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Apesar da crise, Zona Franca de Manaus fatura 11,73% com exportações

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20/11/2020

Fonte: EM TEMPO

De forma inesperada, com a crise provocada pela pandemia, as exportações na Zona Franca de Manaus (ZFM) registraram um crescimento de 11,73% de janeiro a outubro deste ano, em relação ao mesmo período de 2019. Representantes da indústria e especialistas acreditam que, mesmo assim, os investimentos ainda são escassos para a expansão do comércio exterior.

Segundo a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), nos primeiros dez meses deste ano, o Polo Industrial de Manaus (PIM) exportou mais de US$524 milhões, sendo que em 2019, nos mesmos meses, o faturamento na exportação foi menor, com US$469 milhões. Nesse contexto, Venezuela, Colômbia, Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai foram os principais destinos das exportações dos países sul-americanos. Além destes, são expressivas as exportações aos Estados Unidos, Vietnã e China.

Ainda de acordo com a Suframa, o Governo Federal procura diminuir a quantidade de operações burocráticas necessárias para exportar com iniciativas como a do Portal Único de Comércio Exterior - do Ministério da Economia - que está sendo implementada em módulos, com o objetivo de tornar todo o processo mais célere e digital.

“A Suframa possui, em seu regimento interno, uma coordenação-geral que trata especificamente do tema de exportações, a Coordenação-Geral de Comércio Exterior (Cogex), e tem trabalhado com interesse em saídas alternativas, via Pacífico, e a Guiana, para escoamento da produção local”, informou a assessoria.

Com a busca de informações realizada pelo coordenador-geral da Cogex, Germano Morais, além dos números, a superintendência acredita que é possível driblar a crise através do comércio exterior. “Entendemos que as exportações têm o potencial de ampliar a empregabilidade na ZFM e podem ser importantes para a aceleração da economia, além do aumento da competitividade na indústria regional”, declara Morais.

Pensamento semelhante tem o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antônio Silva, em relação ao surgimento de novos empregos com a valorização das exportações. Ele acredita que o problema do desemprego seria amenizado se o PIM tivesse uma melhor atuação nesse segmento e também sugere uma parceria entre as empresas e os órgãos.

“Para melhorar a ampliação das nossas exportações acredito que faltam três fatores: planejamento, pesquisa ou prospecção de mercado e capacitação. Ou seja, falta muito para conquistar o mercado, competir com a vantagem. Não se exporta por decreto, é necessário que o produto tenha competitividade, mas, para isso, é preciso ter investimento em equipamentos e pessoas, com a capacitação profissional”, enfatiza Silva.

Burocracia para exportar

Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em 2017, mostrou que exportar exige uma série de licenças de órgãos ligados ao comércio exterior brasileiro. No mesmo ano do levantamento, US$ 91 bilhões foram pagos para liberar esse processo de exportação. Em relação aos trâmites administrativos, a processo dificulta a expansão.

“A ZFM realiza exportações desde que as primeiras empresas foram instaladas na região. Existem várias empresas, fora do PIM, que realizam exportação de produtos oriundos da exploração da floresta, ou seja, naturais do extrativismo e outros de processamento industrial primário. Quanto à burocracia excessiva, sempre será um empecilho, pois retarda o processo e, às vezes, inviabiliza operações por falta de agilidade na liberação de cargas”, declara Silva.

Segundo o presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-AM), Francisco de Assis Mourão Jr, é preciso visão para desenvolver o mercado internacional no Polo Industrial. “Quando falamos de exportações, estamos abordando o modelo ZFM, que foi feito na sua base, no decreto Lei 288, com a premissa de importar, produzir e vender para o mercado interno. Infelizmente, nós não temos um modelo exportador, são poucas empresas que exportam”, analisa.

Com produtos ou matéria-prima nativos da região Amazônica, o economista afirma que existe comércio para as mercadorias locais, ainda mais com a acessibilidade do Governo Federal em relação a burocracia, apesar de ainda não ser tão simples. A nível nacional, Mourão comenta que o momento é propício para as exportações, principalmente pelo fator dólar e o aumento nos preços dos principais produtos, entre eles, as commodities.

“Fora a parte de industrialização, temos outros segmentos, um deles, o açaí, que é um produto muito apreciado no mundo todo e a gente não exporta. Caso exporte, é pouco, ou no mesmo nível do nosso vizinho, o Estado do Pará. Falta uma política voltada para exportação, afim de conquistar novos mercados”, finaliza Mourão.

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