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Apesar da melhora em julho, cenário industrial ainda é ruim

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03/09/2014

A melhora na atividade industrial na passagem de junho para julho não deve ser comemorada, segundo economistas consultados pelo DCI. A alta interrompe cinco meses seguidos de resultados negativos na margem, mas não altera a tendência de queda da atividade, comenta o economista-chefe da TOV Corretora.

"Esse crescimento não muda a tendência, porque fatores que movem a indústria brasileira para baixo ainda persistem", observa.

A produção da indústria brasileira cresceu 0,7% em julho ante junho, na série com ajuste sazonal, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação a julho de 2013, a produção caiu 3,6%. No ano, a produção da indústria acumula queda de 2,8%. Já em 12 meses, o recuo é de 1,2%.

Na opinião dos economistas, o resultado de julho significou mais uma recomposição das atividades produtivas, que sofreram com as paradas durante os jogos da Copa do Mundo em junho, do que uma retomada da produção.

"A alta do mês [julho] não compensa as quedas anteriores e não deve alterar de maneira consistente a direção dos próximos meses. O resultado, vale lembrar, também parte de uma base de comparação bastante fraca, o que impacta positivamente na taxa de crescimento, sem que isso signifique uma melhora de fato. Em que pese todos estes fatores, o ambiente eleitoral também reitera um cenário de incertezas", acrescenta o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves.

O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI) estima, em nota, que um resultado melhor ou mesmo positivo neste segundo semestre decorrerá muito da base de comparação, já que, no segundo semestre de 2013, o desempenho da produção industrial foi relativamente pior do que o primeiro daquele mesmo ano. "Para o ano de 2014 como um todo, a produção industrial não logrará crescimento: pode-se estimar uma retração em torno de 1,4%", destaca nota.

Para o estrategista do Banco Mizuho, Luciano Rostagno , o setor vai retomar uma descendente trajetória nos próximos meses, refletindo o forte sentimento negativo entre as empresas, levando a indústria a cortar investimentos como sinalizam dados sobre produção e importação de bens de capital. "A produção industrial no Brasil pode recuar 2% este ano, devolvendo ganhos do ano passado", estima Rostagno.

Silveira, da TOV Corretora, comenta que em muitas categorias de produção nota-se o impacto da concorrência chinesa, o que depende de políticas para ajudar o setor produtivo a enfrentar a questão. "Competição com China não se resolve com câmbio ou incentivos, comenta o economista, destacando também que a falta de otimismo tem prejudicado a atividade. "Rumores sobre eleições precisam se acomodar, embora isso naturalmente deva ocorrer passada as eleições, independente do eleito", disse.

Bens de consumo


Gonçalves e Silveira destacaram que único segmento que continua a apontar para uma tendência de crescimento é o de bens de consumo não-duráveis, cujo nível médio trimestral tem se expandido nos dois últimos trimestres e está apontando para um novo aumento no terceiro trimestre, o que reforça a visão de que o nível de renda continua a sustentar consumo privado. "Pelo menos de itens de menor valor", concluiu Gonçalves.

Fonte: DCI

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