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Apesar de projetar avanço para 2015, montadoras de motos terão ano difícil

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10/12/2014

A perspectiva da indústria de motocicletas é que, em 2015, o mercado apresente ligeira melhora. O desempenho, entretanto, não será suficiente para compensar as quedas registradas nos últimos três anos.

"O mercado brasileiro continua atraente, mas teremos um crescimento gradual no ano que vem", afirmou, nesta terça-feira (09), o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), Marcos Fermanian.

Segundo ele, o setor está confiante que a recente aprovação da medida que permite a retomada mais rápida da motocicleta em caso de inadimplência irá ampliar a oferta e aprovação de crédito."Para o nosso mercado, a aprovação de financiamento é o fator que mais impulsiona as vendas", destaca.

O dirigente acredita que a média de tempo para a retomada de motos deva cair de um ano para três meses. "Nosso otimismo para 2015 está baseado na lei da retomada, que deve favorecer bastante o consumidor", avalia Fermanian.

De acordo com estimativa da Abraciclo, hoje os agentes financeiros só conseguem recuperar 10% das motos de proprietários inadimplentes.

"O custo de retomada é muito alto e, muitas vezes, as instituições só o fazem para não ampliar ainda mais a inadimplência", explica.

Fermanian afirma que, atualmente, apenas 20% dos pedidos de financiamentos de motos são aprovados pelas instituições financeiras, no País. "Se este índice fosse para 30%, as vendas iriam aumentar de maneira significativa", calcula.

Ele acrescenta, no entanto, que a lei da retomada só deve começar a surtir o efeito desejado no médio prazo. "Em mais ou menos dois anos, poderemos enxergar um impacto significativo dessa medida", avalia o executivo.

Fermanian foi enfático na questão da aprovação do crédito no segmento de motocicletas. "A alta dos juros pelo Banco Central não impacta tanto o nosso consumidor porque ele quer, antes de tudo, ter crédito aprovado", explica.

Projeções


Em 2014, o mercado de motos deve amargar uma queda de 5% dos emplacamentos, para 1,44 milhão de unidades.

Já para o ano que vem, a Abraciclo projeta que as vendas no varejo devam crescer 2,1% em relação a 2014. No atacado, o crescimento pode atingir 1% e, a produção, incremento em torno de 2%.

"Projetamos um ano difícil, com ajustes feitos pela equipe econômica do governo. Mas acreditamos que o desempenho do setor deve parar de cair", afirma.

Desde 2011, a produção da indústria nacional de motos caiu quase 50%. Com isso, o nível de empregos nas montadoras da Zona Franca de Manaus passou de pouco mais de 20,4 mil funcionários, há três anos, para 17,9 mil no final de 2014. "Para recuperar estes postos de trabalho, a demanda por motos teria que crescer muito e não enxergamos este cenário", observa. Ele ressalta, entretanto, que a indústria terá que buscar maior produtividade e inovação para adequar a capacidade produtiva ao mercado atual. "As montadoras terão que se reinventar para aumentar a rentabilidade, que vem caindo sistematicamente", pondera Fermanian, afirmando que o setor não conseguiu repassar o aumento de custos e a inflação.

"Foi um ano doloroso para os fabricantes e não é possível repassar os custos porque os consumidores não vão aceitar", acrescenta Fermanian.

Exportação


A queda expressiva das exportações para a Argentina também impactaram o desempenho da produção em Manaus. O país vizinho é destino de aproximadamente 70% das vendas do Brasil ao exterior.

"Para 2015, ainda devemos registrar queda das exportações, em cerca de 55%", estima o presidente da Abraciclo.

Os únicos segmentos que têm apresentado crescimento, no Brasil, são o de scooters, que cresceu cerca de 30% no acumulado do ano, e acima de 450 cilindradas, que registrou incremento de 10% na mesma base de comparação.

Bicicletas


A bicicleta tem figurado como protagonista de diversas campanhas de mobilidade urbana no Brasil, principalmente com o aumento do número de ciclofaixas na capital paulista. Mas produção e vendas devem fechar 2014 com recuo de 10%, segundo a Abraciclo.

"Este é o sexto ano seguido de queda", afirma o vice-presidente da Abraciclo e executivo da Caloi, Eduardo Musa.

Ele afirma que a queda pode ser atribuída, basicamente, à desaceleração da economia brasileira e a uma cultura que ainda privilegia o automóvel como transporte individual.

"Em 2014, as vendas de bicicletas para transporte básico caíram 17% no Brasil. Nos últimos cinco anos, o recuo foi de mais de 50%", pontua.

O aumento expressivo das importações também contribuiu para acentuar a queda da produção de bicicletas na Zona Franca de Manaus.

"As importações dispararam no mercado brasileiro, vindas principalmente da China", destaca o executivo.

Musa avalia que a implantação de ciclofaixas é positiva, no entanto, ainda não impulsionou o mercado de bicicletas novas. "Muitos tiram a bicicleta que já estava guardada. É preciso haver uma mudança cultural, que pode acontecer no médio e longo prazo", diz.

Fonte: DCI

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