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Aposta de crescimento neste ano

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21/01/2022

Marco Dassori

A produção de motocicletas do PIM desacelerou em dezembro e fechou o ano 2% aquém da meta da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares). Ainda assim, a alta foi de dois dígitos. A entidade projeta alta de 7,9% para 2022, elevando os números do Polo Industrial de Manaus, de 1.195.149 (2021) para 1.290.000 (2022) motocicletas.

A avaliação é que o mercado segue demandante, embora o cenário ainda ofereça obstáculos no agravamento das crises sanitária, econômica e logística, além da aproximação das eleições. As apostas dos fabricantes também seguem positivas para as vendas internas e, em menor grau, para as exportações. No varejo, a expectativa é que sejam emplacadas 1.230.000 motocicletas, o que corresponderia a uma alta de 6,4% em relação a 2021 (1.156.074).

As vendas externas devem totalizar 54.000 unidades, conforme o cálculo da Abraciclo, 1% a mais do que o volume registrado no ano passado (53.476). Os dados foram apresentados pela associação empresarial, nesta quinta (20), durante coletiva virtual de imprensa. Para o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, as estimativas confirmam um cenário de recuperação gradativa da indústria de motocicletas, que vem retornando ao nível pré-pandemia, pouco a pouco.

Entre os fatores citados para explicar a maior demanda estão o avanço dos serviços de entrega e o maior uso da motocicleta nos deslocamentos urbanos –em razão da alta dos combustíveis e da disponibilidade de crédito. “Esperamos um cenário mais estável neste ano, para conseguirmos atingir novamente os patamares de 2015, quando a produção ficou na casa do 1,2 milhão de unidades”, completou. O dirigente destaca que a indústria está atenta a obstáculos sanitários, econômicos e logísticos, que podem dificultar a concretização da meta.

Fermanian cita o aumento dos casos da variante ômicron e da gripe H3N2, que podem afastar os colaboradores das linhas de produção. Outro entrave vem das “instabilidades do cenário macroeconômico”, que influenciam o abastecimento e reorganização das cadeias produtivas, assim como nos juros e no custo do frete.

“Também acompanhamos outros movimentos do cenário político e econômico, que podem afetar o poder de compra do consumidor e impactar negativamente a demanda por motocicletas”, frisou. Distanciamento e limitações O polo de motocicletas fechou 2021 com 1.195.149 unidades, ficando 2% aquém da meta da Abraciclo (1.220.000). Ainda assim, o resultado representou uma expansão de 24,2% na comparação com 2020 (961.986). O desempenho de dezembro (76.359) ficou 32,9% abaixo do registrado em novembro (113.776), embora tenha subido 3,9% em relação à marca de 12 meses atrás (73.471).

A entidade explica que o recuo mensal era esperado, em virtude das férias coletivas e pelo fato de que as fábricas costumam aproveitar o período para serviços de manutenção e instalação de equipamentos. No entendimento do presidente da Abraciclo, a meta só não foi atingida em função dos efeitos da segunda onda em Manaus –que gerou um corte de produção de 100 mil motocicletas –e pelas restrições implantadas nas linhas de produção para evitar o contágio da Covid-19. O maior distanciamento entre os postos de trabalho é apontado como fator que aumenta o tempo de fabricação , embora Marcos Fermanian ressalte que todas as medidas estão mantidas, “pois a prioridade é a saúde e segurança do colaborador”.

“As limitações nas linhas de montagem fizeram com que, em 2021, tivéssemos dificuldade em atender à demanda crescente. Hoje a fila de espera é de cerca de 30 dias para modelos de baixa cilindrada e scooters. Mas, a tendência para os próximos meses é de normalização. Todas as associadas estão se esforçando para atender ao consumidor que espera, quer e precisa de uma motocicleta nova”, amenizou.

Cadeia produtiva

Em entrevista à reportagem do Jornal do Commercio, o presidente do SIMMMEM (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Manaus) e vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas) avalia que o ano ainda será de recuperação para a indústria de motocicletas do PIM e para seus fornecedores de partes e peças. “ É claro que teremos ainda obstáculos na alta da inflação e dos juros, mas esperamos que 2022 seja melhor do que 2021. Não apenas em produção, mas também em empregos, com aumento de 6% a 7% sobre a média de 102 mil postos de trabalho registrados no ano passado. Esperamos também que, com essas dificuldades, voltemos a fortalecer nossa cadeia produtiva, que já foi mais robusta, para não ficarmos nessa total dependência da Ásia”, assinalou.

Varejo e exportações

A base de dados da Abraciclo confirma que o mercado nacional de motocicletas seguiu com demanda acima da oferta. Os emplacamentos totalizaram 1.156.074 unidades em 2021, alta de 26,3% na comparação com 2020 (915.157) e, diferente da produção, aceleraram na reta final do ano. Com 112.363 motocicletas licenciadas, dezembro atingiu o segundo melhor resultado do ano e ficou atrás apenas de julho (112.538).

O resultado foi 6,3% superior ao de novembro de 2021 (105.740) e 13,8% maior na comparação com dezembro de 2020 (98.775). Os modelos de baixa cilindrada (até 160), que são as mais utilizadas nos serviços de entrega, responderam por 80,7% do mercado (932.797). As motos de média cilindrada (de 161 a 449) tiveram participação de 15,5% (179.481), e as de alta cilindrada (acima de 450) representaram 3,8% do mercado (43.796).

A Scooter (107.285 unidades) foi a categoria com o maior crescimento anual (+40,9%). O desempenho foi relativamente mais modesto nas vendas externas. As exportações subiram 1,1%, entre novembro (3.246) e dezembro (3.283), mas desabaram 26,7% sobre o dado do mesmo mês de 2020 (4.477). De acordo com o portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, o principal destino foi a Colômbia (1.496 unidades e 32,2% do total exportado), seguida de perto pela Argentina (1.424 e 30,6%) e pelo Uruguai (492 e 10,6%).

De janeiro a dezembro, foram exportadas 53.476 motocicletas, alta de 58,4% na comparação com o mesmo período de 2020 (33.750). A Argentina foi o principal mercado, com 16.119 unidades exportadas, o equivalente a 28,7% das vendas para o estrangeiro. Colômbia (12.541 e 22,4%) e Estados Unidos (11.642 e 20,8%) vieram em seguida. Segundo o gerente-executivo do CIN (Centro Internacional de Negócios) da Fieam, Marcelo Lima, o crescimento das vendas externas das motocicletas “made in ZFM” seguiu dentro do esperado.

“A maior parte dos mercados para onde vai essa produção é de países da América do Sul, que adquiriam motocicletas mais baratas da China, mas passaram a comprar conosco, em função da melhor qualidade e oferta de assistência técnica. Havia alguma dificuldade logística, que foi superada. Por esse motivo, e pelo próprio crescimento vegetativo do mercado, a tendência é que a alta se mantenha em 2022”, concluiu.

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