17/11/2014
Para o gerente executivo do CIN (Centro Internacional de Negócios), departamento ligado à Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), José Marcelo Lima, o número apresentado pela balança comercial já era esperado. Ele explica que o saldo negativo é resultado do alto índice de importação de componentes, peças e insumos por parte das indústrias que compõem o PIM (Polo Industrial de Manaus).
Outro fator citado por Lima como empecilho para o maior faturamento econômico do Estado é o consumo nacional em cerca de 96% dos produtos fabricados pela indústria amazonense. A porcentagem mínima é direcionada às exportações. "As exportações no Estado passam por uma retração em valores em decorrência da atual situação de mercado. Manaus é um polo puramente importador voltado ao atendimento às indústrias que o compõe", relata.
De acordo com o gerente do CIN, não há expectativas quanto a números positivos até o final de dezembro, principalmente por conta da crise que atinge a Argentina, que é um dos principais parceiros econômicos do país. "A Argentina enfrenta dificuldades para honrar as dívidas que mantém com o Brasil e já uma tendência de redução nos índices de exportação para esse país vizinho", avalia.
Quanto as estimativas para o próximo ano, Lima adianta que a Federação vai trabalhar com foco no aumento do mercado exportador. Ele informa que o CIN programa reforçar o contato com países como o Peru, a Colômbia, o Chile, o Equador, entre outros, com o intuito de abrir novas fronteiras. "Nosso empenhos será no aumento dessas exportações ou ao menos no mantimento dos contratos que já temos. A ideia é evitar a queda dos índices. A Federação trabalhará para o incremento de novos produtos. Atualmente, enviamos alguns materiais a esses países mas queremos aumentar essa lista", disse.
Entre os meses de janeiro a outubro deste ano o Amazonas exportou mais de US$ 217 milhões em produtos utilizados em preparos e elaboração de bebidas, substâncias enviadas pela empresa Recofarma Indústria do Amazonas Ltda; em segundo lugar está o segmento do polo de duas rodas com vendas externas de US$ 127,7 milhões. As motocicletas foram exportadas pela indústria Moto Honda da Amazônia Ltda.
Os principais países compradores dos produtos amazonenses são: Argentina, com investimentos de US$ 212,6 milhões; Venezuela, que comprou cerca de US$ 163,4 milhões; e em terceiro lugar Colômbia, com a aquisição de US$ 58,2 milhões em produtos do PIM>
Importações
As principais empresas importadoras são: a Samsung Eletrônica da Amazônia Ltda, indústria que comprou mais de US$ 2 bilhões em insumos para o uso fabril; a LG Eletronics do Brail Ltda, que apresenta o saldo de aquisição de componentes de mais de US$ 1,1 bilhões; e a Moto Honda da Amazônia que importou mais de US$ 199,5 milhões em peças para a produção de motos.
Entre os países que mais vendem produtos ao polo industrial estão China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Japão, Alemanha, México, Antilhas Holandesas, entre outros.
Brasil
De janeiro a outubro, os cinco municípios que mais exportaram foram: Parauapebas-PA (US$ 6,544 bilhões), Rio de Janeiro-RJ (US$ 6,401 bilhões), São Paulo-SP (US$ 6,290 bilhões), Angra dos Reis_RJ (US$ 5.014 bilhões) e Paranaguá_PR (US$ 3,941 bilhões).
Parauapebas-PA teve o maior superavit do período.
Fonte: JCAM