a serem feitas antes de falarmos em

novas tecnologias São ações que poderiam diminuir de imediato emissões prejudiciais ao meio ambiente, como a fiscalização para retirada ou manutenção de veículos irregulares nos requisitos técnicos, o desmatamento ilegal, coleta de lixo, o tratamento adequado de água e esgoto e, principalmente, a educação e respeito de toda a população com relação ao meio ambiente.