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Após desacelerar, indústria do Amazonas começa o ano em alerta

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22/01/2021

Fonte: Jornal do Commercio 21/01/2021

A indústria do Amazonas seguiu na contramão da média brasileira e faturou mais em novembro, além de registrar números mais fortes em horas trabalhadas e massa salarial. O nível de UCI (utilização da capacidade instalada) do parque fabril amazonense, contudo, seguiu a trajetória nacional de queda e também aponta para desaceleração. É o que revelam os dados locais referentes à pesquisa dos Indicadores Industriais da CNI, compilados pela Fieam e fornecidos à reportagem do Jornal do Commercio.

O faturamento real da manufatura amazonense cresceu 13,3% na variação mensal –um salto menor do que o de outubro (+25,8%). Confrontadas com novembro de 2019, as vendas decolaram 88,5%. Em 11 meses, o faturamento cresceu 22,3% frente ao mesmo período de 2019. Na média, a indústria brasileira recuou 1,2% ante outubro de 2020 e subiu 6,8% em relação a novembro de 2019, mas segue 0,4% negativo no aglutinado do ano – embora a CNI projete alta, no encerramento de 2020.

Depois da queda anterior, as horas trabalhadas nas linhas de produção da indústria amazonense registraram elevação mensal de 2,4% e crescimento anual de 4%. De janeiro a novembro, entretanto, o indicador ainda apresentou queda de 1,8%, quando confrontado com o mesmo período de 2019. Na média brasileira, o setor aumentou 0,8% em relação ao mês anterior e 3,4% frente ao número de 12 meses atrás, mas ainda ficou devendo no aglutinado do ano (-5,3%).

A massa salarial local da manufatura amazonense também retornou ao campo positivo, ao avançar 2,5% na comparação com outubro, apesar de ter regredido 12,3% na variação anual. O índice foi o que apresentou maior perda pela crise da covid-19 no acumulado (-6,3%). Em contraste, a média nacional apontou para uma virtual estabilidade na variação mensal (-0,1%), embora também tenha amargado retrações no confronto com novembro de 2019 (-3,9%) e no aglutinado de 2020 (-5,7%).

O nível de emprego das fábricas instaladas no Estado, por outro lado, reverteu a queda anterior e subiu 0,3%, na comparação com outubro e teve acréscimo de 11,5% no confronto com o mesmo mês do ano passado, além de ter sido 9,4% melhor na base acumulada. A indústria nacional teve desempenho melhor ante outubro (+0,4%), mas perdeu nas demais (-0,2% e 2,2%, respectivamente).

O único dado negativo para o Amazonas veio da utilização da capacidade instalada de sua indústria, que amargou decréscimo de 0,5%, passando de 73,1% (outubro) para 72,6% (novembro). A UCI ficou 7,1% menor do que a de novembro de 2019 (79,7%) e também tombou (0,7%) no comparativo da média registrada nos 11 meses iniciais de 2020. Em âmbito nacional, o indicador (79,9%) também caiu ante outubro de 2020 (80,1%), mas saiu-se melhor frente a novembro de 2019 (78,3%).

Recuperação e incerteza

Em comunicado à imprensa, a Confederação Nacional da Indústria aponta que o recuo do setor em âmbito nacional registrado em novembro foi o primeiro, após seis meses seguidos de crescimento. Da mesma forma, o decréscimo no uso da capacidade instalada não indicaria estagnação ou fim do ciclo de crescimento, mas desaceleração no ritmo de expansão, quando comparado aos meses iniciais de flexibilização econômica que se seguira à primeira onda.

“Podemos dizer que isso era esperado. Houve uma recuperação muito rápida da pandemia e o nível de produção já está maior do que antes da crise. Praticamente voltamos ao início do ano passado, quando o crescimento não era muito elevado, e ainda temos um nível de incerteza muito grande”, amenizou o gerente-executivo de Economia da CNI, Renato da Fonseca, no texto distribuído à imprensa.

Controle da pandemia

Na mesma linha, o presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas) e vice-presidente executivo da CNI, Antonio Silva, salienta que o desempenho do setor em nível local, detectado pela sondagem, já era esperado para novembro de 2020, em razão da sazonalidade e da injeção de liquidez federal. O dirigente acrescenta que as medidas emergenciais adotadas –auxílio emergencial, flexibilidade de jornadas de trabalho, crédito para pequenos empreendedores –serviram para aumentar o consumo, tendo impacto positivo em alguns segmentos do PIM, dado seu perfil de produtos voltados para o consumo.

“As projeções para 2021 dependerão fundamentalmente do controle da pandemia. E isso deve ser conseguido através da utilização das vacinas, que poderão flexibilizar mais a questão da mobilidade das pessoas, reabrindo o comércio e revigorando a economia como um todo. Enquanto isso não se efetivar, a melhor opção é a reclusão dos mais vulneráveis e todos os cuidados para prevenir uma possível contaminação da covid-19”, encerrou.

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