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Ano fecha com ascensão econômica

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24/02/2022

Marco Dassori

Depois do tropeço de novembro, a economia do Amazonas fechou com alta em dezembro, mês da chegada da ômicron. Houve expansão de 2,57% na variação mensal, batendo a média nacional e eliminando a perda anterior (-0,39%). A comparação com o mesmo mês de 2020 rendeu elevação de 2,51%. No acumulado, a prévia do PIB amazonense fechou 2021, com alta de 5,46% sobre 2020, e sendo fortalecida por uma fraca base de comparação. É o que aponta o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central).

A mesma base de dados apontou registro de 155,32 pontos para o Amazonas, após o resultado mais fraco de novembro (151,43 pontos). Foi o terceiro melhor resultado do ano, que teve seus extremos em janeiro (145,52 pontos) e junho (159,98 pontos). Para efeito de comparação, o desempenho ficou próximo ao de novembro de 2020 (155,54), mês anterior ao início da escalada da segunda onda. Mas, houve virtual estabilidade (-0,04%) na comparação dos últimos três meses de 2021 com o trimestre anterior, comparação que costuma ser apontada por especialistas como melhor forma de captar tendências.

O Estado só ficou atrás da economia brasileira justamente na base trimestral. Em âmbito nacional, o indicador chegou a 139,73 pontos, apontando acréscimo de 0,33% entre novembro e dezembro. Foi o segundo incremento consecutivo, mas o resultado veio abaixo do aguardado pelo mercado (+0,5%). No confronto com dezembro de 2020, o resultado ficou positivo em 1,3%, enquanto a média móvel trimestral subiu apenas 0,26%.

O IBC-Br foi criado para antecipar o resultado do PIB e ajudar o Banco Central na definição da taxa Selic. Também é uma forma de ajudar empresas e investidores a se decidirem por adoção de medidas de curto prazo. A metodologia é diferente da empregada pelo IBGE, que calcula o PIB brasileiro – e cuja próxima divulgação nacional está prevista para 4 de março de 2022. O indicador leva em conta estimativas para as atividades econômicas, acrescidas de arrecadações de impostos. Mas, sua divulgação não inclui o desempenho de cada rubrica.

Setores e arrecadação

Números do IBGE apontaram resultados positivos para indústria e serviços do Amazonas, em dezembro. A primeira escalou 14%, entre novembro e dezembro e fechou o ano com 6,4% de expansão, alavancada pelos subsetores de plásticos, motocicletas e bebidas. Embora tenham desacelerado na variação mensal (-2,2%), os serviços encerraram 2021 com alta de 11,4%, no melhor desempenho desde 2012. Já o comércio encolheu. O Natal e o Reveillon não foram suficientes para evitar que o varejo terminasse o ano com retração anual de 1,3%, apesar da alta mensal de 0,5%.

O oposto se deu nos tributos. O volume de impostos federais recolhidos no Amazonas (R$ 1,68 bilhão) estagnou em dezembro, embora tenha avançado 2,54% no ano (R$ 19,42 bilhões), já descontada a inflação. Sete dos 11 principais tributos administrados pela Receita no Amazonas recuaram no confronto com dezembro de 2020. A lista incluiu Cofins, PIS/Pasep, IRPJ, CSLL, IRPF e IRRF. A arrecadação da Sefaz também desacelerou em dezembro (-4,25% e a R$ 1,35 bilhão) e cresceu no acumulado (+9,26% e R$ 13,12 bilhões), sendo alavancada pelo ICMS, mas não pelo IPVA.

Em síntese, os dados do IBC-Br apontam recuperação econômica em relação aos impactos da covid-19 registrados em 2020. A atividade, no entanto, registrou um ano de altos e baixos, que prejudicou principalmente os serviços, durante a eclosão da segunda onda – tanto no Amazonas, quanto no restante do Brasil. O Estado foi carreado por indústria e comércio na primeira metade do ano. O avanço da vacinação e da circulação de pessoas possibilitou a retomada do setor, no segundo semestre, mas o PIB como um todo perdeu força, com os efeitos da escalada da inflação no comércio e os problemas de abastecimento de insumos na indústria.

Ômicron e inflação

O conselheiro do Corecon-AM (Conselho Regional de Economia do Estado do Amazonas), professor universitário e consultor empresarial, Francisco de Assis Mourão Junior, avalia que o fechamento do IBC-Br comprova que o Estado acompanhou a economia nacional. Para ele, os dados gerais de atividades e arrecadação tributária mostram um crescimento expressivo para o Amazonas no ano, cujos motores foram a sazonalidade favorável para o PIM – em que pese a desaceleração na reta final –, em mês de pagamento de 13º salário.

Francisco de Assis Mourão Junior destaca que a inflação é diferente no Amazonas e que o comércio foi o setor que mais sentiu o avanço dos preços. “O varejo sobrevive da demanda local. A alta dos alimentos e da energia, assim como a perspectiva de um cenário de pouco emprego, causam um efeito imediato na atividade. Há queda nas vendas, pois o consumidor fica mais cauteloso”, pontuou.

No entendimento do economista, a mudança de calendário, assim como a chegada da ômicron e a resiliência de um cenário econômico adverso, colocam pontos de inflexão nos três primeiros meses de 2022. “Houve alta, apesar do aumento da Selic. Temos de ver como vai ficar a economia do Amazonas, neste primeiro trimestre”, frisou, “O papel dessa nova variante vai se dar em quebras de produção, pelo afastamento de mão de obra em todos os segmentos produtivos”, finalizou.

Fonte: JCAM

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