CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas

Notícias

Amazonas tem 51,65% da população inadimplente e fica em segundo lugar no ranking do Brasil

  1. Principal
  2. Notícias

15/01/2023

Fatores como a alta da inflação, crescente desemprego e redução de renda vem atingindo grande parcela da população. Em decorrência disso, muitas famílias não conseguem pagar contas básicas, como água e energia elétrica, e o reflexo desse cenário é o endividamento dos brasileiros.

O Amazonas apresentou o maior índice de inadimplência da região Norte, com 51,65% da população adulta, e o segundo maior do país, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro, que alcançou 52,06%. Os dados são referentes ao mês de novembro do ano passado e foram fornecidos ao portal Em Tempo1 pela Serasa.

Atrás do Amazonas, estão os estados Amapá (51,08%); Roraima (47,86%), Tocantins (46,41%), Acre (44,19%), Rondônia (44,04%) e Pará (39,26%).

Conforme o levantamento, cerca de 43,04% da população adulta no Brasil está inadimplente, o que chega a 69.834.751 milhões de brasileiros. As principais dívidas dessa parcela da população são com:

  • Banco/cartão com 28,87%;
  • Utilidade Pública (contas básicas, como água, luz e gás) com 21,88%;
  • Varejo com 11,85%.

Para a economista Denise Kassama, a premissa mais básica da educação financeira é a mais difícil de ser cumprida, que é não gastar mais do que recebe. De acordo com a especialista, a pandemia deixou uma boa parcela da população com a renda reduzida ou, até mesmo, sem renda, o que levou ao endividamento de muitas pessoas e, acrescentando a isso, existe o processo inflacionário e a taxa de juros em patamares elevados.

“Então a pessoa que já está com dificuldade financeira por acaso acaba entrando no cartão de crédito no limite do cheque especial ou pagando somente o mínimo do cartão. Aí quanto quando vem a fatura esses são os juros mais altos do mercado. Os juros do crédito rotativo do cartão de crédito estão para a ordem de acima de 300 % ao ano. Com isso, se você começar pagando só o mínimo vai rolar uma dívida que, crescendo, fica cada vez mais em uma situação de ‘impagável’. Os dados no Amazonas são bastante significativos por conta disso, visto que os juros aumentaram o endividamento das pessoas”, explicou.

A economista aponta que a principal dica para sair da situação de endividamento é a negociação.

“Se você já está auferindo renda, precisa contatar o credor e renegociar a dívida e, claro, negociar dentro da sua realidade e capacidade de pagamento. Então não prometa algo que não vá cumprir, mas, ao negociar a dívida, pelo menos você cessa a incidência de juros sobre ela e evita que cresça ainda mais. É importante que você cumpra o que foi negociado. Assim, você pode dormir mais sossegado que não vai ter ninguém batendo na sua porta para cobrar”, disse.

Ao portal Em Tempo1, a especialista da Serasa, Mayara Carvalho, pontuou duas dicas para quem busca se organizar financeiramente para deixar de fazer parte dessa estatística. De acordo com a especialista, os canais oficiais do Serasa oferecem inúmeras dicas de saúde financeira.

“É mais do que necessário organizar finanças para saber quanto você terá disponível em cada mês para pagar as contas atrasadas, considerando as despesas que já estão no seu orçamento. Outra dica é aproveitar a entrada do 13º salário ou reservar algum dinheiro extra que vai exclusivamente para pagar acordos e parcelamento de dívidas, e também pode ajudar e ordenar as contas por nível de prioridade, pagando primeiro as que tiverem os juros mais altos”, aconselhou.

A educadora financeira e economista, Roberta Veras, alertou ainda para o aumento no valor médio das dívidas por pessoa que, anteriormente, era de R$ 3,5 mil e, no levantamento mais recente, já chegou ao valor de R$ 4.453,78.

“O que acontece é que a gente está saindo de um período de pandemia no qual as pessoas ficaram muito enclausuradas e muito reprimidas ao consumo. Inclusive, com o ato de sair nesse momento de pós-pandemia, as pessoas sentem uma necessidade de curtir a vida como se fosse a última oportunidade. Então, ninguém está querendo guardar dinheiro ou pensar no futuro com esse imediatismo”, ressaltou.

Ao analisar o ranking das dívidas, a educadora financeira pontuou que, muitas vezes, por não estarem com o dinheiro em papel nas mãos, a população usa o cartão de crédito como se fosse esse meio de pagamento.

“As pessoas ainda não entenderam isso. Quando chega a fatura, elas não conseguem fazer a quitação da dívida porque o salário não é igual ao limite do cartão. Isso impacta muito a vida da população nesse momento de pós-pandemia. Às vezes esse gasto exacerbado ocorre por conta da influência das redes sociais, no qual vemos as pessoas querendo seguir o modismo do que vê os outros terem. Existe muito a falta da conscientização das pessoas pelos seus respectivos padrões de vida e isso é muito ruim”, pontuou.

Fonte: Em Tempo

Coluna do CIEAM Ver todos

Estudos Ver todos os estudos

Diálogos Amazônicos Ver todos

CIEAM | Centro da Indústria do Estado do Amazonas © 2023. CIEAM. Todos os direitos reservados.

Opera House