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“Antes que aventureiros lancem mão”

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29/09/2020

Fonte: Brasil Amazônia Agora

Este legado inclui a formulação de um novo formato de geração de riqueza e gestão dos recursos gerados pelo setor produtivo para mudança efetiva da paisagem socioeconômica e ambiental onde estamos inseridos.

Nelson Azevedo

vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas

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Sobre a proposta da criação de um Fundo Verde de Sustentabilidade, proposto por um grupo não-governamental que considerou nossa participação em seminários de Reforma Tributária para respaldar seus encaminhamentos, cabem alguns esclarecimentos e informações. O primeiro deles é nossa visceral discordância com qualquer iniciativa que seja estribada em mais taxas e contribuições da indústria instalada em Manaus. Chega! Não precisamos de mais ônus fiscal. Precisamos, sim, do bônus do reconhecimento de ser a planta industrial do Brasil que mais recolhe para os cofres federais e estaduais para formação de recursos humanos e interiorização do desenvolvimento. Concordamos que falta gestão transparente e efetiva no contexto da legislação que ordena as finalidades de tais recursos. Mas repelimos que essa gestão seja entregue a quem seja estranho ao setor produtivo e não tenha portfólio nem respaldo para essa atribuição.

Protagonismo e gestão

Cabe lembrar que as entidades do setor privado, que congregam as empresas do Polo Industrial de Manaus, diante da pandemia provocada pelo novo coronavírus, se reuniram em março último, no Comitê Indústria ZFM, COVID-19, para assegurar a sobrevivência da economia, atender os profissionais da Saúde empenhamos no combate as sequelas da crise sanitária, e promover a coleta e distribuição de alimentos para segmentos em extrema vulnerabilidade social. Ou seja, o protagonismo das entidades, entre outros legados, mostrou que sabemos resolver problemas e lidar com adversidades socioeconômicas sem depender financeiramente do poder público muito menos de entidades governamentais.

Nelson Azevedo é economista, empresário, presidente do Sindicato da Indústria Metalúrgica Metalmecânica e de Materiais Elétricos de Manaus, e vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas.

A nova ZFM

Este legado inclui a formulação de um novo formato de geração de riqueza e gestão dos recursos gerados pelo setor produtivo para mudança efetiva da paisagem socioeconômica e ambiental onde estamos inseridos. Estamos falando do Documento Desenvolvimento Sustentável da Amazônia: diversificação produtiva e promoção da bioeconomia a partir da Zona Franca de Manaus, gerado por uma equipe de alto nível, que incluem os pensadores da Tribo e aqueles que aqui vieram de outros centros porque compreendem a seriedade e os benefícios – muitos deles adiados e frustrados na ótica de seus destinatários – do Programa Zona Franca de Manaus. Ou seja, temos expertise, capacidade produtiva e proativa e, agora, uma Proposta de quem gera riqueza e é capaz de envolver todos os atores ligados ao desafio de uma nova matriz de desenvolvimento e de sustentabilidade.

Compromisso, competência e transparência

Há 53 anos trabalhamos com esse diferencial de fazer a economia andar de braços dados com a ecologia , pois acreditamos que a melhor forma de proteger um bem natural é atribuir-lhe uma finalidade econômica, como repetem historicamente os pioneiros e empreendedores que nos precederam. Não queremos salvadores da pátria amazônica, até porque ela não está condenada. Queremos parceiros com lastros de compromisso, competência e transparência no trato dos recursos e dos direitos civis.

Convergência Empresarial da Amazônia

O mencionado Comitê hoje segue trabalhando sob a coordenação das entidades e se chama Convergência Empresarial da Amazônia, sempre acolhendo e encaminhado – com protagonismo e mobilização de colaboradores – sugestões dentro dos princípios e exigências de integração. Vamos rever o papel de adensamento, diversificação e regionalização da economia produtiva. E vamos, principalmente, mobilizar a classe política na direção de uma bancada parlamentar amazônica para definir parâmetros e prioridades na gestão participativa e transparente da riqueza aqui gerada e – como determina a Carta Magna do Brasil ao autorizar contrapartida fiscal para empreendedores – destinada a reduzir as desigualdades absurdas entre o Norte e o Sul do Brasil. O mais é manobra do oportunismo e do fiscalismo que precisamos identificar e desconstruir. Por fim, cabe invocar a frase célebre de Dom João VI a Dom Pedro, sobre o protagonismo. “Tome a Coroa do Brasil antes que aventureiros dela lancem mão”.

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