19/08/2013
O equipamento também permite que as concessionárias recebam informações sobre interrupções no fornecimento de energia em tempo real e monitorem os transformadores da rede elétrica, o que permite prever a troca dos equipamentos e outros tipos de manutenção.
Segundo Raphael Valle, um dos criadores do SGT, o sistema é usado desde 2012 pela Eletrobras Amazonas Energia e, até o final do ano, será utilizado também pelas distribuidoras de energia de Pernambuco e Bahia. Jessé Nogueira e Saulo Monteiro também são inventores do sistema.
O trabalho foi coordenado por Raimundo Cláudio Souza Gomes, mestre em engenharia elétrica, professor e pesquisador na EST (Escola Superior de Tecnologia) da UEA. O projeto foi desenvolvido por meio do Programa de Iniciação Científica e contou com o fomento da Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas).
Dos laboratórios para o mercado
O SGT é formado por um Sistema Supervisório e Unidades Remotas. Em 2012, a Eletrobras Amazonas Energia adquiriu o Sistema Supervisório e mil Unidades Remotas do SGT para serem usados em Manaus.
Este ano, a concessionária contratou mais 2,7 mil Unidades Remotas para instalação. Serão 2 mil na capital e 700 no interior que estarão em funcionamento até o final do ano. Pernambuco e Bahia adquiriram cada uma, 20 unidades remotas para teste e avaliação.
Como Funciona
O SGT recebe, em tempo real, dados relativos ao nível de tensão, corrente, temperatura, potência entregue e fator de potência dos transformadores (equipamentos instalados externamente, nos postes) e respectivas redes de distribuição, através de Unidades Remotas instaladas nos postos de transformação (onde o transformador de distribuição é instalado).
O sistema se comunica via GPRS (um tipo conexão telefônica celular) com um Centro de Operação onde fica instalado o Sistema de Supervisão. Na ocorrência de algum evento crítico, como um blackout (interrupção de fornecimento), a Unidade Remota comunica a Central de Operação. Com essas informações, a distribuidora poderá realizar procedimentos de verificação ou reparos necessários.
"Dessa forma, a concessionária de energia elétrica passa a ter completo conhecimento das condições de operação dos transformadores instalados e redes de distribuição, sendo capaz de promover ações preditivas, antecipando-se às ocorrências de problemas", disse Raphael.
Ele também destacou que, no Brasil, ainda não foi desenvolvido nenhum outro equipamento com características funcionais e custo equivalente ao SGT criado por alunos da UEA, no Amazonas.
Fragilidade
De acordo com Rafael, o transformador de distribuição é o principal elemento da ponta de entrega de energia à grande massa de consumidores do sistema elétrico.
"Os transformadores de distribuição são instalados externamente em postes e, por esse fato, sujeitos às intempéries ambientais, tais como incidência solar direta, chuvas, raios, dentre outros", contou.
"São equipamentos com robustez suficiente para suportar interações com tais variantes climáticas, porém suas características funcionais e vida útil podem ser drasticamente comprometidas quando em condições climáticas adversas", completou.
Banco de dados
Com as informações geradas pelo STG a concessionária pode montar um banco de dados com todos os eventos inesperados, nas regiões monitoradas, que ocorreram na rede elétrica de baixa tensão.
Pela a análise dos dados é possível realizar um estudo sobre a demanda de energia elétrica de um bairro e, até mesmo, prever a troca dos transformadores por equipamentos com maior potência, reduzindo a queima desses equipamentos por sobretensão.
Outra característica desse sistema é a capacidade de realizar o balanço de energia, ou seja, a concessionária conhece a quantidade de energia consumida por cada cliente, bem como o número de consumidores conectados ao transformador, por outro lado o sistema em questão conhece a energia fornecida pelo transformador, assim é possível descobrir possíveis furtos de energia.
Fonte: JCAM