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[Artigo]: A solidariedade não pode parar…

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21/01/2022

Seguirmos omissos em relação a isso, significa endossar essa amoralidade e concordar com a realidade desumana e excludente que nos compete transformar. Mais que isso, a despeito das dificuldades impostas pela nova onda, pelas chuvas torrenciais e pelas vítimas de mais enchente que chega – dentro do possível e à luz do cenário de fome, desemprego e desolação – quem puder colaborar que o faça, sabendo, antecipadamente, que vai ajudar a reduzir, com cada quilo de alimento, a fome que dói e destrói a esperança de milhares e milhões de irmãos. Desde já, muito obrigado!

Por Régia Moreira Leite
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A confraternização solidária de 2021 vai ficar em nossa história. Superamos com folga nossos compromissos e metas de levar alimentos e material didático de motivação educacional para três mil famílias do Amazonas, graças à generosidade de empresas e de colaboradores da indústria da Zona Franca de Manaus. Construímos juntos um Natal especial em 2021, dentro do espírito solidário que o Aniversário de Jesus simboliza. Depois de submeter ao Conselho das entidades do Polo Industrial de Manaus, CIEAM, FIEAM, ABRACICLO e ELETROS, vamos enviar o relatório ilustrado e detalhado aos participantes dessa Operação Solidária. Faltam palavras para descrever a alegria serena que este movimento tem provocado em todos nós, voluntários da ASI, Ação Social Integrada da ZFM. Por isso, e porque as demandas continuam, a solidariedade não pode parar…

Nesta semana, começa a ser distribuído o vale-gás, no valor bimensal de R$52, suficientes para comprar um botijão depois de seis meses do benefício, considerando que o botijão de 13kgs, antes do último reajuste, já alcançava R$130,00 na periferia da extrema vulnerabilidade social de Manaus . Este é um retrato em branco e preto da distribuição perversa da riqueza aqui gerada num Estado que é um dos cinco que mais recolhe impostos para os cofres federais, um dos mais pobres do país e carregar o estigma, falseado e irônico, de paraíso fiscal da Indústria. Os dados referentes à contribuição tributária do Amazonas na Receita Federal e Fazenda Estadual nos remetem à condição de paraíso do Fisco. Alguma coisa mal-cheirosa perpassa a atmosfera dessa estória.

Qual o sentido de as empresas recolherem tantos recursos e nos Em novembro último, já alertamos para a dramaticidade deste cenário em que 20 milhões de brasileiros chegam a passar 24 horas ou mais sem ter o que comer. No Norte, é mais triste a sorte de nossa gente. Embora a paisagem nacional seja comparativamente também muito grave, pois mais da metade (55%) da população brasileira em 2020, já sofria de algum tipo de insegurança alimentar. E isso só se agrava a cada dia. No Amazonas, 11 município estão entre os 50 mais pobres do país. Em suma, os dados da pesquisa “Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia”, publicado pela Rede Pessan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional) são alarmantes.

Por aqui, Maranhão, um estado que faz parte da Amazônia Brasileira, e que registra um percentual robusto de migrantes em Manaus, segundo o IBGE, é seguido pelo Amazonas como as 2 unidades da federação com maior percentual de extrema pobreza no Brasil, 14,4% e 12,5%, respectivamente. Isso traduz uma tragédia social em que as pessoas vivem(?) com menos de US$ 1,90 por dia. Pouco mais de R$10.

Isso representa agravamento dos indicadores sanitários, danos preocupantes, alguns irreparáveis, especialmente para as crianças. Sem alimentos adequados em quantidade e qualidade, as doenças e o retardo cognitivo são mazelas potencialmente destrutivas.

O que é preciso ou possível fazer? É sábia e urgente a movimentação proposta pelas entidades de classe da Indústria a iniciativa de buscar os instrumentos legais que nos permitirão assegurar a aplicação na Amazônia desse volume absurdo de recursos – produzidos no âmbito do programa Zona Franca de Manaus. As leis são claras e objetivas e precisam ser respeitadas, sem tardança nem temor .

Seguirmos omissos em relação a isso, significa endossar essa amoralidade e concordar com a realidade desumana e excludente que nos compete transformar. Mais que isso, a despeito das dificuldades impostas pela nova onda, pelas chuvas torrenciais e pelas vítimas de mais enchente que chega – dentro do possível e à luz do cenário de fome, desemprego e desolação – quem puder colaborar que o faça, sabendo, antecipadamente, que vai ajudar a reduzir, com cada quilo de alimento, a fome que dói e destrói a esperança de milhares e milhões de irmãos. Desde já, muito obrigado!

*Régia Moreira Leite é economista, empresária, conselheira do CIEAM e diretora-adjunta da FIEAM.

Fonte: https://brasilamazoniaagora.com.br/a-solidariedade...

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