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Ampliação da Innova preocupa analistas

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20/08/2013

Depois da confirmação da aquisição da petroquímica Innova pela Videolar (companhia do gaúcho Lírio Parisotto), anunciada na semana passada, a dúvida é se serão mantidos os planos de duplicação que foram anunciados pela antiga controladora: a Petrobras. A estatal inclusive já havia acertado o incentivo do Fundopem com o governo gaúcho para desenvolver a expansão.

A meta da Petrobras era investir aproximadamente US$ 350 milhões, para passar a capacidade da unidade do Polo Petroquímico de Triunfo de 250 mil toneladas de estireno ao ano para 500 mil toneladas anuais. A ampliação deveria ser finalizada em 2016. O estireno é base para as resinas acrílicas, que servem para a fabricação de tintas acrílicas, resina poliéster usada no revestimento de piscinas, produção de borracha sintética e isopor, entre outros produtos.

De acordo com o diretor da consultoria MaxiQuim Otávio Carvalho, o projeto de duplicação da Innova dependerá principalmente da disponibilidade de matéria-prima (eteno e benzeno). "Os dois insumos estão, digamos, apertados no polo de Triunfo, não há tanta disponibilidade assim", adverte o dirigente. Carvalho diz que a Petrobras tinha os seus próprios cenários sobre o assunto. "O que nós temos (de cenário) é esse, de necessidade de ajuste no mercado de benzeno e eteno", prevê o especialista.

Se a disponibilidade de matéria-prima preocupa, os incentivos fiscais do Fundopem para a duplicação não devem ser obstáculo. Conforme dados da Secretaria de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI), o benefício é dado à empresa, independentemente do controlador da companhia.

Com ou sem a ampliação, a venda da Innova implicará maior concentração no mercado de resinas estirênicas. "Eram três (Innova, Videolar e Unigel), agora são duas", aponta Carvalho. O dirigente da MaxiQuim considera um movimento muito importante por parte da Videolar, pois a companhia produz poliestireno, mas não tinha plantas para fabricar a sua matéria-prima: o estireno.

Contudo, como a empresa gera o poliestireno em Manaus (AM), a logística deve impedir um maior ganho de sinergia entre as unidades industriais. As vantagens virão na área comercial. A partir de agora, a companhia aumenta sua carteira de clientes e seu portfólio de produtos. Por exemplo, a unidade de Manaus não fabricava resinas para a área interna de geladeiras. O diretor da MaxiQuim aponta que a compra deverá proporcionar margens mais atraentes para o grupo em médio e longo prazo.

Já o desejo do presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Polo Petroquímico de Triunfo (Sindipolo), Carlos Eitor Rodrigues, é quanto à manutenção e à ampliação dos empregos na Innova. Sobre o aumento do número de postos de trabalho, o dirigente admite que, para isso se tornar uma realidade, a companhia terá que incrementar a produção.

Rodrigues destaca que quem produz as matérias-primas eteno e benzeno no polo gaúcho é a Braskem. Como essa empresa não produz estirênicos e não há uma concorrência direta de resinas (apenas em alguns produtos acabados, como copos plásticos), o dirigente não acredita em restrições de fornecimento para a Innova. O sindicalista recorda ainda que a Innova foi oferecida no passado pela Petrobras à Braskem, que não teve interesse no ativo.

Procurada pela reportagem do Jornal do Comércio, a assessoria de imprensa da Braskem informou que fornecimento de matéria-prima é um assunto que faz parte da relação fornecedor-cliente, por isso o grupo prefere não se manifestar sobre o tema. A Videolar não retornou os pedidos de entrevista da reportagem do JC.
MP pede à Petrobras documentos sobre negócios

O Ministério Público (MP) junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu à Petrobras documentos referentes a quatro negócios com suspeitas de irregularidades na estatal. O procurador Marinus Marsico investigará, por exemplo, possíveis danos aos cofres públicos. Em ofício encaminhado à presidente da Petrobras, Graça Foster, foi requerida documentação referente à compra da refinaria de Pasadena (Texas, Estados Unidos), a um contrato internacional com a Odebrecht para serviços em segurança e meio ambiente, à venda da refinaria de San Lorenzo (Argentina) e ao contrato com a Vantage Drilling Company relativa ao aluguel do navio-sonda Titanium Explorer.

Sobre Pasadena, comprada por US$ 1,18 bilhão, foram pedidas as atas e gravações das reuniões da companhia em que houve deliberação sobre a aquisição e decisões de investimento. Demonstrações financeiras da Petrobras Americas e da refinaria também foram demandadas. Marsico já investigava esse caso. Ele enviou em fevereiro representação ao TCU com indícios de danos aos cofres públicos, de gestão temerária e de ato/gestão antieconômica. Estende agora a investigação a outros contratos, podendo ampliar o processo já existente ou abrir novos.

No caso do contrato com a Odebrecht, também foram solicitadas as atas e as gravações de reuniões deliberativas, além do relatório de auditoria interna que subsidiou a revisão dos valores pactuados. A Petrobras reduziu em fevereiro o contrato de US$ 825 milhões para US$ 481 milhões após irregularidades apontadas por auditoria interna.

Além disso, o MP pediu os contratos referentes à venda da refinaria de San Lorenzo, na Argentina, e o contrato de aluguel com a Vantage Drilling Company relativo ao aluguel do navio-sonda Titanium Explorer. Os dois últimos casos foram citados como suspeitos de desvio de recursos.

Fonte: Jornal do Comércio do Rio Grande do Sul

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