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Amazonas tem em torno de 7 acidentes de trabalho por dia, alta de 9,4%

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27/04/2015

Os problemas de doenças e acidentes de trabalho ainda são frequentes no Amazonas. Com a proximidade do Dia em Memória às Vítimas de Acidente de Trabalho e Dia do Trabalhador, em 1º de maio, o Estado não tem o que comemorar.

O número de profissionais que precisaram se afastar do emprego por acidente do trabalho no Amazonas é de 6,9 por dia no primeiro trimestre do ano e 9,45% maior que o mesmo período de 2014, segundo dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). As doenças do ombro são as mais comuns.

As ações relacionadas ao assunto também cresceram no Ministério Público do Trabalho (MPT) em um ano, saindo de 431, em 2013, para 457 no ano passado. Até 14 de abril, o órgão contabilizou 115 ações por irregularidades contra o meio ambiente de trabalho, como doenças e acidentes. Com os principais casos concentrados na indústria, um projeto do MPT está implantando, gradativamente, pausas para descanso do trabalhador nas fábricas.

Segundo o procurador e coordenador regional de defesa do meio ambiente de trabalho do MPT, Jorsinei Dourado, a principal demanda do órgão é relacionada a acidentes de trabalho, principalmente no Polo Industrial de Manaus (PIM).  O ritmo de trabalho das empresas e a repetição de atividades têm sido a causa frequente dessas doenças.

"Esforço e trabalho repetitivo, sobrecarga biomecânica nas articulações. Eles vêm sofrendo desgaste nessa estrutura osteomuscular, e surgem doenças como a bursite. Alguns passam a perder a sua capacidade laboral", afirma Dourado.

O projeto do MPT prevê uma pausa de dez minutos a cada 50 minutos trabalhados. Até agora, Samsung, LG e Honda são as empresas que participam do projeto e implantaram a pausa, informou o procurador. Outras quatro empresas estão em fase de assinatura do projeto.

Paralelo à pausa, o projeto também prevê alterações nas estruturas de mobiliárias nas plantas de linha de produção das fábricas para evitar que o trabalhador faça movimentos que resultem em doenças. As empresas que aceitam implantar as pausas têm de um a dois anos para implementar o projeto e podem sofrer multas de até R$ 200 mil, por irregularidade e por trabalhador, caso não cumpram.

Outro segmento que concentra grande parte das ações contra o ambiente de trabalho é a construção civil, que registrou três mortes de trabalhadores durante a construção da Arena da Amazônia, entre 2013 e 2014. O estádio chegou a ser interditado disso.

Os riscos no setor são mais graves. "Problemas de risco elétrico, de soterramento e risco de queda são problemas fatais", disse Dourado, que ressaltou que houve uma redução nos últimos meses de irregularidades encontradas nas obras. A legislação trabalhista tem exigido máquinas adequadas para evitar os acidentes, além de uma série de medidas para reduzir os riscos para o trabalhador. Exemplos são os requisitos para isolar a fiação, o cuidado com os vergalhões, entre outros.

Cresce pagamento de auxílio-doença no INSS


Os casos de trabalhadores que se ausentaram do emprego recebendo o auxílio-doença por sofrerem acidentes cresceram neste ano. Entre janeiro e março de 2015, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) concedeu 625 benefícios de auxílio-doença por acidente do trabalho. Nesse mesmo período no ano passado, o número era de 571.

O mês de março terminou com 237 auxílios concedidos, contra 191, em fevereiro, e 197 em janeiro de 2015.

Dos 625 casos de 2015, 39 foram lesões do ombro. A bursite no ombro tem outros 25 casos, enquanto a síndrome de colisão do ombro, mais 30. Fraturas de dedos, mão, punho e pernas também estão na lista, aponta o INSS.

No próximo dia 28, as vítimas de acidente de trabalho são lembradas em uma data mundial, instituída pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). O dia será marcado por uma ação na sede da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), na Avenida Joaquim Nabuco, no Centro de Manaus, na terça-feira, durante todo o dia. O evento terá palestras de vários órgãos trabalhistas.

"É para trazer a conscientização da problemática, já que normalmente os acidentes são gerados pela falta de gestão do risco", explicou Jorsinei Dourado.

Fonte: Portal D24am.com

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