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Após 3 anos seguidos de retração, investimento pode crescer 2% no País

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18/01/2017

Depois de registrar três anos consecutivos de queda, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, investimentos) deve ser retomada neste ano. A maioria das projeções colhidas pelo DCI aponta para uma expansão de 2% nos aportes.

Por outro lado, há quem aposte mais alto ou até estabilidade. A Pezco Microanalysis, por exemplo, trabalha com uma previsão de crescimento de 6,9% para este ano, enquanto o economista Leonardo Carvalho, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), projeta estabilidade para o mesmo período.

Já o Banco Bradesco prevê alta de 2,3% para os investimentos em 2017, enquanto o Banco Itaú projeta elevação de 2% nos aportes. A Tendências Consultoria também calcula um número próximo aos bancos, antecipando expansão de 2,2% na FBCF.

O desempenho dos investimentos ao longo de 2016 será divulgado oficialmente no dia 3 de março pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), porém a Pezco já estima um recuo de 11,2% para o indicador.

Para os consultores entrevistados, a recuperação dos investimentos neste ano deve ser possibilitada pela base de comparação recessiva dos últimos três anos e pela queda da inflação e da taxa básica de juros (Selic) proporcionando uma redução do custo dos financiamentos a partir do segundo semestre de 2017.

"Os investimentos já estão caindo bastante desde 2014, então temos uma base de comparação muito fraca e ruim que deve fazer diferença, agora, em 2017, com a expectativa de um crescimento positivo do PIB [Produto Interno Bruto]", afirma a economista Alessandra Ribeiro da Tendências Consultoria.

"Outro ponto que colabora para uma trajetória de alta dos aportes é a redução dos juros que está em curso e que deve continuar nos próximos meses. Somado a isso, temos um governo que deve ser bem sucedido na aprovação de reformas fiscais, principalmente a previdenciária, a qual deve contribuir para o crescimento da confiança na economia. Esses dois fatores juntos tendem a estimular alguns projetos que estavam congelados a começarem a sair do papel", completa Alessandra.

PAC no radar

O economista da Pezco Helcio Takeda acrescenta que contempla em seu cenário uma retomada de grandes obras paralisadas no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ao longo deste ano.

No início deste mês, o presidente da República, Michel Temer, chegou a se reunir com a sua equipe econômica para discutir uma agenda para dar prosseguimento aos projetos do PAC. "Essa retomada é o que faz diferença na nossa projeção", informa Takeda.

O economista da Pezco pontua ainda que a recuperação dos aportes privados em 2017 tende a ser marcada mais por investimentos em capital (máquinas e equipamentos) do que em mão de obra. "As empresas devem aproveitar a onda de demissões [dos últimos dois anos] para produzir mais com o mesmo número de funcionários a partir de uma máquina mais moderna", ilustra Takeda. "Isto ainda é uma aposta nossa. Temos que avaliar como a produção será retomada nos próximos meses para confirmar", pondera.

Esta análise vai ao encontro da avaliação de Alessandra que afirma que a recuperação dos aportes por parte das empresas não será caracterizada por uma ampliação de novas plantas, por exemplo, mas por uma troca de equipamentos.

Já o economista do Ipea Leonardo Carvalho comenta que alta ociosidade da indústria impedirá que os investimentos retornem com força em 2017. "Com a elevada ociosidade, não haverá necessidade das indústrias voltarem a investir quando a demanda começar a se recuperar. Esse fator vai atrasar uma recuperação mais forte dos investimentos", diz Carvalho.

"Além disso, a expectativa para a retomada do consumo ainda é incerta diante do alto desemprego e da queda da renda. Para retomar aportes, as empresas precisam saber que, daqui a alguns meses, as pessoas vão voltar a consumir. Mas isso ainda não está claro."

Em 2018

É consenso entre os especialistas, contudo, que uma recuperação mais sustentável da FBCF vem somente em 2018. Takeda lembra que os leilões do programa de concessões do governo federal ocorrerão neste ano, impulsionando os aportes em infraestrutura a partir de 2018. "Somente em 2018 e 2019, veremos as concessões impulsionando mais o indicador de formação bruta de capital fixo", ressalta.

A Pezco projeta um avanço de 15% na FBCF no ano que vem, enquanto a Tendências prevê expansão de 9,2% e o Itaú, crescimento de 7,9%. O programa de concessões do Temer inclui obras de rodovia, ferrovias, portos e aeroportos, como o Aeroporto de Salvador.

Fonte: DCI

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